Prefeitura sensibiliza homens pelo fim da violência contra a mulher
Campanha que integra os “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” começou nesta segunda-feira (03/12), no Terminal Metropolitano de Hortolândia
Um laço branco em nome da paz e da convivência respeitosa e harmônica entre homens e mulheres. Esta é a proposta da campanha iniciada pela Prefeitura de Hortolândia, nesta segunda-feira (03/12). Durante as primeiras abordagens, no Terminal Metropolitano, no Parque Ortolândia, 14 servidores da Secretaria de Governo conversaram com motoristas profissionais e passageiros, distribuíram o laço símbolo da campanha e panfletos informativos, explicando os objetivos da mobilização. Depois, o grupo se deslocou para a Rua Luiz Camilo de Camargo, na Região Central, a principal via do comércio central do município.
A “Campanha do Laço Branco: homens pelo fim da violência contra a mulher” continua, nesta terça-feira (04/12), às 7h, quando o diretor do Departamento de Diretos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, Amarantino Jesus de Oliveira, o Tino Sampaio, fará um bate-papo sobre a questão da violência contra a mulher com servidores do Departamento de Serviços Urbanos da Secretaria de Obras, na Rua Capitão Lourival Mey, 869, no Jardim Santana. A iniciativa do Departamento de Diretos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, da Secretaria de Governo, está na agenda dos “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, parte da programação do evento “Direitos Humanos em Debate”, realizado entre os dias 05/11 e 10/12.
Lançada no município em 2017, pelo governo Angelo Perugini, a Campanha do Laço Branco abraça a mobilização mundial “de homens sensibilizados a sensibilizar outros homens para a causa”, esclarece Sampaio. A mobilização é realizada em parceria com o CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher).
Mal silencioso
Ao conversar com munícipes sobre o assunto, percebe-se uma marcante característica da violência doméstica: é silenciosa. Quando se admite falar nela, é para relatar casos abordados no rádio, na TV ou em outros meios de comunicação. As personagens não têm rostos familiares, são pessoas desconhecidas, vivem em cenários distantes.
Em geral, a abordagem do tema gera surpresa. Apesar disso, a sensibilização é bem recebida, tanto entre homens quanto entre mulheres. “Nunca ouvi falar nesta Campanha do Laço Branco. Mas é bom falar sobre o assunto”, afirma o fiscal da empresa Boa Vista, Armando Couto de Lucena, de 51 anos, casado. Já de laço branco no uniforme, o colega motorista Nílson Oliveira Santos, de 43 anos, casado, também foi surpreendido com a ação. “Nunca ouvi falar nisso, mas é bom, porque ajuda a orientar e evitar a violência. Vi alguns casos na TV”, relembra. Solteiro, 31 anos, o motorista Iverson Cláudio dos Santos também abraçou a causa. “É importante, mas nunca ouvi falar nisso. Toda forma de conscientizar é bem-vinda. Ajuda porque as pessoas não sabem onde recorrer, como se resguardar pela lei”, argumenta ele, lendo com atenção o panfleto da campanha.
Lá fica sabendo como e onde começou a chamada “Campanha do Laço Branco”. “Em 6 de dezembro de 1989, na Faculdade de Engenharia da Universidade de Montreal, no Canadá, um jovem armado com rifle matou 14 alunas e feriu outras 13, em sala de aula. O massacre chocou profundamente o país, atingindo repercussão mundial, deixando o Canadá com uma imagem negativa. Foi então que alguns homens canadenses se juntaram para se posicionarem contra a violência às mulheres e instituíram a Campanha do Laço Branco, distribuindo 100 mil laços brancos com o objetivo de mostrar para o mundo que nem todos os homens concordavam/concordam com a atitude do jovem responsável pelo massacre”, informa o panfleto.
16 dias de ativismo
Entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro, uma série de ações buscarão sensibilizar a população no sentido de perceber e enfrentar as diversas modalidades de agressão à figura feminina. É a agenda dos “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. Neste período, haverá palestras sobre a “Lei Maria da Penha” e a solidariedade entre mulheres, assim como mobilização contra o assédio sexual (campanha do Laço Branco), além de simpósio para marcar o “Dia Internacional dos Direitos Humanos”. A data, instituída em 1991, é celebrada mundialmente desde 2003, atualmente em mais de 100 países. Confira a programação completa no seguinte link: http://www2.hortolandia.sp.gov.br/images/banners/programacao_direitoshumanos.pdf
Segundo Tino Sampaio, no Brasil a campanha ganha cinco dias a mais, uma vez que a contagem começa a ser feita no dia 20 de novembro. “Queremos tirar o tema do campo da normalidade. Discutir a situação da violência de maneira ampla. Despertar os homens e sensibilizá-los de que alguns atos habituais podem ser de violência, seja verbal, financeira, de cerceamento de liberdade ou de igualdade de condições. Queremos causar estranhamento para promover a reflexão, uma consciência reflexiva”, comenta Sampaio.
A programação do “Direitos Humanos em Debate” se encerra no dia 10 de dezembro, com um simpósio que marca o “Dia Internacional dos Direitos Humanos”.
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