Hortolândia combate a dengue e registra metade dos casos previstos para 2011

Hortolândia encerrou o ano de 2011 com 1.082 casos positivos de dengue. Os dados, divulgados, nesta quinta-feira (5/01), pela Vigilância Epidemiológica, refletem os apontamentos até o dia 22 de dezembro. O número, apesar de elevado, representa menos da metade do que havia sido estimado pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em 2010.

Naquele ano, a previsão para 2011 era de mais de três mil casos da doença em Hortolândia. Esta redução no número real de pessoas infectadas se deve ao trabalho ininterrupto de contenção da proliferação do mosquito Aedes aegypt, transmissor da doença. Em 2012, as mesmas ações que resultaram positivamente no controle da doença continuarão sendo realizadas.

Conforme o secretário de Saúde de Hortolândia, Lourenço Daniel Zanardi, o controle da dengue se deve ao trabalho preventivo, realizado em parceria pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). “Hortolândia conta com mecanismos que permitem identificar a doença de maneira rápida. Assim, as equipes de combate à dengue começam atuar imediatamente na região onde há um paciente com suspeita da doença”, explicou Zanardi.

Um dos mecanismos é o teste rápido de dengue, cujo resultado sai em 20 minutos. Quando a pessoa chega ao pronto-socorro ou na unidade de saúde com sintomas da dengue, o profissional de saúde colhe sangue para o teste rápido. Caso o resultado seja positivo, o trabalho de controle para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypt começa no mesmo dia. “E, mesmo que o resultado do teste rápido seja negativo, o paciente faz o exame convencional, que traz um resultado com 100% de acerto em uma semana”, enfatiza o secretário.

Além disso, toda a rede de saúde de Hortolândia, em parceria com as demais Secretarias Municipais, esteve, ao longo do último ano, empenhada do combate ao criadouro do mosquito. “Realizamos operações de busca ativa de casos suspeitos da doença todos os dias do ano. Nos locais onde havia casos positivos, intensificamos as vistorias nas casas e a orientação à população local, uma vez que fica confirmada a existência de focos do mosquito próximo dali”, explica a diretora do departamento de Saúde Coletiva, Cilene Mantuan.

Os agentes de saúde do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) também realizaram, aos finais de semana, mutirões para eliminação de criadouros. Todos os bairros da cidade foram atendidos na operação, que teve inclusive visitas aos domingos. A Operação Pendência teve como objetivo vistoriar casas que, durante a semana, permanecem fechadas.

“Nossos agentes trabalharam incansavelmente durante todo o ano, e não apenas durante o verão. Assim, conseguimos conter o avanço da dengue”, afirma Cilene. Outra medida adotada pela Prefeitura de Hortolândia, por orientação da Sucen, foi a fiscalização de pontos estratégicos, como ferro-velhos e depósitos de recicláveis, além de imóveis especiais, como igrejas e unidades de saúde, que são locais onde mais de uma pessoa se responsabiliza pelos cuidados com o ambiente.

As crianças da cidade também serviram como multiplicadoras de conhecimento, uma vez que durante as aulas receberam orientações de como evitar que criadouros de dengue se formem nas casas. Além disso, um grupo específico do CCZ atuou nas escolas municipais com a apresentação de palestras e distribuição de material informativo.

“Atuamos ainda junto ás clínicas particulares e empresas, com o fornecimento de material técnico de apoio. Além disso, treinamos nossos profissionais da saúde para que a notificação de casos positivos ocorresse de maneira ágil. Com a identificação rápida de pessoas doentes, podemos eliminar o foco do mosquito e evitar que mais pessoas adoeçam”, completou a diretora.

Todo este trabalho teve como objetivo interromper um ciclo, estimado pela Sucen, de que a cada quatro anos uma grande epidemia de dengue atinge a região. “A última grande epidemia foi em 2007, quando Hortolândia teve 1.827 casos confirmados. Neste ano, mesmo com a estimativa de mais de 3.000 mil casos, conseguimos conter o avanço da dengue”, disse o secretário de saúde.

Para que os números da dengue continuem sob controle, a população precisa colaborar com a Administração Pública, abrindo as casas para vistoria das equipes da Vigilância Epidemiológica e CCZ.

No cotidiano, os moradores devem adotar práticas que evitem a proliferação do Aedes aegypt: vasos e pratos de plantas não podem acumular água, garrafas e vasilhas devem ficar secas e em local protegido e coberto, plantas que acumulam líquidos, como bromélia, devem ser cultivadas com vigilância constante. Ralos, pias e vasos sanitários sem utilização merecem atenção especial, pois também servem de criadouros. Somente com prevenção a dengue pode ser combatida.