Teatro ensina alunos do ensino fundamental como combater a Dengue
Um menino é picado pelo mosquito Aedes aegypti, fica doente e não pode mais brincar. Enquanto esperam o amigo se recuperar, um grupo de crianças vai pela vizinhança em busca de locais onde o mosquito pode estar escondido. Será na caixa d’água sem tampa? Nas garrafas e vasilhas que acumularam água? Este é o enredo da peça teatral que segue em apresentação pelo grupo “Os Verônicas”, até o final deste mês, nas 26 Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) da Prefeitura de Hortolândia. Até o final deste mês, todas as 26 Emefs receberão a peça, atingindo cerca de 11,3 mil alunos.
Na plateia, as crianças observam atentas à peça, que apresenta músicas criativas sobre o tema e convida os pequenos a participarem com palmas. Às vezes, com gritinhos de medo quando o “mosquito da Dengue” aparece. “Minha mãe tem muito medo do mosquito da Dengue. Ela fecha as janelas para evitar que eles entrem em casa. Eu ajudo ela, olhando se tem alguma coisa que fique com água. No meu quintal tem uma caixa, onde minha mãe guarda as garrafas bem protegidas”, disse a estudante Ana Beatriz Ferreira Félix, de 6 anos, aluna da Emef Renato da Costa Lima. “Eu gostei desse teatro, porque a gente precisa saber onde pode ter Dengue. Ninguém na minha casa nunca ficou doente por causa do mosquito”, afirmou a pequena Micaela Vitória Gomes Pereira, de 7 anos, estudante da Emef Renato.
De acordo com a pedagoga da Secretaria de Saúde, Renata Cristina Muller, o objetivo da Prefeitura em levar a peça teatral às escolas é apresentar o tema de forma lúdica às crianças, uma vez que elas se tornam multiplicadoras de conhecimento. “A peça foi montada pelo grupo teatral especialmente para esta finalidade. Por isso, as crianças se envolvem bastante, uma vez que falamos a linguagem delas”, enfatizou Renata.
O grupo teatral “Os Verônicas” surgiu da união de ex-alunos do curso profissionalizante de artes dramáticas, promovido pela Prefeitura de Hortolândia na Escola de Artes “Augusto Boal”, localizada no Jd. Amanda. Os atores são Thairine Barbosa, Daniel Miranda e Giovana Campos, todos moradores do Jd. Amanda.
Equipes de combate à Dengue percorrem as ruas do Jd. Amanda, nesta semana
Agentes da UVZ (Unidade de Vigilância e Zoonoses) que atuam no trabalho de combate à Dengue estarão no Jd. Amanda, até a quinta-feira (14/11), visitando casa a casa e levando orientações aos moradores de como eliminar criadouros do Aedes aegypit, mosquito transmissor da Dengue, Chykunguinya e Zika. Neste ano, Hortolândia registra 1.252 casos positivos de Dengue, entre eles, dois óbitos.
A população pode colaborar com o trabalho da Prefeitura permitindo o acesso dos agentes aos imóveis. Os profissionais da UVZ estão identificados com camiseta e crachá da Prefeitura. Durante a visita, não são solicitados dados bancários nem documentos pessoais dos moradores.
Entre as dicas da UVZ para evitar criadouros do Aedes aegypti estão: proteger ralos com tela; observar calhas com frequência; vedar caixas d’água; proteger da chuva objetos que acumulam água; limpar o compartimento de degelo das geladeiras; guardar brinquedos em local coberto; trocar a água das vasilhas dos animais com frequência; entre outras orientações.
Para conscientizar a população sobre a importância de manter quintais e casas livres de objetos que possam acumular água, a Prefeitura de Hortolândia lançou, em 2017, o Programa Agenda Verde, ação que envolve diversas atividades, como mutirões, Cata Bagulho, plantio de árvores em terrenos antes usados para descarte de lixo, tudo com o objetivo de deixar a cidade mais limpa. Além de colaborar com a manutenção urbana, a Agenda Verde busca despertar na população o sentimento de parceria, uma vez que todos são responsáveis pela limpeza da cidade. A Prefeitura acredita que mobilizando a população, será mais fácil resolver, em conjunto, questões ambientais que se tornam problemas de saúde pública.
A Prefeitura também criou, em setembro do ano passado, o Plano Municipal de Combate a Arboviroses, com a proposta de prevenir doenças causadas por picadas de mosquito. Com este plano, a Prefeitura traça as ações básicas para combate às doenças, como eliminação de criadouros do Aedes Aegypti por meio de mutirões semanais; prevenção, com orientação à população; e tratamento de pacientes, incluindo a conduta dos profissionais da rede de saúde quanto à necessidade de notificação dos casos suspeitos, até o atendimento hospitalar dos casos mais graves.