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Seminário destaca ações de Hortolândia para recuperar Quilombo

Seminário destaca ações de Hortolândia para recuperar Quilombo

Evento sobre “Revitalização dos recursos hídricos do município de Hortolândia”, realizado nesta quarta-feira (20/03), reuniu representantes da Prefeitura, Consórcio PCJ, Cetesb e Sabesp

 

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, as ações de Hortolândia para a recuperação do Ribeirão Quilombo foram destacadas, durante o seminário sobre “Revitalização dos recursos hídricos do município de Hortolândia – afluentes do Ribeirão Quilombo”, promovido pela Prefeitura. O avanço na coleta e tratamento de esgoto, o plantio de mudas de árvores, a recuperação de nascentes, assim como a remoção de famílias de áreas verdes foram destacadas pelos participantes. O evento, que integra a programação oficial em torno da data, contou com a presença do prefeito Angelo Perugini, assim como de representantes do Consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e de secretarias municipais. Cerca de 200 pessoas lotaram o auditório Profa. Andreia Marise Borelli, no Remanso Campineiro, dentre elas estudantes da ETEC-Hortolândia (Centro Paula Souza), profissionais da Educação e demais servidores municipais.

“Vivemos em uma região de estresse hídrico crônico. Precisamos revitalizar o Ribeirão Quilombo, um rio morto, pois assim revitalizamos os demais. Cada gota de água é importante. Cada gota de água faz falta para a região de Campinas. Ele corta seis municípios. São 12 milhões de habitantes. Não podemos depender do Sistema Cantareira”, alerta o secretário-executivo do Consórcio PCJ, Francisco Carlos Castro Lanhóz, ao falar sobre o programa de revitalização do curso d’água de apenas 54,7 km de extensão, que nasce em Campinas, passa por Nova Odessa, Hortolândia, Sumaré, Paulínia e deságua em Americana.

“Ele tem vazão média de 5,5 metros cúbicos por segundo. Não consegue respirar, pois recebe muitas águas poluídas. Em 2017, o Consórcio PCJ propôs um plano de revitalização para ressuscitar este morto. É uma ação organizada em que cada um dos municípios busca aprimorar as ações previstas. Buscamos Hortolândia para pedir ajuda. Em 2002, foi o único município que fez o combinado com o PCJ. Queremos que o Quilombo, antes usado só para turismo e navegação, possa até 2035 fornecer água para beber”, explica Lanhóz. Interessados em conhecer mais a fundo o projeto podem acessar o site agua.org.br (na biblioteca digital/publicações) e baixar o livro digital “Ribeirão Quilombo: o desafio de trazer a vida de novo”, por meio do link https://agua.org.br/biblioteca/livro-ribeirao-quilombo/ 

“Hoje, vemos aqui pessoas interessadas em discutir a questão ambiental, a questão da água. Quando olhamos para o Ribeirão Quilombo temos que olhar para nós mesmos, mostrar os cuidados que tivemos com a água [da Emancipação do município até agora] e olhar também para os gargalos. Há muito pela frente a fazer. Temos muitas nascentes, quais delas podem melhorar? Quantas estão debaixo de casas? O desenvolvimento urbano, às vezes, foi destruidor da causa ambiental. Saímos de 0% para 95% de esgoto coletado e 100% de esgoto tratado, em 13 anos, um grande esforço. Porém, queremos nossas lagoas limpas para reúso destas águas, para servir à comunidade de Hortolândia. Vemos locais de áreas verdes indevidamente ocupados que precisam ser devolvidos ao meio ambiente. Hortolândia tem a missão de ser uma cidade saudável, ambientalmente correta. Nossa sociedade, inconsciente, ainda joga lixo em casa, na frente das casas, nas ruas. O Poder Público não pode ser instrumento de destruição, mas força para a construção de uma cidade saudável”, defendeu Perugini.

Descarte irregular de esgoto

Segundo o gerente da Cetesb, engenheiro José Ferreira Assis, o Ribeirão Quilombo faz parte da identidade da região. As estações de tratamento de água e esgoto levam o nome do curso de água. Para que o projeto de revitalização tenha êxito, é fundamental o envolvimento da população. “Por quer não temos o Quilombo revitalizado até 2022?”, propõe. Assis destacou que, tão logo soube do lançamento do projeto, “o prefeito Angelo acolheu a proposta, convocou a equipe e já propôs o cronograma de trabalho”.

Em sua exposição, a secretária-adjunta de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Eliane Nascimento, esclareceu que, dos cerca de 55km de extensão, apenas 3,51km do Quilombo passam por Hortolândia, na divisa com a vizinha Sumaré, nas proximidades com o bairro Orestes Ôngaro. No entanto, todos os córregos e as nascentes nas proximidades, tais como os córregos Jacuba, Santa Clara, Gazeta, Hortolândia e Terra Preta, são afluentes do Quilombo. Daí a grande importante de que ele seja revitalizado.

Segundo ela, um dos vilões da poluição dos recursos hídricos é o descarte irregular de esgoto. “Uma das metas da Prefeitura é a recuperação e preservação de nascentes. Hoje, com base num estudo de 2018, temos 18 nascentes preservadas, isto é, monitoradas e acompanhadas. Conquistamos junto ao FID (Fundo de Interesses Difusos) R$ 1 milhão para a recuperação de nascentes do Ribeirão Jacuba. A liberação deste recursos está prevista para acontecer neste ano, com início das ações em 2019. A recuperação das nascentes do Parque Irmã Dorothy, no Jd. Nossa Senhora de Fátima, é um exemplo do que se pode fazer na recuperação de nascentes. Outra ação de destaque será o plantio de 7.863 mudas de árvores no trecho de 3,51km do Ribeirão Quilombo, em Hortolândia”, afirma a ambientalista.

A preocupação em torno do esgoto clandestino é compartilhada também com a Sabesp. Em sua exposição, o gerente de Setor da Companhia, Cristiano Silveira, listou alguns problemas enfrentados no município: áreas irregulares, construções irregulares na viela sanitária, lançamento de águas cinzas (tipo específico de esgoto que inclui água de pia, de tanque e de chuveiro) na galeria de águas pluviais (guia/sarjeta), água pluvial lançada na rede de esgoto e mau uso da rede coletora de esgoto (descarte de lixo).

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Nazareno Zezé Gomes, o objetivo do debate foi propor ações entre as diversas secretarias municipais e a Sabesp, com o apoio da Cetesb e do Consórcio PCJ. “Juntos queremos resgatar e recuperar os recursos hídricos de Hortolândia em sua forma natural, pois são afluentes do Ribeirão Quilombo, que, por sua vez, pode vir a se apresentar como alternativa hídrica para a região das Bacias Hidrográficas do PCJ”, complementa o secretário.

Eixo ambiental do PIC

Ainda durante o seminário, o prefeito Angelo Perugini ressaltou que a Prefeitura de Hortolândia vai investir R$ 34 milhões em recuperação ambiental, por meio de obras e ações do PIC (Programa de Incentivo ao Crescimento), relativas ao chamado “Eixo Ambiental”. Provenientes da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), os recursos correspondem a 20% do total de R$ 170 milhões liberados para a realização de mais de 100 obras e serviços que vão transformar a vida de Hortolândia pelos próximos 30 anos. As intervenções do “Eixo Ambiental” darão continuidade ao corredor ecológico na cidade, com cinco parques socioambientais interligados por meio de cerca de 10km de ciclovia. Está prevista também a canalização de afluentes do Ribeirão Jacuba, nas regiões do Jd. Nova Hortolândia e do Jd. Carmem Cristina, assim como a urbanização da área da lagoa que fica sob a Ponte Estaiada e o desassoreamento das lagoas do Pq. Remanso das Águas e sob a Ponte Estaiada. “Vamos dar um abraço de meio ambiente na região que interliga toda Hortolândia. Vamos integrar o homem nas regiões revitalizadas”, afirmou o prefeito.

“Abraços” nas lagoas

Neste ano, além do seminário, haverá três eventos comemorativos envolvendo a comunidade, todos com direito a “abraço simbólico” em lagoas da cidade: as do Jd. Amanda I; a do Parque Socioambiental Lago da Fé, no Jd. Alvorada; e a do Parque Irmã Dorothy Stang, no Jd. Nossa Senhora de Fátima. A iniciativa é da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A data é tradicional no calendário ambiental.

SERVIÇO:

Dia Mundial da Água

Evento 1: Lagoas do Jd. Amanda I

Data: 21/03/2019, quinta-feira, às 9h

Local: Lagoas do Jd. Amanda, entre as ruas Tiradentes e José Bonifácio

Atividades: Abertura, apresentação musical e “abraço simbólico” na lagoa

 

Evento 2:  Parque Socioambiental Lago da Fé

Data: 22/03/2019, sexta-feira, às 9h

Local: Lago da Fé, na Avenida Joaquim Martarolli, no Jardim Alvorada

Atividades: Abertura, apresentação musical, “abraço simbólico” na lagoa e plantio de 300 mudas de árvores

 

Evento 3: Lagoa do Parque Irmã Dorothy Stang

Data: 27/03/2019, sexta-feira, às 9h

Local: Lagoa do Parque Irmã Dorothy Stang, na Rua Manoel Antonio da Silva, 415, no Jd. Nossa Senhora de Fátima

Atividades: Abertura, apresentação musical e “abraço simbólico” na Lagoa

 

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