Hospital Municipal de Hortolândia participa da primeira captação de órgãos realizada na cidade
Ação ocorrida neste mês envolveu a captação de córneas de um paciente internado na UTI que veio a óbito
Hortolândia teve papel de destaque no êxito de uma importante ação de saúde. O Hospital Municipal Mario Covas participou da primeira captação de órgãos ocorrida na cidade, neste mês. A equipe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital ajudou a viabilizar a retirada das córneas de um paciente internado que veio a óbito. A captação foi feita por uma equipe da OPO (Organização de Procura de Órgãos) do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
De acordo com a enfermeira da Coordenação Assistencial da UTI do Hospital Mario Covas, Patricia Rodrigues, as córneas foram retiradas para serem doadas a dois pacientes na lista de espera estadual de cirurgias de transplante. Em casos de doação de órgãos, por motivos legais, as identidades do doador e dos receptores são mantidas em sigilo.
A enfermeira ressalta que a doação de órgãos somente foi realizada após a confirmação da morte encefálica do paciente. Com a confirmação, o hospital comunicou o fato para a família do paciente falecido. A equipe médica também deu orientações e esclarecimentos sobre a possibilidade de fazer a doação de órgãos. A doação somente pode ser feita mediante a autorização da família do paciente falecido.
“A família toda estava presente e ficou muito sensibilizada com a possibilidade de fazer a doação. Eles disseram que, quando vivo, o paciente gostava muito de ajudar quem precisava. De acordo com a família, ele certamente ficaria feliz em saber que seus órgãos foram doados para recuperar e melhorar a saúde de outras pessoas”, destaca a enfermeira Patricia Rodrigues.
PROTOCOLO
Para fazer a doação de órgãos, é necessário seguir um protocolo específico e obrigatório conforme determina a legislação médica vigente no Brasil. O protocolo envolve a realização de testes com o paciente. Um dos testes é feito com tomógrafo a fim de confirmar a morte encefálica.
A enfermeira Patricia Rodrigues destaca que para a captação das córneas ter sido bem sucedida foi crucial o fato do hospital municipal estar equipado com um tomógrafo moderno (foto). “Antes, tínhamos dificuldade para fazer o teste por não termos um tomógrafo de última geração como o que está em funcionamento no hospital atualmente”, reforça a enfermeira. A Prefeitura instalou o tomógrafo no fim do ano passado.
Além do tomógrafo, é necessária a realização de outros testes para confirmar a morte encefálica de um paciente. O médico da Coordenação Médica da UTI do Hospital Mario Covas, dr. Rafael Panetta, reforça que o protocolo é muito sério e que os demais testes devem ser feitos por profissionais médicos habilitados do hospital e da OPO. De acordo com o médico, para realizar o teste os profissionais já devem ter experiência prévia com supervisão na execução do teste e ter feito curso formal sobre o tema.
“O procedimento de realização do protocolo de morte encefálica é extremamente rigoroso e sério, não deixando margens de dúvidas de que o paciente que está sendo submetido ao teste, e cujo resultado foi positivo, veio de fato a óbito. Pessoas envolvidas com as equipes de transplantes são proibidas de realizar os testes”, explica Panetta.
Com o êxito da captação, a enfermeira Patricia Rodrigues destaca que o hospital municipal planeja conversar com a OPO do Hospital das Clínicas da Unicamp para estabelecer uma parceria referente a capacitações sobre captação e doação de órgãos. O objetivo seria aperfeiçoar as equipes de UTI sobre como atuar nesses casos.
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