Prefeitura apoia implantação de porto seco em Hortolândia
Proposta esteve em pauta em fórum sobre políticas públicas para o setor ferroviário, realizado na USP
Cidade que surgiu e cresceu em torno da ferrovia, Hortolândia, a antiga “Jacuba”, está pronta para abrigar mais um importante equipamento econômico e viário: um “porto seco”, isto é, uma espécie de estação aduaneira, localizada no interior paulista, capaz de conectar rodovias e/ou ferrovias do Centro Oeste-Sudeste ao porto de Santos e funcionar como centro de transbordo desta carga marítima para o entorno. A proposta, defendida pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, Dimas Corrêa Pádua, está alinhada com os demais temas debatidos durante o Fórum “Ferrovias em foco: políticas públicas para o setor”, realizado na última quinta-feira (15/06), no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) da USP (Universidade de São Paulo), na capital paulista.
O município, representado por Pádua e Rodrigo Oliveira, atual secretário adjunto da pasta, foi convidado a participar do evento pelo presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate. Hortolândia detém uma importante malha ferroviária gerenciada pela Rumo Logística e abriga oito empresas de médio e grande porte de produção de trens, vagões, metrôs e monotrilhos, dentre elas CAF, Bombardier e AmstedMaxion, além de outras de reforma de locomotivas.
Histórica, cultural e economicamente, o setor ferroviário é muito importante para a cidade, como mostram dados levantados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação. Afinal, aqui são produzidos, atualmente, 600 vagões/ano. No ressurgimento do setor no País, entre os anos de 2010, 2011, o município já chegou a fabricar cinco mil vagões/ano e a empregar 1.500 trabalhadores em empresas de produção do metrô.
A despeito dos números atuais, Pádua se mostra otimista com o que ouviu no fórum. A Rumo anunciou o investimento de R$ 35 bilhões para a área ferroviária, R$ 11 bilhões (até 2035) especificamente para o município, onde a empresa já havia anunciado e pactuado com a Prefeitura a construção de um viaduto sobre a estrada de ferro que ligará a Avenida São Francisco (Vila Real) à Santana (Jardim Amanda), a ser entregue até 2024. Além disso, a malha ferroviária brasileira hoje emprega 43 mil pessoas; em 1997, o setor contratava 16 mil trabalhadores, o que mostra um crescimento.
“O evento mostrou a relevância do setor ferroviário para o nosso município, pois além de ter empresas importantes do setor, que produzem vagões, o metrô e o monotrilho, abriga as que reformam locomotivas e é muito importante para a economia local. Um dos focos para políticas públicas para o setor é o modelo de integração de cidades portuárias com cidades com malhas ferroviárias, como é o nosso município. É importante atrair investidores para dimensionar um porto seco aqui, que permita interagir modais de extrema importância para a logística, para o Estado de São Paulo e o nosso País, sendo também importante na geração de emprego e renda para o nosso munícipe. Aguardamos ansiosos a construção do viaduto sobre a linha férrea, que vai interagir de forma mais significativa, entre bairros importantes”, afirma Pádua.