Trabalho preventivo impede avanço da dengue em Hortolândia
Ciclo de grande epidemia, previsto pela Sucen, é quebrado graças ao empenho da Prefeitura e colaboração da população
Hortolândia tem o que comemorar. Apesar da estimativa da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), realizada em 2010, de que neste ano haveria mais de 3.000 casos positivos de dengue na cidade, o trabalho intenso da Prefeitura, por meio de diversas equipes da Secretaria de Saúde, e em parceria com a população, resultou na contenção da proliferação da doença. Hoje são 1.068 casos positivos de dengue, sendo que a época de maior contágio, nos primeiros meses do ano, já ficou para traz.
Conforme o secretário de Saúde de Hortolândia, Lourenço Daniel Zanardi, o controle da dengue se deve ao trabalho preventivo, realizado em parceria pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). “Hortolândia conta com mecanismos que permitem identificar a doença de maneira rápida. Assim, as equipes de combate à dengue começam atuar imediatamente na região onde há um paciente com suspeita da doença”, explicou Zanardi.
Este mecanismo é o teste rápido de dengue, cujo resultado sai em 20 minutos. Quando a pessoa chega ao pronto-socorro ou na unidade de saúde com sintomas da dengue, o profissional de saúde colhe sangue para o teste rápido. Caso o resultado seja positivo, o trabalho de controle para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypt começa no mesmo dia. “E, mesmo que o resultado do teste rápido seja negativo, o paciente faz o exame convencional, que traz um resultado com 100% de acerto em uma semana”, enfatiza o secretário.
Graças ao olhar apurado dos profissionais de saúde, Hortolândia notificou, desde o início do ano, 2.796 suspeitas de dengue. O número pode parecer alto, mas levando em conta que todas as notificações passaram pelos dois testes, a identificação de 1.068 positivos revela que nenhum caso ficou sem tratamento na cidade. “Muitas viroses têm características semelhantes às da dengue. Como a quantidade de suspeitas descartadas é acima do número real de doentes, afirmamos que todos os casos foram tratados. E mais, todas as regiões onde houve casos confirmados foram visitadas pelos nossos agentes”, pontua Zanardi.
Desde o início do ano, mais de 11 mil residências receberam os agentes do CCZ. Diariamente, as equipes realizam busca ativa e orientações nas residências. Bairros com grande incidência de pessoas doentes, como Jardim Amanda, recebem nebulização. Aliado a isso, a Operações Pendência é realizada os domingos, com visitas às casas que ficam fechadas durante a semana.
Todo este trabalho mudou o ciclo, identificado pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), de que a cada quatro anos a região enfrenta uma grande epidemia de dengue. “A última grande epidemia foi em 2007, quando Hortolândia teve 1.827 casos confirmados. Neste ano, mesmo com a estimativa de mais de 3.000 mil casos, conseguimos conter o avanço da dengue”, diz Zanardi.
Para que os números da dengue continuem sob controle, a população precisa continuar a colaborar com a Administração Pública, abrindo as casas para vistoria das equipes da Vigilância Epidemiológica e CCZ. No cotidiano, os moradores devem adotar práticas que evitem a proliferação do Aedes aegypt: vasos e pratos de plantas não podem acumular água, garrafas e vasilhas devem ficar secas e em local protegido e coberto, plantas que acumulam líquidos, como bromélia, devem ser cultivadas com vigilância constante. Ralos, pias e vasos sanitários sem utilização merecem atenção especial, pois também servem de criadouros. Somente com prevenção os casos de dengue vão diminuir.
Números da Dengue - 2011
Notificações: 2.796
Positivos: 1.068
Autóctones: 1.026
Importados: 42
