Plano Diretor cria novas diretrizes para construção de edifícios
Legislação, aprovada em junho, permite implantação de prédios de até 20 andares
A nova legislação do Plano Diretor de Hortolândia, em vigor desde junho, criou novas diretrizes que vão mudar o aspecto visual da cidade. Com a consolidação de áreas de verticalização e corredores ecológicos, a Prefeitura delimita áreas onde devem ser construídos, prioritariamente, edifícios e garante condições para que estas áreas tenham equipamentos públicos suficientes para atender novas demandas. Além disso, a questão ambiental agora é item obrigatório aos novos empreendedores, como garantia de proteção aos recursos naturais.
De acordo com a legislação, as grandes avenidas, como a Olívio Franceschini e a Avenida da Emancipação, concentrarão empreendimentos com mais de oito andares. Com isso, serão aprovadas, para estes locais, somente construções térreas ou prédios, ficando vedadas instalações de sobrado ou pequenos prédios, por exemplo.
Já nas avenidas Santana e Anhanguera, as mudanças contemplam aprovação de empreendimentos com, no mínimo, seis andares, além das construções térreas. Em todos os casos, o limite da construção é de 20 andares. Já as Vias Parques, próximas de parques lineares ou socioambientais, terão empreendimentos de até quatro andares, além de sobrados e térreos.
Nas áreas de condomínios, verticais ou horizontais, 20% do espaço deve ser reservado para área verde, com a possibilidade de implantação de parque ou jardim. Além disso, os empreendimentos multifamiliares devem oferecer alguma ação sustentável, como aquecimento solar, reutilização da água da chuva ou separação do lixo doméstico do lixo reciclável para coleta seletiva.
Estes eixos estruturais ocupados por empreendimentos verticais, e a delimitação de áreas para construções térreas, tem como objetivo garantir pleno desenvolvimento das funções sociais de maneira ordenada. Por isso, nas áreas delimitadas para a implantação de condomínios, a Prefeitura terá condições de ampliar a oferta de escolas e unidades de saúde, a fim de atender a nova demanda populacional.
“Queremos ver a cidade crescer em todas as áreas: habitacional, comercial, social e urbana. Por isso, nosso planejamento é integrado, de forma que os novos projetos contemplem sustentabilidade e desenvolvimento. Oferecemos condições para que estes empreendimentos ganhem força, ajudando nossa cidade a avançar ainda mais”, destacou o prefeito Antonio Meira.
“Nosso grupo de trabalho técnico, formado por arquitetos e engenheiros da Prefeitura, conseguiu criar uma legislação que não restringe o crescimento da cidade. Quando organizamos o crescimento, muitas vezes corremos o risco de engessar o desenvolvimento, mas nosso resultado foi satisfatório. Criamos áreas de verticalização e incentivamos este tipo de empreendimento, que já tem demonstrado ser bastante promissor. Isso reflete em mais qualidade de vida para a população, que encontra melhores condições de habitação, e em benefícios para o município, que passa por uma transformação positiva na urbanização”, enfatizou o secretário de Planejamento Urbano, Marcelo Zanibon.
Interesse de mercado
Com a possibilidade de construção de grandes prédios, investidores têm apostado neste mercado que, antes, não era tão explorado no município. A Prefeitura já tem sido consultada por empresários com projetos de construção de torres residenciais e comerciais nas áreas que, pela lei de Zoneamento, tem autorização para receber este tipo de empreendimento. Essa demanda demonstra o potencial de Hortolândia em oferecer atrativos diversos tanto em habitação quanto em negócios, para todas as pessoas.
Em novembro, o empresário Alessandro Furlan, da Furlan Participações, se reuniu com o secretário de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo, Dimas Correa Pádua, para apresentar um projeto habitacional diferenciado. “Fizemos este projeto como mais uma prova de que apostamos na cidade. Já temos prédios comerciais em diversos pontos e agora queremos investir na área imobiliária, com apartamentos voltados às pessoas que não querem construir em condomínio fechado. Fizemos um estudo de viabilidade, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor e tudo caminha para implantarmos este empreendimento”, adiantou Furlan.
Para o secretário municipal, Hortolândia vive um momento de expansão deste tipo de empreendimento. “Temos um grande número de funcionários das empresas da cidade que ainda moram fora. Com a possibilidade de obras maiores, com atrativos e diferenciais, vamos atrair este público. Já temos percebido o interesse destes investidores, que tem nos procurado para que os projetos estejam de acordo com a legislação”, enfatizou Pádua.
De acordo com o proprietário da imobiliária AVM Imóveis, Anderson Cardoso dos Santos, Hortolândia recebe clientes interessados em investir nos imóveis de alto padrão. “Atualmente, temos uma grande procura por condomínios de casas. Acredito que, com a saturação deste mercado, teremos espaço para apartamentos maiores e com diferenciais em relação aos que já encontramos hoje”, justificou.
Além de incentivar a oferta de imóveis diferenciados, Hortolândia também planeja ações de desenvolvimento ordenado de forma que toda a população seja beneficiada. Por isso, a Administração Municipal solicita contrapartidas à estes empreendedores, que vão desde pavimentação de trechos de acesso à implantação de sistema viário mais amplo nas proximidades das obras, garantindo facilidades de acesso e evitando que, com o aumento de tráfego nestes pontos, o trânsito sofra impactos.