Menu
  • NOVO SITE


Após reforma, CRAM aprimora atendimento a vítimas de violência

Após reforma, CRAM aprimora atendimento a vítimas de violência

Cerimônia de inauguração da obra de reforma e ampliação na unidade, que completou dois anos em 2019, aconteceu nesta sexta-feira (24/05)

 

Todos os meses, em média, 45 mulheres, moradoras de Hortolândia, vítimas de violência doméstica, buscam a Prefeitura, em busca de ajuda para suas dores. A porta que se abre para elas é a de um serviço especializado, humano, acolhedor e, a partir de agora, ampliado e aprimorado. Trata-se do CRAM (Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência Doméstica) “Débora Regina Leme dos Santos”, órgão da Secretaria de Governo, vinculado ao Departamento de Diretos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, criado em 2017 pelo prefeito Angelo Perugini, cuja sede, no Jardim das Paineiras, acaba de passar por reforma e ampliação. A cerimônia de entrega da obra foi realizada na tarde desta sexta (24/05), com a presença do prefeito, de moradores, vereadores, secretários municipais, representantes da Polícia Civil, da OAB-Hortolândia (Ordem dos Advogados do Brasil) e do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher). 

O CRAM funciona na Rua Alberto Gomes, 18, na Região Central, atrás do Open Shopping. Além do atendimento presencial, vítimas de violência podem buscar informações e apoio por meio dos telefones 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou 3819-6298 (CRAM). O evento integra a programação festiva que celebra os 28 anos de emancipação de Hortolândia, comemorada no último dia 19 deste mês.

Para o prefeito Angelo Perugini, mais que um ato concreto, a obra tem um valor simbólico, de respeito, e representa o caráter de um projeto de cidade. “A reforma e ampliação do CRAM é mais um gesto que a Administração faz de respeito com as pessoas. A pessoa que procura este espaço é a mulher agredida, que está muito humilhada, ela precisa de acolhimento e respeito. Vai encontrar uma casa muito limpa e asseada, muito preparada e uma equipe com o sentimento e a mão no coração que vai dar o apoio completo para ela. Aqui a gente salva vidas, porque não deixamos que uma mulher seja agredida, violentada, sem ter um apoio, um acompanhamento. Aqui é um local que em que a mulher, o feminino é respeitado”, ressaltou Perugini.

Após o ato solene, os presentes entraram para conhecer as benfeitorias feitas no prédio. Iniciada em março por servidores da Secretaria de Serviços Urbanos, a reforma recém-concluída inclui ampliação do estacionamento e da sala de atendimento psicológico, implantação de sala multiúso, com projetor e telão, destinada a treinamentos da equipe, reuniões e capacitações. O prédio ganhou identidade visual nova e também novo piso, ao todo 240 metros quadrados. Na área externa, surgiu um espaço de convivência ao ar livre, com bancos e mesa, embaixo das árvores. Agora, a sala de estar conta com cama e banheiro com chuveiro a fim de oferecer melhor acolhimento à mulher em busca de atendimento na unidade. Também foram feitas melhorias no paisagismo e realizada pintura geral, tanto na área externa quanto na interna, bem como colocação de quatro aparelhos de ar condicionado. Graças à parceria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, empresas locais doaram móveis novos para o prédio. 

Segundo o diretor do Departamento de Diretos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, Amarantino Jesus de Oliveira (Tino Sampaio), a ampliação decorre do fato de que o espaço, antes compartilhado com órgãos da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, passou a ser utilizado exclusivamente pelo CRAM. As benfeitorias no prédio marcam os dois anos de existência do espaço. Neste período, a equipe multiprofissional, composta por assistente social, advogada, psicóloga, GMs (Guardas Municipais) e agentes administrativos, já realizou 787 atendimentos até o dia 22 deste mês, segundo a coordenadora Josefa Teixeira.

“No dia a dia, verificamos que o espaço era insuficiente e precisávamos da reforma. Aqui, fazemos uma ‘escuta qualificada’ da mulher, sem julgamento, para que ela mesma chegue à conclusão do que precisa fazer. Ela chega com marcas, fragilizada. Neste dois anos vimos que elas rompem o ciclo da violência, mas mantêm os vínculos com o CRAM. Voltam para mostrar que pintaram as unhas, o cabelo, que conseguiram trabalho”, revela Josefa. “A maioria chega em desespero, fragilizada, rasgada. Verificamos o que ela precisa: delegacia? hospital? IML (Instituto Médico Legal), se há caso de lesão corporal? precisa de local para passar a noite? Então, acionamos a rede de apoio. Nossa equipe acompanha esta mulher durante todo o atendimento, muitas vezes além do horário de funcionamento do CRAM, das 8h às 17h. Nós nos revezamos durante o final de semana em plantão 24h, por meio de um telefone corporativo sigiloso, conhecido pela rede de atendimento. É uma tarefa árdua, mas gratificante, pois algumas mulheres que atendemos tentaram até suicídio. Chegam em miserabilidade de sentido de vida, sem autoestima. Buscamos apresentar novos caminhos, escolhas que possam fazer”, complementa a advogada Lenita Sostena.

Durante o evento, a presidente do CMDM, Adriana Carvalho, secretária-adjunta de Segurança, destacou a importância de a cidade ter um espaço de atendimento a mulheres em situação de violência. “Este é um dia de grande conquista para as mulheres de Hortolândia, que começou quando o prefeito criou este espaço, cada vez mais qualificado e humanizado no serviço de acolhimento. Acolhimento em situações em que a mulher está tão fragilizada. Um atendimento especializado, que contempla a prevenção primária, capacitando seus servidores; secundária, quando a violência está na iminência de acontecer; e terciária, quando já aconteceu. Um trabalho em rede, em estruturação no município, que envolve diversas secretarias: Segurança, com a Guarda Municipal, Desenvolvimento Econômico, Saúde, entre outras. É um desafio o trabalho em rede para romper o ciclo de violência”, afirmou ela. 

De acordo com Tino Sampaio, “as benfeitorias visam a acolher a mulher de modo ainda mais qualificado, criando um espaço de acolhimento, com sala de estar, um espaço maior e serviço ainda mais humano e acolhedor”.

voltar ao topo