Mulheres de Hortolândia recebem formação em empreendedorismo

Curso de empreendedorismo é voltado preferencialmente a mulheres em situação de violência e vulnerabilidade

Mulheres de Hortolândia participaram, nesta segunda-feira (08/05), da primeira aula de formação de empreendedorismo oferecida pelo “GESTÃO DESCOMPLIQUE”, curso do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em parceria com a Prefeitura de Hortolândia. Ao todo, o curso oferece gratuitamente 40 vagas, priorizando as inscrições de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade social. O local das aulas é o Centro de Formação Paulo Freire, no Remanso Campineiro.

Presente na aula inaugural, o prefeito José Nazareno Zezé Gomes encorajou as alunas matriculadas no curso. “Hoje, eu gostaria de parabenizar a atitude de vocês, que souberam aproveitar essa oportunidade de voltar aos estudos. Nós trabalhamos diariamente para trazer mais oportunidades como essa, para oferecer outros cursos, outras formações. Que vocês não desistam dos seus sonhos, que continuem firmes no propósito de aprender e se aperfeiçoar”, comentou.

Esforço conjunto das secretarias de Governo, de Educação, Ciência e Tecnologia e de Desenvolvimento Econômico, o curso “GESTÃO DESCOMPLIQUE” integra o programa de formação de mulheres de Hortolândia em situação de violência e vulnerabilidade social que são usuárias do CRAM (Centro de Referência e Atendimento à Mulher), CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), CAEF (Centro de Atendimento aos Egressos e Famílias) ou das OSCs (Organizações da Sociedade Civil) atendidas pelo Banco de Alimentos. Além do curso de empreendedorismo, o programa oferece também aulas de “Fabricação de Produtos de Confeitaria”, oferecidas em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). As inscrições para ambos os cursos foram finalizadas em abril deste ano, mas mulheres que desejam participar da formação em empreendedorismo ainda podem procurar o Centro de Formação Paulo Freire para manifestar interesse pelo curso (consulte informações de contato abaixo).

Professora do SEBRAE responsável pela formação em empreendedorismo, Márcia Araújo reforça o caráter emancipatório do curso ao permitir que alunas em situação de violência aprendam habilidades para buscar independência financeira. “O Conhecimento é transformador, com potencial de mudar nosso olhar, transformar o meio em que vivemos, seja nossa casa, nossa comunidade. Uma mulher, ao adquirir conhecimento, se transforma, muda o modo de enxergar o mundo. Para muitas mulheres em situação de vulnerabilidade e violência, empreender significa ter uma oportunidade de gerar renda, de se tornar independente financeiramente e se libertar do companheiro que bate, que humilha. Além disso, essas mulheres passam a ter o poder de levar o conhecimento para outras pessoas”, explica.

Foi pensando em compartilhar o conhecimento a outras pessoas que a moradora do bairro Jardim das Figueiras II se matriculou no curso de empreendedorismo. “Para ser grande temos que começar pequeno. Quando começamos a empreender, achamos que é apenas pegar e fazer, mas não é. Empreender exige planejamento. Eu quero aprender a planejar, para, a longo prazo, crescer e chegar aonde eu quero chegar. Eu e mais três amigas decidimos montar uma pequena cooperativa de costureiras. Eu vim buscar conhecimento para sairmos do papel, para, no futuro, atingirmos outras mulheres, que acreditam que não podem trabalhar, que devem ficar apenas em casa cuidado do lar e da família”, relata.

Crescer e ampliar o próprio negócio também foi a motivação da moradora do Jd.Boa Esperança, que trabalha com confeitaria de doces e bolo há um ano. “Eu busquei o curso para aprender como alavancar meu negócio, para que funcione mais do que já funciona. Eu tenho um público-alvo, mas a ideia mesmo é descomplicar meu empreendimento para ganhar novos horizontes”, comenta.

Para a chefe do setor de Políticas Públicas para as Mulheres do Departamento de Direitos Humanos, vinculado à Secretaria de Governo, Jacyra Souza, o curso de formação em empreendedorismo é uma das muitas ações do Departamento que visam cuidar das mulheres como um todo. "Existem estudos sobre a violência contra a mulher que apontam que a vítima leva de 8 a 15 anos para se libertar das situações de trauma. São vários os tipos de violência praticados, desde a psicológica à emocional, culminando na agressão física. Nosso trabalho consiste em empoderar essa mulher vítima de violência, estimulá-la a dar o primeiro passo. Uma das etapas fundamentais é apresentar ferramentas para que ela possa ter renda própria e consiga romper com as situações de exploração e violência", avalia.

SERVIÇO:

Cursos voltados a mulheres de Hortolândia em situação de violência e vulnerabilidade social

Gestão DESCOMPLIQUE

Vagas: 40 alunas

Carga Horária: 20 horas-aula

Data: 08, 10, 12, 15 e 22/05/23, das 8h às12h - o Sebrae certificará a aluna com frequência maior ou igual à 75%.

Local: Centro de Formação “Paulo Freire”, na Rua Euclides Pires de Assis, 205, Remanso Campineiro. Fone: 3897-1126

Perfil da aluna: Ter a partir de 18 anos, Ensino Básico e morar em Hortolândia.