Mulheres de Hortolândia participam de curso de confeitaria

Curso de formação é voltado a mulheres atendidas por órgãos assistenciais

A Prefeitura de Hortolândia deu início, nesta quarta-feira (10/05), ao curso de fabricação de produtos de confeitaria para mulheres em situação de violência e vulnerabilidade social. As aulas serão realizadas na Cozinha Escola Comunitária, no Jd. Novo Ângulo.

Durante 48 horas de curso, distribuídas em 12 aulas, as alunas terão contato com conteúdos teóricos e atividades práticas para a preparação de produtos da confeitaria tradicional, tais como doces de padaria, bolos, tortas, pudim, rocambole e pão de ló. O curso é ofertado gratuitamente a 16 mulheres de Hortolândia atendidas pelo CRAM (Centro Referência e Atendimento à Mulher), CRAS (Centro de Referência e Assistência Social), Caef (Centro de Atendimento aos Egressos e Famílias) e pelas OSCs (Organizações da Sociedade Civil). A realização do curso de formação é uma parceria entre a Prefeitura de Hortolândia, o Sebrae (Serviço Brasileiro  de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Nas duas primeiras aulas, as alunas aprendem a realizar o planejamento financeiro para gerir o próprio negócio e também a desenvolver técnicas de vendas. Já nas aulas práticas, as alunas têm a oportunidade de desenvolver técnicas da confeitaria. A nutricionista e instrutora de formação profissional de alimentos do Senai, Érica Guerrero, explica que o curso não exige conhecimentos prévios na área de confeitaria. “As alunas vão aprender a confeitaria básica, como preparação de doces de padaria, que elas mesmas podem executar e colocar à venda, para gerar renda a curto prazo. Elas vão aprender tudo no curso, não há exigência de nenhum tipo de experiência na área. As aulas focam muito na função de cada ingrediente. Além disso, gosto muito de priorizar o ensino da técnica, pois receitas são facilmente encontradas na internet, já boas técnicas, não”, explica. História da confeitaria, boas práticas de manipulação e de higiene, manuseio de equipamentos e utensílios (balança de pesagem de alimentos, liquidificadores, batedeiras, espátulas, fouets) são outros tópicos abordados no curso. Durante as atividades, todas as alunas terão a oportunidade de pôr a mão na massa.

Embora a formação em confeitaria oferecida pela Prefeitura de Hortolândia não exija conhecimentos prévios, algumas alunas inscritas no curso já têm conhecimentos na área. É o caso de duas alunas moradoras do bairro Jd. Nossa Srª de Fátima (a identidade foi preservada). Mãe e filha, que trabalham juntas há um ano na confecção de bolos e doces, justificam a procura pela qualificação. “Buscamos o curso pela certificação, para aprender estratégicas de organização e planejamento do próprio negócio. A nossa expectativa é viver apenas da confeitaria, aumentar o número de clientes”, relatam. 

Foi também pelas aulas de planejamento financeiro que a moradora do Jd. Novo Ângulo se inscreveu no curso. “Eu trabalhei alguns meses com confeitaria, mas como não era meu trabalho principal, eu acabei misturando os gastos pessoais com os do negócio. Com o curso, eu pretendo adquirir outra visão de negócio, de investimento”, relata. 

A Diretora do Departamento de Direitos Humanos, vinculado à Secretaria de Governo, Marlene Batista, indica o perfil transformador do curso de formação. “O conhecimento é algo libertador. Esse não é só um curso culinário de confeitaria, porque as alunas também vão aprender planejamento financeiro e gestão do próprio negócio. Com as aulas práticas de confeitaria, essas mulheres vão adquirir conhecimentos técnicos, vão poder vender o próprio trabalho, gerando renda. Esse é um dos primeiros cursos totalmente voltados para as mulheres, mas a Prefeitura de Hortolândia planeja iniciar outras turmas ainda no próximo semestre”, projeta.

Além do curso de formação em fabricação de produtos de confeitaria, a Prefeitura de Hortolândia ofereceu, neste mês de maio, em comemoração ao aniversário da cidade, curso de capacitação em empreendedorismo a mulheres em situação de violência ou vulnerabilidade social.