Experiência de Hortolândia na Educação Inclusiva é destaque em congresso
II Congresso Transformações no Ensino pela Inclusão para Aprendizagens com foco na Sustentabilidade Humana reuniu centenas de estudiosos brasileiros, em Minas Gerais, neste mês
A experiência da Prefeitura de Hortolândia na área da educação especial e inclusiva foi destaque no II IDEIAS (Simpósio Interdisciplinar Design e Educação na Inclusão para a Autonomia Sustentável). O evento integra o II TEIAS (Congresso Transformações no Ensino pela Inclusão para Aprendizagens com foco na Sustentabilidade Humana), que reuniu 280 pesquisadores de 41 IES (Instituições de Ensino Superior), dentre eles professores doutores, mestres e orientandos com pesquisas voltadas ao tema da pluralidade cultural, inclusão e sustentabilidade humana, no CEFET-MG, em Belo Horizonte/MG, nos dias oito e nove deste mês.
O convite para a exposição do trabalho e da organização dos serviços municipais partiu da Profa. Dra. Jackeline Lima Farbiarz, diretora do Departamento de Artes & Design e coordenadora do Laboratório Linguagem, Interação e Construção de sentidos no Design da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). A Secretaria de Ciência e Tecnologia foi representada pelos servidores Regina Célia Almeida Dias Shigemoto e Isaac Rodrigues Saglia, responsáveis pela Educação Especial e Inclusiva no município.
Além de apresentar o trabalho da EEI (Educação Especial e Inclusiva) desenvolvido pela Prefeitura, no II TEIAS, no dia 08/08, a equipe participou, no dia 09/08, do GT (Grupo de Trabalho) “Inclusão, pluralidade cultural e sustentabilidade humana”, que busca discutir e apresentar formas de trabalhar com as questões relacionadas à Inclusão, pluralidade Cultural e sustentabilidade humana.
Atualmente, por meio da EEI, a Prefeitura atende 618 alunos incluídos nas 58 escolas da rede regular de ensino, bem como 149 estudantes no CIER (Centro Integrado de Educação e Reabilitação) “RomildoPardini”, na escola e em oficinas, e 163 no Programa Distúrbios de Aprendizagem.
Em Hortolândia, “a Educação Especial surgiu desde a sua emancipação (há 28 anos). Foi organizada para a identificação, elaboração e organização dos recursos e técnicas, minimizando as barreiras atitudinais, comunicacionais, arquitetônicas e tecnológicas para plena participação do aluno em seu processo de autonomia, locomoção, comunicação e escolarização, respeitando suas especificidades”, explica Regina Shigemoto.
No encontro, além da trajetória da Educação Especial e Inclusão no município, foram apresentadas as conquistas e os desafios do fazer cotidiano, relacionando essa história específica com os marcos da Educação Especial no Brasil e no mundo. Um tema ainda considerado ainda novo no universo brasileiro. “Somente após a Constituição Federal de 1988, passa ser pensado e discutido. Até então o ‘outro considerado diferente’ era visto como fonte de todo mal, o ‘Outro’ era blindado como ser pertencente a um único espaço cultural, ou o ‘Outro’ como alguém a tolerar”, explica a especilista. Diante de muitas lutas, discussões e acesso de maior número de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência às escolas regulares e à vida social, o panorama de estigma vem diminuindo e o conceito que se discute atualmente é o da sustentabilidade humana, que não se restringe somente às questões ambientais, mas também das relações sociais e das vulnerabilidades, como uma questão de bem-estar e desenvolvimento humano pautado pelo autoconhecimento, o respeito e a responsabilidade”, afirma ela, complementando: “O Autoconhecimento, por ser a mais clara forma de consciência sobre seus próprios valores e barreiras a serem enfrentadas, sobre como se sentir bem e motivado. O respeito surge como pilar, pois mesmo aqueles que têm restrições quanto à sua sociabilidade estão direta ou indiretamente relacionados a outros seres humanos e isso implica em interações respeitosas para que as ações não se sobreponham às vontades. Por fim, a Responsabilidade, pois é através dela que é possível desenvolver a atenção e assumir suas posições e pensamentos, interagir com os demais com possibilidades de um crescimento ordenado do coletivo. Sentimo-nos muito honrados e orgulhosos com o convite”, ressaltou a coordenadora pedagógica.
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