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Centro de Memória de Hortolândia preserva histórias da cidade

Centro de Memória de Hortolândia preserva histórias da cidade

Espaço, que completa 1º aniversário neste mês, conta com exposições permanentes e temporárias; visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira e no último final de semana do mês

 

A história de Hortolândia contada por quem faz parte dela. Fotos, depoimentos e objetos de moradores da cidade compõem a exposição permanente “Memorial de Famílias”, uma das preciosidades do acervo do Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Júnior”, que completa o primeiro aniversário neste mês. Mais de mil visitantes já passaram pelo local, administrado pela Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Cultura. 

Com espaço de aproximadamente 200 m², o Centro de Memória possui bebedouros, banheiro adaptado para pessoas com deficiência, estacionamento e Espaço Café (este último ainda em implantação). No prédio, também foram instaladas rampas para facilitar o acesso de cadeirantes às atrações.

Ao todo, a Administração investiu R$ 880 mil na implantação do Centro. A Estação Jacuba, sede do espaço, foi cedida à Prefeitura pelo Patrimônio da União em 2011. Localizada na Rua Rosa Maestrello, nº 02, Vila São Francisco de Assis, na Região Central, a antiga estação ferroviária da cidade foi reformada pela Administração Municipal entre os anos de 2013 e 2014. O espaço é aberto à visitação gratuita e livre para todas as idades de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45, e no último final de semana de cada mês, das 9h às 17h. 

No dia 22 deste mês, aliás, o espaço recebeu alunos da escola Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Vilagio Ghiraldelli para uma aula de história diferente. Grupos e excursões podem agendar visitas monitoradas à antiga estação por meio do telefone 3865-2678.

Ao visitar o espaço, ao mesmo tempo em que experimenta uma volta ao passado, o público pode compartilhá-la com outros moradores, de forma atual. É possível fotografar (preferencialmente sem flash) e filmar a visita  ao Centro de Memória, bem como postar estas lembranças na internet, graças à rede wi-fi existente no ambiente. Quatro tablets também estão disponíveis no Centro, com o objetivo de auxiliar os visitantes em pesquisas.

Famílias tradicionais

No “Memorial de Famílias”, espaço que segue em construção, mais de 30 famílias tradicionais deixaram sua marca. Nos depoimentos, moradores antigos relembram o tempo em que Hortolândia ainda era Jacuba e era necessário usar lamparina nas casas.

Naquela época, muito da diversão se devia à Estação Jacuba. Ver os passageiros embarcando, trens e boiadas passando eram formas de entretenimento dos jovens.

Curiosamente, até casamentos o costume de ir à Estação já rendeu. Francisco Ghiraldelli de Camargo, de 73 anos, descendente de indígenas e italianos, nascido e criado em Hortolândia, revela que, na juventude, costumava se encontrar com a jovem Neusa no local, além de ir visitá-la de trem. As visitas deram tão certo que Francisco e Neusa estão casados há 52 anos.

Para Nelson Blumer, outro cidadão de Hortolândia e personagem do memorial, ver o crescimento da cidade é motivo de alegria. “É um orgulho ter essa lembrança”, declara. Atualmente, Nelson participa do grupo Pioneiros do Catira. A dança, realizada em equipe, é apresentada ao som da viola e conduzida pelo ritmo de bate-pés e palmas, seguido por cantoria.

Além da exibição do vídeo com os depoimentos de antigos moradores, o Memorial conta com fotos doadas por Eugênio Cancian, colonizador e ferroviário da antiga Cia Paulista de Estradas de Ferro, que nasceu na Itália; pelo vereador Nelson Alexandre, natural do distrito de Jacuba, que divulgava as histórias das famílias hortolandenses no periódico local “Jornal de Hortolândia” na coluna “Hortolândia que eu Vi e Ouvi”; e por duas famílias, Bueno da Silva e Roweder e Gomes, que presenciaram a colonização da cidade, desde as sesmarias.

Para a coordenadora do Centro de Memória, Sônia Zago, as fotos adquiridas são o maior trunfo do espaço em seu primeiro ano de funcionamento. “Muita coisa boa foi encontrada, inclusive em publicações nas redes sociais da internet”, comenta. No primeiro levantamento realizado neste ano, o Centro de Memória contabilizou mais de 6.200 fotos e 15.500 negativos, além de 176 mídias de vídeo e ampla literatura sobre a história da cidade preservada.

Além das fotos, peças históricas compõem o memorial. Dentre elas, há objetos históricos adquiridos para o acervo, como cristaleira e cadeiras antigas, e também outros doados pelas famílias, como uma máquina de escrever, uma telha utilizada na construção da Estação e outras originais, produzidas pela antiga Cerâmica Sumaré.

Exposições permanentes e temporárias

Outra atração permanente do Centro de Memória é o “Memorial Estação Jacuba”, dedicado à sede do espaço, onde há fotos, mapas, peças ferroviárias e documentos sobre a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. No “Memorial Professor Leovigildo Duarte Júnior”, em homenagem ao patrono do órgão cultural, há documentos, anotações, livros e objetos biográficos do cientista social, militante do Movimento Pró-Emancipação de Hortolândia. Nos “Memoriais dos poderes Executivo e Legislativo”, os pesquisadores e o público em geral poderão também consultar fatos e a história política de Hortolândia.

No Centro, também há Sala Multiuso e biblioteca técnica. Na Biblioteca Técnica e de Referência, estão disponíveis publicações sobre a cidade para a consulta no local, como obras raras e especializadas em história local e regional, memória ferroviária, história oral, patrimônio cultural, políticas culturais e produção cultural. Lá está a coleção pessoal de Leovigildo Duarte Júnior, com apostilas e publicações próprias. Dentre elas, a coleção de autoria do próprio professor, de 1994, intitulada “Hortolândia Município”, dividida em três volumes: A preparação (volume 1), A campanha (volume 2) e A votação (volume 3).

A relação de obras disponíveis pode ser consultada pessoalmente e o acervo pode ser visitado com o acompanhamento do bibliotecário. 

A Sala Multiuso é o espaço para realização de exposições temporárias, encontros, workshops e apresentações artísticas. O uso do local está sujeito à disponibilidade na agenda do Centro e à avaliação das obras e atividades pela comissão responsável, formada por membros da Secretaria de Cultura e do Conselho Municipal de Cultura. 

Atualmente, o local recebe a exposição “Notícias daqui: Nossa terra na grande imprensa da Capital”, que reúne mais de 50 páginas de jornais das décadas de 1920 a 2010 que contam a história do antigo povoado Jacuba,  que hoje é Hortolândia. Entre as notícias, o caso da “Santinha de Jacuba”, um garota que foi tida como milagreira.

Neste ano, duas outras exposições temporárias passaram pelo Centro: “História do Carnaval em Hortolândia”, retratando as escolas de samba, blocos, samba-enredos, desfiles e fantasias dos carnavais de rua da cidade; e “Mulheres Hortolandenses: passado, presente e futuro de nossa história”, que homenageou, em 37 fotos, mulheres de diversas idades que transformam o dia a dia da cidade. 

A próxima exposição, prevista para 2016, retratará a história do esporte e dos esportistas de Hortolândia. “Aproveitando o ano em que as Olimpíadas serão no Brasil, vamos destacar e homenagear equipes e atletas que defendem ou defenderam esportes em nossa cidade, a nível regional, estadual e nacional”, explica Sônia.

De acordo com a coordenadora, todos os trabalhos expostos na Estação Jacuba são criados, elaborados e realizados pela equipe do próprio Centro de Memória. As atrações têm sempre o objetivo principal de retratar Hortolândia e sua população. “Além disso, a Secretaria de Cultura já trouxe para o pátio da Estação apresentação de teatro ao ar livre e o projeto 'Buzun', em que um ônibus serve de palco para peça teatral”, afirma Sônia Zago.

Segundo o secretário de Cultura, Francisco Raimundo da Silva, o Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Junior” é um importante espaço de preservação da história do município. “Neste mês, o Centro de Memória completa seu primeiro ano, executando um belo trabalho de recuperação de fotos, vídeos e momentos únicos da cidade”, destaca. Para o secretário, esta é uma forma de proporcionar ao público mais conhecimento sobre a cidade onde mora, estuda e trabalha. “Nosso desejo é, cada vez mais, oferecer à população informações sobre a  cidade. Esta é uma forma de valorizar o nosso povo", afirma o secretário.

Cultura caipira

Neste ano, além de todas as atrações que abriga, o Centro de Memória passou a ser a sede da cultura caipira de Hortolândia. No local, acontecem as atividades dos Grupos de Catira, da Companhia de Folia de Reis e da Orquestra de Viola. Além disso, no espaço são oferecidos cursos gratuitos de violão popular e viola caipira.

Jacuba

Antes de se tornar Hortolândia, o território onde atualmente se encontra a cidade pertencia a Campinas até 1953. Posteriormente, o espaço se vinculou a Sumaré, o que se prolongou até 1991, quando moradores se mobilizaram pela emancipação do distrito.

Estima-se que a primeira referência ao atual município tenha ocorrido na Carta de Sesmarias, de 1799. Na carta, é citado o Ribeirão do Engano, o qual, segundo historiadores, é o Ribeirão Jacuba, que atravessa o território da cidade.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),“Jacuba” significa “água quente”. A referência se deve a uma bebida, muito consumida no País desde o período colonial até meados do século XX.

SERVIÇO:

Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Júnior”

Entrada gratuita

Horário de visitação: 

*de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45; 

*no último final de semana de cada mês, das 9h às 17h

Endereço: Rua Rosa Maestrello, nº 02, Vila São Francisco

Telefone: 3865 2678

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