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Da paixão pela música, Hortolândia ganhou um Lutier

Da paixão pela música, Hortolândia ganhou um Lutier

Eliseu Moracina Cirino contribui com a música raiz produzindo viola, violão e cavaquinho em um ateliê, no Jardim Nova Europa

 

Acompanhando o desenvolvimento industrial de Hortolândia, aliado a valorização da música raiz, Eliseu Moracina Cirino, transformou sua paixão pela música em uma fabrica de obra de arte. O lutier hortolandense, desde 2001, tem um ateliê, atualmente localizado no Jardim Nova Europa, onde produz  viola, violão e cavaquinho.

A intensidade com a qual Cirino conduz cada detalhe da produção dos instrumentos, se confunde com a história da música caipira vivida em Hortolândia. Um dos certificadores de sua viola é Mazinho Quevedo, músico com expressão na região, que realiza projeto de formação continuada, direcionada aos violeiros, em parceria com a Prefeitura de Hortolândia.

Formado em sociologia, Cirino sempre foi apaixonado por música, apesar de não se intitular como músico.  Essa paixão veio do pai que se arriscava na vida de caipira. Um dia, dedilhando uma viola, resolveu saber como funcionava a fabricação do instrumento.  Foi quando começou sua vida como lutier. “Muita gente disse que era difícil e que eu não ia conseguir. Eu persisti e fabriquei 45 instrumentos”, comenta.

Segundo a Secretaria de Cultura, Cirino é o único a fabricar esses instrumentos na cidade. “Já tinha ouvido falar de Cirino, mas o conheci pessoalmente em um dos encontros da formação continuada que a Prefeitura realiza em parceria com Mazinho Quevedo. Faço questão de dar todo apoio a ele. Os atuantes na música de raiz sabem da grande importância que tem um lutier”, destaca o secretário de Cultura, Tino Sampaio.

O músico Ivan Vilela, maestro e especialista em orquestra de violeiros, foi um dos principais incentivadores de Cirino. “Quando decidi começar a fabricação, ele foi um dos que falou para eu ir em frente”, lembra.

Uma das primeiras violas produzidas por Cirino está em uma loja de exposição em Madri. Outra foi entregue ao músico Carles Benavent, que acompanha o consagrado músico Paco de Lucía, violinista espanhol de flamenco, reconhecido internacionalmente.

Segundo Cirino, entre os músicos que admiram o seu trabalho estão o cantor Almir Sater e Daniel. Foram 45 instrumentos fabricados. A média de fabricação de um instrumento é de 15 dias cada um.

Com 12 anos de muita música raiz, o veterano Vitor Gonzaga de Oliveira, conhecido como Caboclinho, integrante da música raiz de Hortolândia e parte da dupla Caboclinho e Fortaleza, é um dos ‘clientes’ de Cirino. Segundo ele, qualquer música fica mais bonita com a arte artesanal produzida pelo lutier hortolandense. “Ouço de longe um instrumento desafinado. Atestei e aprovei a viola de Cirino. É incrível como ele tem o dom de fabricar um instrumento tão importante para a música raiz. Esses dias, fui a uma das lojas mais conceituadas de viola e mostrei o instrumento que ele fabricou, os donos ficaram impressionados com o som da viola dele”, conta Caboclinho.

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