Prefeitura denomina auditório “Andreia Marise Borelli”
Espaço, no Remanso Campineiro, será utilizado para formações de profissionais da Educação; cerimônia de inauguração teve palestra da deputada estadual Beth Sahão sobre igualdade de gênero
Cerca de 230 pessoas participaram, na noite desta quinta-feira (23/03), da palestra “Desafios e perspectivas para a construção da igualdade entre mulheres e homens no Brasil”, ministrada pela deputada estadual Beth Sahão. O evento marcou a denominação do auditório “Profª. Andreia Marise Borelli”, localizado na Rua Francisco Guimarães de Oliveira, 130, no Remanso Campineiro, próximo ao Fórum.
O prefeito Angelo Perugini, que também é professor, participou da homenagem feita à professora e lembrou parte do seu trabalho na Rede Municipal de Ensino. “A Andrea é um exemplo que dignifica a missão do professor em nossa sociedade. Não se contentava apenas com o conteúdo pedagógico, ela buscava diversificar suas aulas. A valorização da cultura afrodescendente é um dos temas que ela trouxe para a sala de aula. A Andrea amou e foi amada nessa vida. E ela sabia que, de alguma maneira, não íamos esquecê-la, por quem ela foi e o que representa para nós de Hortolândia”, afirmou o prefeito, ao lembrar-se da colega de profissão.
O auditório, que tem capacidade para até 210 pessoas sentadas e estrutura de som e imagem, além de dois bebedouros e banheiros (masculino e feminino), é destinado a debates e formações. Vinculado à Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, o espaço recebeu melhorias promovidas pela Prefeitura, dentre elas, troca de vidros e de pisos quebrados, conserto de cadeiras, troca de lâmpadas queimadas, roçagem de matos na calçada, pintura e retoque em paredes e pilares, bem como cobertura de fios com nova canaleta.
Palestra
Segundo o portal da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), Beth Sahão é formada em Psicologia pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), mestre em Sociologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e está em seu quarto mandato de deputada estadual.
Na palestra, a parlamentar apresentou dados sobre a violência contra a mulher, explicou os tipos de abusos que elas sofrem no dia a dia, desde o trabalho até o desrespeito dentro de ônibus e metrôs lotados. A deputada ficou surpresa com o fato de Hortolândia não ter uma Delegacia da Mulher. "Como pode uma cidade grande, com mais de 200 mil habitantes como Hortolândia, não ter uma Delegacia da Mulher? Vou marcar uma reunião com o secretário de Segurança do Estado e clamar por isso", disse ela, sendo muito aplaudida.
Também apontou que as delegacias são importantes, pois as mulheres têm mais facilidade para contar os casos de abuso para outras mulheres. No entanto, ainda são falhas, devido ao horário de atendimento ser somente das 8 às 17 horas, sendo que os casos de violência acontecem, em sua maioria, à noite e aos finais de semana, por estarem ligados diretamente ao uso de drogas e de bebidas alcoólicas.
Homenagem
O nome do auditório homenageia a coordenadora pedagógica da rede municipal de Hortolândia, Andreia Marise Borelli, vítima de homicídio em 2014. Familiares da pedagoga, dentre eles a mãe Clarice Zamperim Borelli, o irmão Robson Marcelo Borelli e a cunhada Juliana Maria Santos Borelli, participaram da homenagem, cujo projeto de lei de denominação é do vereador John Lenon (PDT), que também estava presente no evento.
“Fico muito sensibilizado por conseguir homenagear a Andreia, que conheci brevemente em um projeto quando eu era Secretário de Inclusão. Uma mulher inspiradora e cheia de garra. Não teríamos um local melhor para homenageá-la, pois aqui é um espaço de formação, de compartilhar ideias, experiências, de debates e tudo o que possa somar à prática pedagógica", afirma o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes.
Quem é Andreia Borelli
Nascida em Campinas, Andreia Marise Borelli graduou-se em Pedagogia pela Unip (Universidade Paulista) com pós-graduação em psicopedagogia pela mesma entidade. Atuou desde 1999 como professora na rede municipal de Hortolândia. Em sua carreira profissional, assumiu também o cargo de coordenadora pedagógica e diretora, mas era como coordenadora pedagógica que se via como agente mobilizadora ao incentivar os professores à inovação e à efetivação das suas práticas, objetivando um ensino que assegurasse aprendizagens significativas aos alunos, para que se consolidassem como sujeitos de direitos. Esteve à frente de projetos sociais na cidade, tendo como base a Lei 11645 de 2008, que estabelece as Diretrizes e Bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira e indígena”.
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