Seminário sobre o Dia Mundial da Alimentação enfoca pilares para combate à fome, subnutrição e insegurança alimentar
Com o tema “Não deixar ninguém pra trás”, evento destacou que é preciso haver melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e vida melhor
Cerca de 100 pessoas participaram do seminário em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, promovido pela Prefeitura de Hortolândia, com o apoio do COMSEA (Conselho Municipal de Segurança Alimentar de Hortolândia). O evento, realizado na tarde da última sexta-feira (04/11), no Teatro Elizabeth Keller de Matos, no Jardim Amanda I, contou com a presença do prefeito José Nazareno Zezé Gomes; da primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria dos Anjos Assis Barros; dos secretários Fernando Moraes (titular de Educação, Ciência e Tecnologia) e Roberta Moraes Diniz (adjunta de Inclusão e Desenvolvimento Social) e do presidente do COMSEA, José Valdemir do Nascimento. Com o tema “Não deixar ninguém pra trás”, o evento enfocou os quatro pilares para combater a fome, a subnutrição e a insegurança alimentar: “Melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor.”
Na abertura do evento, Nascimento apresentou dados sobre a fome no País, em um cenário pós pandemia. “É preciso refletir sobre a situação do Brasil, quando o assunto é comida no prato. O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no País apontou que 33,1 milhões – cerca de 15,5% dos brasileiros – vivem em situação de insegurança alimentar grave”, afirmou, relembrando aos presentes a volta do Brasil ao mapa da fome.
Para Zezé Gomes, “garantir a segurança alimentar é um dos nossos compromissos e que vem, ao longo dos últimos anos, mobilizando a nossa Administração Municipal. É inadmissível que, em nosso País, mais de 30 milhões de pessoas convivam com a fome. Agora, com a mudança no Governo Federal, a esperança pode fazer a diferença. Tenho certeza que com muito trabalho superaremos esse momento difícil em nossa história”, afirmou o prefeito.
Fernando Moraes destacou a transferência do Departamento de Segurança Alimentar da Secretaria de Inclusão Social para a de Educação e a importância das políticas públicas municipais desenvolvidas na área, como as de alimentação escolar, o maior programa de segurança alimentar do Executivo, responsável por servir 55 mil refeições por dia, em 11 diferentes tipos de cardápios, nas 60 unidades da rede municipal de educação. Além desta, a Educação também promove ações de educação alimentar por meio do currículo próprio da educação, oficinas de geração de renda na Cozinha Escola Comunitária e o atendimento feito pelo Banco de Alimentos.
“O Dia Mundial da Alimentação nos lembra que sempre temos que ter pautas reflexivas sobre isso, apesar de ser um dia simbólico, da importância do alimento de forma totalizante na relação humana, em especial na educação que está totalmente alinhada à aprendizagem do aluno. Uma criança que não tem acesso a um alimento, uma garantia nutricional, para que ela possa ter segurança física, mental e emocional, não aprende. Por isso que nós, aqui de Hortolândia, criamos um Departamento de Segurança Alimentar, para fazer a gestão, não só da alimentação escolar (merenda), mas também para incluir a questão nutricional no componente de aprendizagem. Então os alunos, trabalham no currículo o reconhecimento do alimento, sabendo a importância de uma alimentação saudável. Para nós, é preponderante eventos como esse para reforçar o nosso compromisso com a boa alimentação, não só no crescimento e saúde dessas crianças, mas também que isso para nós é indissociável da aprendizagem. Uma criança que tem fome não pode ser educada. Temos que resolver o problema da fome primeiro, para depois atuarmos em outras áreas do cognitivo dela”, destacou Moraes.
A primeira palestra foi ministrada por Paulo José Mancuso, médico veterinário da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com especialização em acupuntura, homeopatia e fitoterapia. Servidor público há 35 anos, tendo trabalhado com saúde pública e vigilância sanitária, hoje atua em meio ambiente e participa das câmaras técnicas dos Comitês de Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), tendo também atuado nas Câmaras de Educação Ambiental e de Recursos Naturais, representando o município. Ele enfocou “A água no contexto da Segurança Alimentar”, ressaltando a água como primeiro alimento e sua disponibilidade na bacia hídrica regional da atualidade e as formas de gestão participativa e democrática no âmbito dos comitês da bacia hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
A segunda palestra foi ministrada por Vivalda Silva Teixeira, líder comunitária do Programa Acolher da Natura, que apresentou o Projeto Mãos Preciosas e a feirinha de artesanato Mãos Criativas. O projeto foi idealizado para inserção das mulheres em vulnerabilidade social, visando gerar renda e independência financeira. Surgiu após o curso de costura em parceria com o Instituto Federal de São Paulo, campus Hortolândia. O curso foi oferecido para as mulheres usuárias do Programa Banco de Alimentos, atendidas por meio da Associação de Amigos do São Sebastião.
A presidente do CAE-Hortolândia (Conselho de Alimentação Escolar) Aurineide S. de Gouvea, diretora da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Tarsila do Amaral, também destacou a questão da fome e da insegurança alimentar no Brasil. “33 milhões de brasileiros, nesse segundo, estão passando fome, eles não têm o que comer. Eu trabalho em uma escola que atende uma área de muita vulnerabilidade alimentar e a merenda se constitui como algo muito importante para o desenvolvimento dos alunos, o desenvolvimento da aprendizagem, do aluno enquanto pessoa que tem direitos. A fome é um tipo de guerra. Na minha opinião, uma guerra muito perversa, porque ela vai matando a míngua, aos poucos”, afirmou a gestora.
A última apresentação do evento foi feita pela assistente social do Departamento de Segurança Alimentar, Ana Paula dos Santos Esteves, que expôs todos os programas e projetos oferecidos pela Prefeitura de Hortolândia e realizados pelo Departamento, que asseguram a alimentação e o bem-estar dos moradores da cidade.
Segundo a diretora de Segurança Alimentar, Alessandra Sarto, “nada mais simbólico do que trazer aqueles que estão dentro dos projetos para falar e expor. Queremos mostrar que é possível e fácil falar sobre segurança alimentar. É importante trazer as pessoas para o debate sobre o tema”, comentou ela. O evento buscou sensibilizar e ampliar a consciência da população local para o tema da segurança alimentar, atendendo ao chamado da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). A meta da ONU, da qual o Brasil faz parte, é levar a comunidade internacional a unir esforços para erradicar a fome e garantir uma alimentação saudável para todos os habitantes do planeta.
O Dia Mundial da Alimentação é comemorado em 16 de outubro, desde 1945, em homenagem à criação da FAO. No Brasil, o evento acontece somente agora, em respeito à legislação eleitoral brasileira, que recomenda ao poder público evitar a realização de eventos durante o período eleitoral.
Regulamentado pela Lei Municipal nº 3.890, de 17 de novembro de 2021, o COMSEA é composto por 12 membros titulares e 12 membros suplentes, sendo dois terços representantes da sociedade civil e um terço de representantes governamentais.
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