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“Saúde mental e integralidade” é o tema do 6º episódio de podcast criado a partir de memórias de idosos de Hortolândia

“Saúde mental e integralidade” é o tema do 6º episódio de podcast criado a partir de memórias de idosos de Hortolândia

Série de podcasts resulta de projeto feito por extensionistas da PUC Campinas em parceria com a Prefeitura

No 6º episódio do podcast “Sísifo e o cuidado”, o debate gira agora em torno de mais um tema essencial, sobretudo em tempos de pandemia do Coronavírus: “saúde mental e integralidade”. Idosas de Hortolândia, integrantes do Grupo da Melhor Idade do CCS (Centro de Convivência Social) do Jardim Rosolém, relembram as agruras da falta de oferta de cuidados de saúde no Brasil, e de atendimento ao adoecimento mental, antes da criação do SUS (Sistema Único de Saúde), no final dos anos de 1980. Eis o tema de mais um capítulo da série, que já está disponível nas plataformas digitais.Para ouvir basta clicar nos links: Spotify (https://open.spotify.com/episode/6Uv59JPQRXryDDRYHR122j?si=5ca0f8431d4e4824) e Âncora (https://anchor.fm/stela-godoi/episodes/Sade-Mental-e-Integralidade-e1ak50m).

A série de podcasts, lançada em setembro deste ano, resgata as memórias de idosas e idosos moradores da região do Jardim Rosolém, em Hortolândia. O produto técnico-cultural é fruto do Projeto de Extensão “ARTiculadas”, desenvolvido por extensionistas da PUC Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas). O projeto acontece em parceria com a Prefeitura de Hortolândia, por meio do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Jd. Novo Ângulo, órgão da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social.

No 6º episódio, após o relato das memórias de quatro idosas, a Prof.ª Dr.ª Stela Cristina de Godoi conduz um bate-papo com dois convidados: o enfermeiro Marlos Aparecido Olivino, especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental do CAPS III Vida, de Hortolândia, e a professora doutora Tatiana Slonczewski, docente Extensionista da PUC-Campinas, responsável pelo Projeto Girassóis, que promove ações de conscientização comunitária sobre a importância da promoção da saúde mental e da prevenção do comportamento suicida e violências.

“A pandemia da Covid-19 revelou a urgência da atenção em saúde mental das pessoas, pois as situações de sofrimento psíquico foram agravadas nesse contexto. Como o trabalho do CRAS é o auxílio no desenvolvimento da família e no fortalecimento de vínculos, a saúde mental é um assunto sempre presente nas discussões de equipe”, afirma a coordenadora do CRAS Jd. Novo Ângulo, Eliane Silva. 

Sobre o projeto:

Após contatos travados ainda em 2019, os relatos de vida foram coletados em plena pandemia do Coronavírus, no segundo semestre de 2020, depois que os pesquisadores começaram a acompanhar as atividades socioeducativas realizadas de maneira remota com os grupos de idosos vinculados ao CCS (Centro de Convivência Social) do Jardim Rosolém. O contato foi fundamental para que fosse identificado o perfil sociocultural do grupo.

“Tratava-se de um grupo majoritariamente formado por mulheres acima de 60 anos, migrantes estabelecidas na região desde a emancipação de Hortolândia e que haviam tido uma trajetória de vida marcada pelo trabalho do cuidado: o cuidado direto e indireto das pessoas da família e as ações voluntárias de cuidado do outro no âmbito das pastorais católicas, organizações da sociedade civil e comunidades do bairro. Em 2021, passamos a realizar a coleta dessas memórias do cuidado, por meio da aplicação da metodologia da História Oral, com vistas a produção de materiais socioeducativos que promovessem a sensibilização da sociedade para a importância do trabalho cuidado para a reprodução social, valorizando, ao mesmo tempo, as histórias de vida das mulheres idosas do CCS do Jardim Rosolém de Hortolândia e fortalecendo o Grupo da Melhor Idade do qual fazem parte. O resultado principal dessa ação tem sido o retorno positivo da própria população ouvida pela equipe de alunos voluntários de extensão, sobre o sentimento de valorização que o contato com o projeto tem trazido. Consideramos que esses relatos de alegria e satisfação de contar sua história de vida são importantes indicadores de que a valorização da pessoa idosa e de sua contribuição para a reprodução social de sua família e comunidade, são mecanismos sociais fundamentais para a garantia dos direitos humanos e sociais da pessoa idosa”, ressalta a Prof.ª Dr.ª Stela Cristina de Godoi, da Faculdade de Ciências Sociais e também extensionista da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da PUC Campinas, que está à frente do projeto.

Sobre o mito de Sísifo:

Na mitologia grega, Sísifo era um homem que ousou desafiar os deuses. Capturado, sofreu punição severa. Para toda eternidade, teria de empurrar uma pesada pedra da base até o topo de uma montanha; a pedra rolaria para baixo e ele teria que começar tudo novamente, a cada dia. Para o filósofo Albert Camus, que trouxe às gerações atuais importantes reflexões sobre este mito, ele enfoca um ser que, mesmo condenado a uma tarefa sem sentido, vive a vida ao máximo, lutando contra a morte. Mesmo reconhecendo a falta de sentido no que faz, Sísifo continua executando sua tarefa diária. 

Confira a descrição do 6o. Episódio:

Ao longo de muitos anos a população brasileira sofreu sem a oferta de cuidados de saúde pública. Com a Reforma Sanitária, a Reforma Psiquiátrica e a redemocratização do país, a partir da década de 1980, a saúde foi considerada direito de todos os cidadãos. No âmbito da saúde mental, a luta coletiva de profissionais da saúde em conjunto com as pessoas em sofrimento psíquico e seus familiares, construiu denúncias e críticas sobre o modelo manicomial em prática, no qual prevalecia a opressão e a contenção de uma população indesejada pela sociedade. Portanto, a construção de um modelo de saúde pública e de saúde mental mais digno foi resultado da luta pelos direitos das categorias sociais em sofrimento, que resultou na constituição do SUS e dos seus equipamentos de atenção. Nesse episódio vamos narrar as histórias de vida da Emília, Alice, Marillene e Terezinha, participantes do Grupo da Melhor Idade do Centro de Convivência Social (CCS) do Jardim Rosolem, do município de Hortolândia-SP.

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