Prefeitura ocupa antiga estação e apresenta projeto do Centro de Memória
Projeto foi enviado para a Caixa Econômica Federal nesta sexta-feira (29)
A ocupação simbólica da antiga estação ferroviária de Hortolândia, na Vila Real, onde será implantado o Centro de Memória, e a apresentação do novo projeto arquitetônico do espaço, foram marcadas pela recordação de uma atual casa velha que até 1996 acomodava hortolandenses e turistas que embarcavam de trem. Além do prefeito Angelo Perugini, participaram da visita os servidores que trabalharão na restauração da Estação. A ocupação foi sucedida pela limpeza do local.
Na área de terra, antes de chegar ao primeiro cômodo da estação, será um palco reservado para acontecer manifestações culturais. Na antiga sala de bagagem será instalado um galpão. No local, os visitantes ouvirão a história do espaço de forma interativa. “Este espaço voltará a ser um dos mais importantes da cidade. O projeto de restauração transformará o local em lindo patrimônio cultural”, destaca o prefeito.
A proposta é proporcionar acesso a documentos, fotos e objetos antigos por meio de equipamentos modernos com exibição simultânea de vídeos que narram a história da cidade. “Agora sinto que o projeto vai pra frente. Aconteceram tantas histórias nesse local e depois a área ficou abandonada. É um projeto lindo que recordará o movimento dos trens que levava e trazia o povo pra cidade”, recorda Claudinei Leite dos Santos, ex-maquinista, morador de uma casinha localizada ao lado da estação.
O projeto arquitetônico prevê a recuperação da fachada da Estação e restauração das áreas internas, com a garantia da permanência das características históricas do prédio.
O lugar terá um museólogo que recepcionará os visitantes e contará a história da cidade utilizando dos materiais. O espaço terá dois ambientes, um com os documentos digitalizados e o outro com os impressos que precisarão de permissão e acompanhamento de um monitor para serem vistos.
No início deste ano, a Administração assinou o convênio com o Governo Federal para a liberação de R$ 450 mil para a implantação do Centro. O projeto foi enviado para a Caixa Econômica Federal nesta sexta-feira. A Prefeitura já busca recursos para a compra dos equipamentos digitais e prateleiras para armazenar os documentos.
Segundo o secretário de Cultura, Tino Sampaio, a proposta é que o museu utilize das novas tecnologias para resgatar e aproximar a população da história da cidade. “Nosso projeto contempla um museu moderno com um ambiente que combina com a história da nossa cidade”, afirma.
Por enquanto, o Centro de Memória está instalado provisoriamente no Ponto de Cultura Caixa de Luzes, no Jardim Everest. A Prefeitura recebe doação de materiais históricos, a exemplo de fotos e objetos antigos.
ANTIGA ESTAÇÃO
Em 1866, o local era um telégrafo que servia como posto de comunicação com Campinas. A área era de Francisco Teixeira Neto. Com a abolição da escravatura, o escravista concedeu o espaço aos escravos.
Após a concessão, o local passou a ser de um médico conhecido como Dr. Daniel, que tomou a terra dos escravos em troca dos atendimentos que ele realizava.
Com a interferência de Joaquim Saldanha Marinho, presidente da Província de São Paulo, surgiu a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Isso resolveu o problema dos fazendeiros que necessitavam de transportes para suas mercadorias e de recursos para a construção do trecho inicial da ferrovia de Jundiaí a Campinas.