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Programa de Tabagismo da Prefeitura completa um ano de retomada com reuniões on-line

Programa de Tabagismo da Prefeitura completa um ano de retomada com reuniões on-line

Desde a retomada, programa já conta com 23 grupos, que contam com um total de 240 participantes 

Persistência e força de vontade. Estas são as qualidades que Lúcio André da Silva e Aparecida Madalena da Silva consideram mais importantes para deixar de fumar. Eles conseguiram parar com o vício graças às reuniões em grupo realizadas pelo Programa de Tabagismo da Prefeitura de Hortolândia. Neste mês, o programa completa um ano de retomada das atividades. Em virtude da pandemia do Coronavírus, o programa havia suspendido os encontros presenciais. O programa foi criado em 2005 pela Secretaria de Saúde. 

A retomada acontece por meio de reuniões on-line. De acordo com a coordenadora do programa, a médica Regina Happ, atualmente existem 23 grupos, nos quais participam um total de 240 pessoas. “O principal benefício do formato on-line é que os participantes ficam mais à vontade para falar e interagir com os demais. Além disso, os participantes evitam o deslocamento para as reuniões presenciais”, destaca a médica.

O primeiro grupo, formado por pessoas atendidas pela UBS (Unidade Básica de Saúde) Novo Ângulo, começou a realizar as reuniões virtuais em dezembro de 2020. Um dos participantes é o aposentado Lúcio André da Silva, de 57 anos, que se tornou a primeira pessoa do programa a conseguir deixar o vício. 

Lúcio decidiu participar do programa ao perceber que o vício afetava sua saúde. “Eu queria parar de fumar em função da idade também. Eu sentia cansaço, principalmente quando participava de corridas de rua nos finais de semana”, relata o aposentado, que começou a fumar com 11 anos. 

Segundo ele, nos primeiros dias foi difícil largar o vício. “Para passar a vontade de fumar, eu bebia um copo de água e me deitava. Eu também usava o medicamento e o adesivo para parar de fumar prescritos pela médica do programa”, conta Lúcio.    

Desde que parou de fumar há um ano, Lúcio sentiu melhora na sua saúde. “A minha autoestima melhorou também. Hoje, faço caminhada. Antes não aguentava andar um quilômetro”, salienta o aposentado.

Para quem também quer deixar de fumar, o aposentado reconhece que é difícil, mas é necessário muita persistência e força de vontade. “Não é fácil controlar o desejo de fumar. Mas você tem que mentalizar o objetivo, que é parar, e um dia você consegue abandonar esse vício”, aconselha Lúcio.

PRESSÃO 

A pressão da sociedade contra os fumantes para que deixem o vício foi um dos fatores que motivou a assistente social, Aparecida Madalena da Silva, de 48 anos, a participar do programa. “Quando se é fumante, os meios sociais em que você circula te excluem. Os espaços para quem fuma estão restritos. Além disso, têm sido feitas campanhas bastante intensas contra o tabagismo”, avalia Madalena, que há alguns anos já havia tentado parar de fumar.

Em abril deste ano, Aparecida começou a participar das reuniões de outro grupo também formado por pacientes da UBS Novo Ângulo. Desde junho, ela tem conseguido largar o cigarro, apesar das dificuldades. Além de usar a medicação prescrita pelo programa, Aparecida adota algumas estratégias para superar a vontade de fumar, tais como beber água e chupar bala. “É importante também procurar alguma atividade para passar a vontade. Além disso, tenho procurado evitar de ir a lugares onde tem cigarro”, explica.

Desde que deixou o vício, Aparecida tem sentido várias melhoras na saúde e na vida social. “As principais melhoras foram no olfato e paladar durante a alimentação. Melhorou também na respiração, pele e cabelos. Tenho mais disposição física. Senti também uma satisfação por parte dos meus amigos, familiares e parentes de ver que estou conseguindo parar de fumar”, relata.

Aparecida destaca que o formato on-line tem a ajudado para participar das reuniões do grupo, que acontecem uma vez por semana. “Facilitou muito na organização do tempo para que a gente possa participar das reuniões. O formato on-line ajuda também os participantes que têm inibição de conversar e interagir”, destaca a assistente social.  

A interação nas reuniões em grupo é um aspecto positivo destacado por Aparecida que incentiva os participantes a parar de fumar. “Nas reuniões, os participantes compartilham suas experiências. Cada um procura ajudar o outro”, ressalta Aparecida.

Para quem quer parar de fumar, a assistente social salienta que é difícil. “Tem que ser firme. Não é algo impossível. Mas depende da pessoa. É preciso ter muita força de vontade e persistência. É procurar viver um dia de cada vez”, aconselha Aparecida.

COMO PARTICIPAR

De acordo com a médica Regina Happ, as pessoas interessadas em participar do Programa de Tabagismo devem procurar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) Amanda I, Amanda II, Novo Ângulo e Taquara Branca. O contato também pode ser feito pelos telefones (19) 3897-3388 / (19) 3909-3825 (UBS Amanda I), (19) 3819-3325 / (19) 3819-3268 (UBS Amanda II), (19) 3845-2397 ou (19) 3809-3454 (UBS Novo Ângulo), e (19) 3897-6082 (UBS Taquara Branca).

A médica explica que o tabagismo é considerado uma doença epidêmica decorrente da dependência da nicotina, classificada no grupo de transtornos mentais e do comportamento em razão do uso de substâncias psicoativas.

Além de ser uma doença, o tabagismo pode causar diversas doenças, tais como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. Ao parar de fumar, a pessoa já sente benefícios em sua saúde. Confira abaixo:

– Após 20 minutos: pressão e pulsação voltam ao normal

– Em 8 horas: nível de oxigênio no sangue normaliza

– Em 48 horas: aumenta a capacidade de sentir cheiro e sabor

– Após duas semanas a três meses: a circulação melhora e a função pulmonar aumenta

– De cinco à quinze anos: o risco de infarto é igual ao de uma pessoa que nunca fumou

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