Prefeitura de Hortolândia realiza reuniões online para pessoas que querem parar de fumar
O isolamento social tem provocado problemas psicológicos. Para tentar amenizar os efeitos negativos da pandemia, muitas pessoas recorrem ao cigarro, que por sua vez, traz outros problemas à saúde. Para ajudar quem quer parar com este vício, a Prefeitura de Hortolândia realiza reuniões online do programa de tabagismo.
Criado em 2005, o programa promove encontros com fumantes em que eles recebem informações sobre a dependência do tabaco, trocam experiências e dão apoio para os demais participantes que querem parar com o vício. Os encontros são realizados em 10 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município que têm equipes multidisciplinares de profissionais para atender pacientes que querem parar de fumar. São elas: UBSs Amanda I, Amanda II, Campos Verdes, Nova Hortolândia, Figueiras, Parque do Horto, Novo Ângulo, São Bento, São Jorge e Santiago.
Em razão da pandemia do Coronavírus, os encontros presenciais foram suspensos. De acordo com a coordenadora do programa, a médica Regina Happ, o programa passou a promover as reuniões por meio de grupos online. O primeiro grupo, criado em dezembro de 2020, é formado por 11 pacientes atendidos pela UBS Novo Ângulo.
A coordenadora explica que no primeiro mês o grupo teve reuniões uma vez por semana com cunho motivacional. “No terceiro encontro, procuramos estabelecer com o fumante uma data para ele deixar o vício”, destaca Regina. Em janeiro deste ano, as reuniões foram quinzenais, com alguns dos participantes já em início de tratamento. A partir deste mês, as reuniões são a cada 30 dias para não deixar os participantes desamparados e ajudá-los em caso de recaída. O grupo deve manter as reuniões durante um ano.
De acordo com a médica Regina Happ, o primeiro grupo online tem surtido efeito positivo. “O primeiro grupo está dando muito certo. Cerca de 75% dos participantes já estão em fase de parar de fumar e iniciar o tratamento”, destaca Regina. O programa fornece gratuitamente para os pacientes os medicamentos para o tratamento.
DISPOSIÇÃO
Uma das participantes do grupo que conseguiu parar de fumar é Brenda de Sousa Araújo, de 26 anos. A jovem conta que começou a fumar aos 13 anos. Por intermédio da mãe, Brenda decidiu participar do grupo. “Eu não achei que conseguiria ficar nem uma única semana sem cigarro. Fui participar do grupo por ‘obrigação’. Eu não tinha muita vontade e nem perspectiva para largar o cigarro. Mas, com o grupo, fui abrindo um pouco mais a mente .O dinheiro que economizei ao parar de fumar não se compara com a disposição que eu sinto hoje. Eu não conseguia varrer a casa que já sentia muita falta de ar. Hoje, não sinto tanta falta do cigarro e sou muito grata”, destaca a jovem.
De acordo com a coordenadora Regina Happ, o programa deve abrir em breve mais dois grupos online, um segundo para pacientes da UBS Novo Ângulo e outro para pacientes do CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), órgão da Secretaria de Saúde.
Fumantes que querem parar com o consumo de cigarro, podem procurar alguma das 10 UBSs capacitadas para participar do programa. De acordo com a coordenadora, é necessário no mínimo oito pessoas para abrir um novo grupo.
DOENÇAS
De acordo com a coordenadora do programa, Regina Happ, o tabagismo é considerado uma doença epidêmica decorrente da dependência da nicotina, classificada no grupo de transtornos mentais e do comportamento em razão do uso de substâncias psicoativas.
Além de ser uma doença, o tabagismo pode causar diversas doenças, tais como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. O fumo é responsável por 71% das mortes por câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e 10% das doenças cardiovasculares.
Ao parar de fumar, a pessoa já sente benefícios em sua saúde. Confira abaixo:
– Após 20 minutos: pressão e pulsação voltam ao normal
– Em 8 horas: nível de oxigênio no sangue normaliza
– Em 48 horas: aumenta a capacidade de sentir cheiro e sabor
– Após duas semanas a três meses: a circulação melhora e a função pulmonar aumenta
– De cinco à quinze anos: o risco de infarto é igual ao de uma pessoa que nunca fumou
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