Prefeitura faz busca ativa para identificar novos casos de tuberculose
Profissionais da rede municipal de saúde de Hortolândia aderem à Campanha Estadual
A partir desta semana, todos os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) que forem a alguma unidade de saúde da rede municipal em Hortolândia serão alvo da Campanha de Intensificação da Busca Ativa da Tuberculose, realizada pelo Estado e apoiada pela Prefeitura, por meio das Secretarias de Saúde – Atenção Básica e Especializada e Atenção à Urgência e Emergência. A campanha, que começou nesta segunda-feira (04/03), deve se estender até o dia 17 e marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, no dia 23 deste mês.
A partir de parâmetros do Ministério da Saúde, a meta é atingir 1% da população, o que, em Hortolândia, significa investigar pelo menos 1.920 munícipes. Além dos usuários das UBSs (Unidades Básicas de Saúde), USFs (Unidades de Saúde da Família), PAs (Pronto Atendimentos) e UPA 24h (Unidade de Pronto Atendimento), a campanha vai atender também os internos das quatro unidades prisionais e grupos de hipertensos, tabagistas e idosos.
Busca ativa
Os profissionais da saúde vão perguntar se a pessoa tosse há mais de três semanas e costuma ter febre, principalmente no final da tarde. Sintomas como estes podem indicar a presença da tuberculose. Por isso, é importante solicitar a realização do exame de escarro.
Casos positivos são confirmados pelo exame em 24 horas, o que agiliza o início do tratamento e a adoção de procedimentos fundamentais para evitar a propagação da doença por parte dos que estão contaminados pelo Bacilo de Koch, agente da doença, mas desconhecem esta condição, segundo a coordenadora técnica da Vigilância Epidemiológica de Hortolândia, Êrica Adriane Ribaldo Ribeiro. Na região, um exemplo marcante é o caso mais da enfermeira que, por desconhecer a condição de “bacilífera”, acabou disseminando a tuberculose entre dezenas de bebês nascidos em um hospital particular de Campinas.
De acordo com Êrica Ribeiro, em Hortolândia, a tuberculose está controlada. Nos dois últimos anos, a Prefeitura, por meio da Vigilância Epidemiológica, órgão da Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada, foi agraciada com o prêmio “Qualidade nas ações de controle da tuberculose”. O prêmio é concedido pela Secretaria de Estado da Saúde e diz respeito às ações feitas no ano de 2011, que resultaram na superação da meta preconizada, de 85% de cura. Naquele ano, Hortolândia atingiu a marca de 88% de cura.
O município concorreu ao prêmio na categoria C, que avaliou os participantes levando em conta critérios como: ter notificado de 20 a 40 casos novos de tuberculose e obter desempenho satisfatório em relação aos casos de tuberculose tratados do início ao fim.
Os dados de 2012 ainda são provisórios, pois ainda não foram totalmente contabilizados. Por enquanto, há 51 novos casos notificados, sendo que 14 destes, o equivalente a 27,45%, foram curados. Em 2011, houve 34 notificações. Destes, 29 pessoas obtiveram cura, duas abandonaram o tratamento (por serem usuários de drogas) e três morreram -- duas em consequência da doença e uma por outros motivos.
Tratamento Diretamente Supervisionado
Em 2012, para superar o índice de 2011, a Vigilância Epidemiológica intensificou o TDO (Tratamento Diretamente Supervisionado). Iniciado 2010, o TDO consiste em, diariamente, por um período de no mínimo seis meses, até a obtenção da cura, o paciente tomar a medicação diante do profissional de saúde. A partir de agora, existe a possibilidade de ou o agente de saúde ir à casa do paciente ou de este procurar a unidade de saúde que monitora seu tratamento. A medida visa a reduzir e mesmo eliminar o abandono ao tratamento, segundo a coordenadora.
Êrica aponta outra medida adotada para intensificar o TDO: a descentralização do monitoramento para as USFs (Unidades de Saúde da Família). Antes, isso era feito apenas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da Vila Real, do Jardim Amanda, do Novo Ângulo, do Santa Clara e do Jardim Rosolen. Também destaca o uso, pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica e pelas equipes de todas as unidades de saúde, do “Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil”, obra de referência para o controle e combate da doença, elaborado pelo Ministério da Saúde.
Para saber mais sobre a tuberculose, leia as informações abaixo, divulgadas no portal do Ministério da Saúde:
O que é?
Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Qual a causa?
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas: Mycobacterium bovis, africanum e microti.
Quais os sintomas?
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (meses). Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.
Como se transmite?
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas vivendo com HIV/Aids, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, usuários de álcool e outras drogas/tabagistas são mais propensos a contrair a tuberculose.
Como tratar?
O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos que utilizam o esquema básico: rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E). Quase todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.
Como se prevenir?
Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças de até 4 anos, obrigatoriamente as menores de 1 ano, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por fômites e pelo uso de objetos compartilhados. Cuidado para não agravar os estigmas.
Fonte:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31081