Profissionais da educação fazem formação em Libras

Curso gratuito, que beneficia também integrantes da comunidade, busca promover a inclusão de pessoas com deficiência auditiva
A fim de promover a inclusão de pessoas surdas ou com deficiência auditiva na sociedade, a Prefeitura de Hortolândia, por meio do Centro de Formação dos Profissionais em Educação Paulo Freire, retoma, a partir deste mês, as atividades do curso de formação em Libras (Língua Brasileira de Sinais). A iniciativa beneficia professores, gestores educacionais e demais interessados da comunidade, bem como profissionais de empresas da região.
O curso, gratuito, tem carga horária de 160 horas e envolve cerca de 180 inscritos, divididos em dois módulos, já iniciados no ano passado. As aulas do módulo II, que acontecem aos sábados, recomeçam no dia três de maio e vão até 16 de agosto para as duas turmas, a das 7h30 às 9h30, e a das 9h45 às 11h45. Para os alunos do módulo III, reunidos numa única turma, das 18h30 às 21h30, as aulas já começaram na última terça-feira (15/04) e terminam no dia 22 de julho.
Os módulos contam com diversas atividades, exemplos e vídeos que facilitam a compreensão e fixação do conteúdo. A proposta é capacitar o maior o número de professores para o trabalho de inclusão.
“O curso é uma forma de apoiar os professores da rede na tarefa de contribuir para a inclusão de alunos surdos ou com perdas auditivas nas escolas públicas e em toda a comunidade”, ressaltou Regina Célia Shigemoto, coordenadora pedagógica responsável pela inclusão de pessoas com deficiência nas escolas da rede.
De acordo com o diretor do Departamento de Formação Continuada, Aparecido Donizeti Chagas de Faria, o curso é uma continuidade do trabalho realizado com sucesso no ano passado. “A previsão é de abrir módulos para alunos iniciantes no segundo semestre”, informou.
Para a professora Elaine Aparecida da Silva, do AEE (Atendimento Educacional Especial), especialista em Libras e Educação Inclusiva, o curso fortalece o estudo e conhecimento da Libras. De acordo com a especialista, esta língua apresenta estrutura gramatical própria, por isso, não difere de outras estudadas. “Divulgar a Libras é o ponto de partida para desenvolver a comunicação com os surdos", destacou.
“Avançamos muito na Educação Inclusiva em nossa cidade. Começamos identificando as necessidades educativas das crianças e dos profissionais que atuam nas escolas e lidam também com demais deficiências”, avalia a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira. “Estamos sempre focados no motivar, incentivar e sensibilizar", complementa.
Libras
A Lei 10.098/00, de acessibilidade, prevê acesso aos sistemas e meios de comunicação, sejam ou não de massa, entre outros recursos, por meio da Libras. Acrescenta-se a isso o fato de que, no Brasil, o surdo tem a Libras como sua língua própria (natural), reconhecida oficialmente pela Lei Federal Nº 10.436, de 24/04/2002, regulamentada pelo Decreto Nº 5.626, de 22/12/2005 e pela Lei Estadual N º 10.958, de 27/11/2001.
A Libras é a linguagem de sinais usada pelos surdos para comunicação. Ela surgiu a partir de uma língua de sinais autóctone (nativa) e da língua gestual da França. Dessa forma, assemelha-se a línguas de sinais de diversos países da Europa e América.
A Libras não é apenas a gestualização da Língua Portuguesa, mas também um conjunto de sinais que compõem frases. Configuração da mão, movimento e ponto de articulação (locais no corpo ou no espaço, onde os sinais são feitos) compõem as unidades básicas da linguagem. Portanto, para se comunicar em Libras, é preciso conhecer também a gramática. Uma curiosidade é que, assim como na língua falada, a Libras também tem diferenças regionais.