Estudo do lixo mostra importância da coleta seletiva em Hortolândia
A pedido da Prefeitura, consórcio Horto Ambiental pesquisou padrões de descarte em todas as regiões da cidade; resultados nortearão políticas públicas na área ambiental
O programa de coleta seletiva, porta a porta e voluntária, implantado pela Prefeitura de Hortolândia, é efetivo e deve ser ampliado. A conclusão é do estudo gravimétrico, uma pesquisa técnica para a caracterização dos resíduos sólidos oriundos da coleta regular domiciliar feita em todas as regiões da cidade. Realizada pelo Consórcio Horto Ambiental a pedido da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a pesquisa acaba de ser divulgada. Os resultados foram apresentados, na última terça-feira (09/10), durante reunião na Sala de Licitações do Paço Municipal Palácio das Águas, no Remanso Campineiro, com gestores municipais da área ambiental e de Serviços Urbanos, administradores regionais, técnicos da empresa parceira de coleta de lixo e representantes do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos) e da empresa Di Base Ambiental.
Segundo o relatório da pesquisa, os dados relativos aos 20 setores de coleta existentes na cidade foram coletados entre os dias seis e 31 de agosto e tabulados em setembro. No total, verificou-se que 44,07% correspondiam à matéria orgânica (veja abaixo), mas, em meio ao chamado “resíduo molhado”, em parte reaproveitável por meio de compostagem, havia também resíduos sólidos, materiais potencialmente recicláveis, tais como: plástico (13,35%), papel e papelão (11,61%), folha, mato e galhada (3,69%), vidro (1,28%), madeira (1,15%), couro e borracha (1,08%), metal ferroso (1,07%) e metal não ferroso (0,61%).
De acordo com o supervisor da pesquisa, engenheiro José Baldino S. Vasconcelos, da Horto Ambiental, o índice de material orgânico encontrado em Hortolândia, de 44%, corresponde à média nacional e também regional – o de Campinas é da ordem de 40%. No estudo, ficou evidenciada também a diferença entre regiões onde o programa de coleta seletiva porta a porta já foi disponibilizado e onde ainda não foi. No Jd. Amanda, por exemplo, aonde o programa ainda não chegou, os índices de recicláveis misturados aos orgânicos é maior. Lá, foram encontrados 22,51% de papel/papelão e 22,51% de plástico. No Jd. Nossa Senhora de Fátima, onde a coleta seletiva casa a casa passou a ser feita no final de julho, os índices já estão bem menores: 4,72% de papel/papelão e 11,37% de plástico.
“O estudo gravimétrico proporciona ao município conhecer a especificidade dos resíduos descartados pela população nos serviços de coleta domiciliar, podendo nos fornecer dados de grande relevância quanto a características dos resíduos gerados por regiões, garantindo dados que direcionam o poder público na gestão de resíduos sólidos. O estudo realizado apontou que a cidade possui porcentagens significativas de materiais recicláveis e reutilizáveis no resíduo domiciliar, demonstrando a necessidade de expansão e sensibilização da população quanto à participação no projeto de coleta seletiva”, avalia a secretária-adjunta de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Eliane Nascimento.
“Os resultados do estudo terão serventia para um planejamento coerente dos recursos necessários para otimizar a triagem de materiais recicláveis na Cooperativa Águia de Ouro, bem como a demonstração de um panorama mais amplo para a elaboração de um novo plano de expansão da coleta seletiva, que atualmente atende 28 bairros. A matéria orgânica, que representa 44 % da composição gravimétrica geral do município, pode ser explorada em possíveis projetos de compostagem, assim como materiais como as folhas, o mato e as galhadas, encontrados em regiões dotadas de arborização e paisagismo”, complementa o engenheiro.
“O estudo gravimétrico significa que a Prefeitura, em parceria com o Consórcio Horto Ambiental, busca o aprimoramento do sistema municipal de gestão de resíduos sólidos. Fizemos a caracterização do material encontrado nos sacos de lixo da cidade para descobrirmos o que a população descarta. Queremos fazer o estudo ano a ano para termos uma série histórica que nos ajudará a executar investimentos e campanhas educativas sobre coleta seletiva, compostagem e combate ao descarte de entulhos em nossa cidade”, afirma o diretor de Licenciamento Ambiental, Gustavo Belic Cherubina.
Agenda Verde
A coleta seletiva integra o programa Agenda Verde – Mutirão de Limpeza e Zeladoria, criado pela Administração Municipal para envolver a população na tarefa de fazer o descarte correto de lixo e manter a cidade limpa. A ação promove palestras de conscientização ambiental e plantio de árvores. Além disso, recolheu desde sua implantação, em março do ano passado, a maio deste ano, aproximadamente 14 mil toneladas de entulho e resíduos inservíveis, descartados pelas ruas de Hortolândia.
A coleta seletiva acontece de dois modos: de maneira voluntária e feita porta a porta. Para a coleta seletiva voluntária a Prefeitura disponibiliza nos bairros dois tipos de equipamentos: os PEVs (Pontos de Entrega Voluntária de Entulhos e outros recicláveis) e os LEVs (Locais de Entrega Voluntária de Recicláveis). Existem ao todo 18 equipamentos já implantados, de modo permanente – sete PEVs e 12 LEVs.
Atualmente, o programa de coleta seletiva porta a porta atende cerca de 20 mil famílias, em 28 bairros de Hortolândia, o que representa aproximadamente 20% dos 114 bairros do município. São eles:
1. Jd. Firenze,
2. Pq. Ortolândia,
3. Jd. Novo Cambuí,
4. Jd. das Figueiras,
5. Jd. São Sebastião,
6. Loteamento Adventista Campineiro,
7. Jd. Rosolen,
8. Jd. Santa Izabel,
9. Jd. Sumarezinho,
10. Jd. Adelaide,
11. Terras de Sto. Antonio,
12. Jd. Lírio,
13. Jd. Paulistinha,
14. Vila Ipê,
15. Sta. Esmeralda,
16. Chácaras Assay,
17. Jd. N. Sra de Fátima,
18. Jd. Ricardo,
19. Jd. N. Sra de Lourdes,
20. Chácaras Fazenda do Coelho,
21. Jd. São Benedito,
22. Jd. Sta. Cândida,
23. Jd. N. Sra. da Penha,
24. Jd. Viagem,
25. Jd. Sto. Antônio,
26. Pq. Gabriel,
27. Pq. São Miguel,
28. Remanso Campineiro.
Veja o resultado geral do estudo gravimétrico:
Classificação |
Peso (Kg) |
Percentual (%) |
Matéria Orgânica |
621,13 |
44,07% |
Plástico |
188,10 |
13,35% |
Papel e Papelão |
163,60 |
11,61% |
Fraldas e absorventes |
112,04 |
7,95% |
Pano e Estopa |
90,75 |
6,44% |
Perdas |
67,47 |
4,79% |
Folha, Mato e Galhada |
52,00 |
3,69% |
Isopor e espuma |
18,26 |
1,30% |
Vidro |
18,00 |
1,28% |
Madeira |
16,19 |
1,15% |
Couro e Borracha |
15,18 |
1,08% |
Metal Ferroso |
15,10 |
1,07% |
Agregado Fino (Pó, terra) |
14,70 |
1,04% |
Metal Não Ferroso |
8,58 |
0,61% |
Louça, Cerâmica e Pedra |
8,30 |
0,59% |
Fonte: Horto Ambiental, setembro de 2018.