Prefeitura forma mais 100 pessoas no curso de Libras
Mais de 100 formandos receberam, na noite desta segunda-feira (09/12), o certificado de conclusão do Curso de Formação Continuada em Libras (Língua Brasileira de Sinais), promovido pela Prefeitura de Hortolândia. Mais que a entrega de diplomas, a cerimônia marcou também a celebração pela décima edição do curso, realizado gratuitamente pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, de modo a beneficiar profissionais da educação municipal e também membros da comunidade. As secretárias Sandra Fagundes Freire (titular) e Roberta Morais Diniz (adjunta); a diretora Maybe Letícia Lordano de Freitas (Educação Básica) e a coordenadora da Educação Especial e Inclusiva, Regina Célia Dias A. Shigemoto, participaram do evento, que aconteceu no auditório Profa. Andreia M. Borelli, no Remanso Campineiro.
“Não é apenas mais uma formação. São 120 pessoas que estão valorizando e participando da emancipação da vida de muitos cidadãos de Hortolândia. Então, nesse sentido, queremos parabenizar cada um de vocês, que estão se formando hoje e acreditam neste trabalho, nesta formação e têm a disponibilidade para contribuir com a nossa sociedade”, ressaltou a secretária Sandra Fagundes Freire, anunciando a abertura de novas turmas do curso para 2020, tanto para servidores municipais, quanto para a sociedade em geral.
Durante a cerimônia, a coordenadora da Educação Especial e Inclusiva, Regina Célia Dias A. Shigemoto, relembrou os primeiros tempos da formação, disponibilizada pelo município. “Já são 10 anos de curso de Libras. Inicialmente, foi um curso de poucas horas e com poucas pessoas. Atualmente, temos dois cursos de 120h, destinado aos profissionais de Educação e outro para a comunidade e outros serviços da Prefeitura. Cada ano fica melhor e mais pessoas querem participar. Temos em torno de 800 a 1000 inscritos para os dois cursos, com 120 vagas”, afirmou ela, acrescentando. “O curso que oferecemos na cidade é reconhecido em toda a região, pois a carga horária é maior, tendo mais atividades e oficinas. Os especialistas que ministram são sempre reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação) e o grande diferencial é que buscamos valorizar não só a Libras, mas toda a cultura, a questão sintática e a semântica. Outro ponto que destacamos é que temos duas turmas, uma com professores da rede, onde exploramos o viés educativo, e outra turma com pessoas da comunidade, que trabalham no Fórum, em unidades de saúde, em comércios, bancos e exploramos um viés de relacionamento. Quanto mais pessoas pudermos formar, melhor e mais inclusiva será a vida dos surdos na sociedade”, ressaltou Regina.
“Este ano, nosso curso está completando 10 anos de existência na Prefeitura. É o primeiro e o único no país que englobou toda esta população, muito antes de a Libras ter toda a visibilidade que tem hoje. É um curso para iniciantes, é a base para o aluno ir buscar outros conhecimentos, até uma pós-graduação. Mas permite a comunicação com os surdos. Se o surdo chegar numa repartição pública, vai se sentir acolhido, que ele pode se comunicar com as pessoas. Todos aos anos trago um representante da comunidade surda para estar comigo, um surdo que tem domínio de Libras para agregar conhecimento e para os alunos conhecerem o que acontece de verdade”, comentou a professora Elaine Aparecida da Silva.
Entre os formandos estava a psicóloga Elisabeth Felipe de Aquino, que atua profissionalmente e mora em Sumaré. “Fazer este curso em Hortolândia foi um presente. Lá em Sumaré não temos a oportunidade de fazer a Libras. Tem uma instituição que oferece, mas abre poucas vagas. Eu acho que é de extrema importância representar a Psicologia neste lugar e ampliar este olhar. Quando a gente fala em uma pessoa surda, fala também de uma comunidade, porque ela vive em sociedade e precisa ter acesso. Não só de ser incluso, mas saber que esta é uma língua e é necessário respeito e a interação deste sujeito no meio, que todos possam ter acesso a esta forma de falar”, ressaltou Elisabeth.
Para melhorar a atuação profissional, a nutricionista Kelly Cristina Henrique da Silva Gonçalves, que mora em Hortolândia e trabalha no setor privado, decidiu fazer o cursos de Libras. “Muitas empresas onde o grupo em que eu trabalho atua tem surdos e, às vezes, eles perguntam e a gente não consegue atender. Querem ser bem atendidos e saber coisas sobre nutrição. Por esta necessidade, resolvi que eu deveria me incluir no mundo deles. Por isso, busquei a Libras para me inteirar a atender este público”, argumentou a profissional.
“Este curso torna a gente mais humana. A gente vê a dificuldade do surdo na sociedade, como sofre por ter uma invisibilidade social, por serem deixados de lado. Este curso me ajuda por me dar mais um
pouco de segurança para me comunicar com eles e ajudá-los a ter uma vida mais digna, porque parece que vivem num mundo paralelo”, destacou Sandra Ap. Gomes Benedito, profissional da educação na Emef Salvador Zacarias Pereira Jr, no Jd. Novo Ângulo.
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