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Prefeitura vai entregar medicamento em casa a partir de março

Projeto piloto começará pelos pacientes crônicos, hipertensos e diabéticos

Pacientes crônicos, diabéticos e hipertensos, atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Hortolândia vão receber medicamento em casa a partir de março deste ano. Eles são o público-alvo do programa piloto anunciado, nesta semana, pela recém-criada Secretaria de Saúde – Atenção à Urgência e Emergência, da Prefeitura. 

Mais de 20 medicamentos de uso contínuo serão distribuídos gratuitamente, com regularidade, na residência dos que aderirem ao “Medicamento em Casa”. Na etapa inicial, a expectativa é atender cerca de 500 pessoas na região do Jardim Santa Clara. 

Os pacientes estão sendo identificados a partir do cadastro feito pela Farmácia Municipal de Alto Custo, que está sendo atualizado e ampliado. A previsão é que as entregas mensais comecem a partir do dia quatro de março e, após um mês, diabéticos e hipertensos que residem em outras áreas do município passem, gradativamente, a ser atendidos pelo programa.

Uso correto e racional da medicação

Na primeira visita, uma equipe composta por um farmacêutico, um auxiliar de farmácia e um motorista vai à casa dos previamente cadastrados para entregar pessoalmente o envelope onde estão os medicamentos e insumos selecionados para cada caso. O envelope lacrado só é entregue ao próprio paciente ou a um responsável, que vai assinar atestando o recebimento do material.

“Mais do que permitir o acesso ao medicamento, a presença do farmacêutico na casa do paciente pretende assegurar o uso racional e correto da medicação, verificar a adesão à terapia e evitar a ocorrência de complicações decorrentes da auto-medicação e do uso incorreto dos remédios”, explica a secretária Paula Nista, farmacêutica de formação. O diferencial do programa, segundo ela, está na orientação dada ao paciente neste trabalho de “farmácia clínica”. 

“O profissional pode checar se ele toma o remédio nas quantidades e da maneira certa, se este medicamento está acondicionado corretamente, se não há medicação em excesso na casa, se o paciente colabora com o tratamento, se há complicações decorrentes de uso indevido da medicação e pode comunicar estas informações à UBS (Unidade Básica de Saúde) ou à USF (Unidade de Saúde da Família) onde o paciente costuma ser assistido”, esclarece. “Não é uma entrega, simplesmente”, observa.

A estimativa é atender 20 mil pessoas

Baseada em projeções do Ministério da Saúde, com relação à população que recorre ao SUS para retirar medicamentos para diabetes e hipertensão, a secretária estima em oito mil o número de moradores de Hortolândia que serão beneficiados pelo “Medicamento em casa” nesta primeira fase. Ampliado, poderá beneficiar 20 mil pessoas no município, portadores de outras doenças crônicas, como os asmáticos, os próximos na lista de atendimento do programa, financiado com recursos próprios. 

A escolha do público-alvo tem uma razão. O levantamento mais atual disponível, feito no Hospital Municipal e Maternidade Mário Covas, mostra que 28,5% dos 946 óbitos registrados em 2011 foram em decorrência de problemas no aparelho circulatório (270 casos) e 9,5% no aparelho respiratório (90 casos). Somente nesta quarta-feira (23/01), foram atendidos cinco casos de infarto. Com a ação, classificada como “prioritária” pelo prefeito Antonio Meira, a Administração espera não apenas garantir o acesso do doente crônico ao medicamento, mas diminuir o número de usuários do sistema de Urgência e Emergência, reduzindo os casos de pacientes renais crônicos, infartos, AVCs (Acidente Vascular Cerebral), o conhecido “derrame”, os picos de diabetes e hipertensão que geram seqüelas graves nos pacientes.   

Cadastramento em curso

Farmacêuticos de cinco UBS (Jardim Amanda, Nova Hortolândia, Santa Clara,Jardim Rosolen e Novo Ângulo) trabalham desde a semana passada para atualizar e ampliar o cadastro dos que serão atendidos pelo programa, a partir da base fornecida pela Farmácia Municipal de Alto Custo. Com base nestas informações é que os primeiros atendidos serão selecionados. Todo usuário do SUS, que seja diabético ou hipertenso e procure uma destas unidades de saúde, será questionado se deseja aderir ao programa. Ele poderá atualizar os dados e fazer parte do cadastro dos beneficiários. 

Usuários das USFs (Unidades de Saúde da Família) também vão ser beneficiados na segunda etapa do “Medicamento em casa”, que será feita em parceria com a Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada. Além dos medicamentos, os diabéticos atendidos pelo programa poderão receber em casa insumos como agulhas, glicosímetro, tirinhas e insulina.

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