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Parada da Amamentação abre Semana Mundial de Aleitamento Materno em Hortolândia

Parada da Amamentação abre Semana Mundial de Aleitamento Materno em Hortolândia

Até 09/08 estão previstas diversas atividades de incentivo ao aleitamento em seis unidades de saúde do município

Com o tema “Amamentar hoje é pensar no futuro” teve início na manhã desta quarta-feira, 01/08, com uma “Parada da Amamentação” na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jd. Amanda, a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A campanha é realizada no município desde 2008, ano de criação do Conselho Municipal de Aleitamento Materno, e objetiva ampliar o número de crianças amamentadas na cidade. Atualmente, 32% dos 2.800 nascidos vivos por ano, em média, são amamentados exclusivamente com leite materno até o quarto mês de vida, índice que está abaixo do indicado pelo Ministério da Saúde.

A “Parada” é uma das 10 ações promovidas pela UBS Amanda, que atende a aproximadamente 400 gestantes, para mobilizar a comunidade atendida no sentido de valorizar o aleitamento materno. “As mães às vezes deixam de amamentar por influência da família, de vizinhos e da comunidade”, explica Regiane Magalhães, coordenadora da unidade. “Daí a importância de fazer um evento de conscientização, para chamar a responsabilidade de todo mundo, para que a comunidade seja facilitadora da amamentação”, observa Regiane.

Amamentação Coletiva

Por volta das 9h30min, cerca de 30 mães fizeram uma amamentação coletiva diante das 200 pessoas presentes, dentre elas, profissionais de saúde, idosos, comerciantes locais e autoridades do município.

“Foi o que esperávamos”, avalia Regiane. “Não queríamos um evento só para gestantes e mães que amamentam, mas que envolvesse toda a comunidade. Queremos que a unidade receba o título de amiga da amamentação, que isso seja algo embutido nas pessoas, da recepcionista ao médico, todo mundo tem que ser facilitador da amamentação.”

Mães que amamentam

Com a chegada do segundo filho, Matheus, de sete meses, alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida, Rosilda Rocha Neves dos Santos, 37 anos, uma das mães presentes à “Parada”, confirmou os benefícios da amamentação.  “Meu bebê é bem mais saudável que minha filha, que eu não consegui amamentar. Na idade que ele tem hoje, ela foi várias vezes ao médico por causa de resfriados, alergias, bronquites e ele não. Até hoje, com 14 anos, ela sofre com estes problemas e ele não.”

Outra mãe participante do evento, Crislaine Rosário de Oliveira, 17 anos, ressalta mais um aspecto importante da amamentação. “Hoje o custo do leite é muito caro.” A filha, Maria Eduarda, hoje com seis meses, mamou apenas no peito até os cinco meses, quando, para que a mãe voltasse a estudar, passou a ingerir papinhas de frutas e legumes. Crislaine revela que, no início, amamentar foi uma experiência difícil. “O bico do peito feriu e até pensei em desistir.” Mas a força de vontade, aliada à orientação médica, foi determinante para manter a amamentação. “Ela é um bebê saudável. Valeu bastante a pena amamentar.”

Semana de Aleitamento

De acordo com a fonoaudióloga Ana Cecilia Dias Aragão, consultora internacional de amamentação e integrante do Conselho Municipal de Aleitamento Materno, desde que começaram em Hortolândia as atividades específicas sobre aleitamento materno, fortaleceram-se os grupos de gestantes e o envolvimento da população e dos profissionais de saúde. “E, apesar de uma cultura distorcida sobre amamentação, que desde os anos 60 ainda valoriza o uso da mamadeira e do leite de vaca, a gente vem mudando este índice, no sentido de aumentar os de aleitamento materno”.

Ana Cecilia chama atenção para um ponto essencial durante o processo de amamentação. “Amamentar não é tão fácil, mas esta dificuldade pode ser contornada com a orientação de um profissional que conheça de maneira adequada o manejo desse aleitamento materno, as diversas maneiras pelas quais o leite materno pode ser ofertado ao bebê, diretamente no peito ou no copinho, por exemplo.”

Ela recomenda que, assim que surgirem dúvidas ou dificuldades ao amamentar, mães e familiares procurem as unidades de saúde de segunda a sexta-feira e o Hospital e Maternidade Mário Covas aos finais de semana. É também importante que, durante a gestação, as mulheres façam pré-natal e participem de grupos de gestantes desenvolvidos nas unidades para receberem orientações relacionadas ao aleitamento, tais como uso de sutiã de amamentação (de algodão), preparação para o parto, estímulo psicológico para a amamentação.

“Sabe-se que o aleitamento materno é ferramenta que auxilia na redução da mortalidade infantil pela redução do risco de diversas doenças dentre elas alergias, doenças intestinais, pneumonias, doenças plurimetabólicas (como a obesidade) e doenças bucais”, destaca a pediatra Marta Hirayama, integrante do Comitê Municipal de Aleitamento Materno. “Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e bebê e tem influência sobre a economia doméstica, pois não se gasta com gás, energia elétrica e leite.”

O Ministério da Saúde recomenda a amamentação exclusiva do bebê com leite materno até seis meses e amamentação continuada com alimentação complementar até dois anos ou mais, segundo Ana Cecilia.

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