PIC protege o meio ambiente com reutilização de resíduos de construção das obras
As obras viárias do PIC (Programa de Incentivo ao Crescimento) realizadas em Hortolândia utilizam brita de RCC (Reciclado de Construção Civil) para a base do asfalto em todos os locais que recebem novo pavimento. O material, que substitui o rachão de pedra natural, é proveniente do processamento do concreto e de outros restos de construção, como o próprio asfalto removido durante as intervenções. A trituração dos resíduos é realizada, há uma semana, na URE (Usina de Reciclagem de Entulhos) localizada no Parque Perón. O processamento e a reutilização dos materiais provenientes das obras, além de diminuir o impacto ambiental reduzindo a necessidade de remoção de pedras naturais em pedreiras, resultam em intervenções com zero entulho, reforçando os objetivos do PIC, programa implantado pelo prefeito Angelo Perugini para incentivar o desenvolvimento urbano, ambiental, social e humano para que Hortolândia cresça com planejamento e sustentabilidade.
De acordo com o secretário de Planejamento Urbano, Carlos Roberto Prataviera Junior, as obras licitadas dentro da proposta do PIC prevêem a utilização do RCC na base para a pavimentação de todos os trechos que recebem asfalto novo. “O município estabelece, em licitação, que as empreiteiras processem o material proveniente das obras, como pedras, pedaços de concreto e restos de asfalto, e reutilize estas britas. A empreiteira pode processar seu material ou comprar a brita de RCC”, destacou Prataveira Junior.
Uma das empresas que trabalha em obras na cidade, a Jofege, responsável pela obra de prolongamento da Estrada do Panaíno e pela duplicação da avenida São Francisco, possui um britador móvel, equipamento que está instalado na URE. De acordo com o engenheiro civil da empreiteira, Thiago da Cunha Pantarotto, o britador tem capacidade para processar 30 metros cúbicos de resíduos de construção civil por hora, o que corresponde a cerca de 240 metros cúbicos por dia. Para um trecho de 100 metros de asfalto, são necessários 160 metros cúbicos de RCC como base. “Temos duas esteiras, que separam o resíduo por espessura, resultando em uma brita maior, usada na base do asfalto, e uma pedra mais fina, que colocamos na base para travar a brita e nas calçadas, como base para o concreto”, explicou Pantarotto.
Desde que o britador móvel começou a operar, materiais provenientes de todas as obras da cidade têm sido processados no local, além dos resíduos trazidos pelos PEVs (Postos de Entrega Voluntária), locais onde a população pode depositar corretamente restos de entulho de construção. “A operação desta britadeira móvel é vantajosa para todos e, em especial, para o desenvolvimento sustentável da cidade. Realizamos obras em todas as regiões e, apesar do volume de trabalho, não estamos gerando entulho”, destacou Prataviera Junior.
Já a Secretaria de Meio Ambiente destaca que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/10) e a Lei Federal do Saneamento Básico (Lei nº11.445/2007), com a utilização do RCC, Hortolândia cumpre, também, as metas estabelecidas na Política Municipal de Saneamento Básico (Lei nº 3.451/2017), Política Municipal de Resíduos Sólidos (Lei Municipal nº 3.443/2017) e a Lei Municipal nº 3936/2014, que Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos e o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil do Município de Hortolândia. “O tratamento adequado dos resíduos da construção civil gerados nas obras públicas ocorre de modo viável em termos ambientais, sociais e econômicos. Seu reaproveitamento em obras públicas protege o meio ambiente e traz economia aos cofres públicos”, destacou a secretária adjunta de Meio Ambiente, Eliane Nascimento.
RCC processado na cidade começa ser usado nas obras
Na manhã desta terça-feira (24/09), o RCC processado na URE começou a ser usado na base de asfalto do trecho da avenida São Francisco de Assis que recebe obras de duplicação. O material é aplicado em cima da terra, na parte da pista que foi ampliada, desde a Vila Real até a altura do Parque do Horto. A primeira camada é composta pelas britas mais espessas. Numa segunda camada, vão as pedras mais finas, quase uma areia. Por cima do RCC, é aplicada uma mistura colante, espécie de piche. Por fim, é colocada a massa asfáltica. Na avenida São Francisco de Assis, onde também haverá um posto de monitoramento no acesso à cidade pelo Parque do Horto, serão 1,8 quilômetros de novo trecho asfaltado, o equivalente a cerca de 2.880 metros cúbicos de RCC.
Além desta obra, o PIC prevê utilização do RCC no prolongamento da Estrada do Panaíno, que vai integrar desde a avenida da Emancipação até o Jd. Novo Ângulo; no viário de prolongamento da rua Bolívia, que inclui a ligação desde o Jd. das Figueiras até o Jardim Santa Clara do Lago II, a travessia sobre o Lago da Fé e na pavimentação de ruas no Jd. Santa Fé; e na obra que inicia nos próximos dias, de construção de uma ponte de ligação entre o Jd. São Sebastião e o Jd. Santa Fé.
O PIC contempla mais de 100 obras e serviços, em diversas áreas. Para estas invenções, o município conta com apoio de recursos da iniciativa privada e dos governos estadual e federal, sendo que a principal fonte de recursos é um financiamento junto ao banco internacional CAF.
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