Profissionais da educação de Hortolândia participam de webinário sobre Construção de Identidade Afro-brasileira
Webinário Integra Saberes está disponível no canal da secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia
Aproximadamente 800 profissionais de educação de Hortolândia acompanharam ao vivo, na noite desta segunda-feira (14/11), o webinário “Construindo identidades: vivências e desafios na aplicação da lei 10.639/03 nas salas de aula”, promovido pela Prefeitura. Esta lei, promulgada em nove de janeiro de 2003, no primeiro governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências”. O tema foi abordado por Luci Micaela, integrante do Gepeja (Grupo de Pesquisa em Educação de Jovens Adultos) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), membro e colaboradora do Coletivo de Mulheres Negras Teresa de Benguela e atualmente doutoranda no PPGE (Programa de Pós-graduação em Educação) na Unicamp, e contou com a mediação do diretor de Pedagogia e Formação Continuada, Aparecido Donizeti Chagas de Faria.
Durante o webinário, que está disponível no canal da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia no Youtube, a convidada enfatizou que a realização de formação continuada dos professores é fator importante para a aplicação efetiva da Lei. Falou sobre a necessidade de integrar a temática racial não apenas em documentos, planos de aula e currículos escolares, como também em atividades e vivências do cotidiano escolar. Abordou a valorização da diversidade e inclusão de literaturas negras e indígenas no currículo escolar e a necessidade de diálogo com a comunidade, no resgate da memória e elaboração de um plano de ação para abordar a temática racial de forma abrangente e significativa para crianças e estudantes.
“Precisamos desconstruir ainda a abordagem de se trabalhar com temas étnicos raciais apenas em datas comemorativas. É importante fazer esse trabalho de revisão das nossas práticas e do currículo para ver se ele fala sobre indígenas, sobre a História e Cultura Afro-brasileira, se está no projeto político pedagógico das escolas, nas literaturas, no cotidiano das atividades escolares. Nós não somos seres em vitrine, estamos no dia a dia, estamos nas ruas, nos bairros, nas cidades. Nós estamos em todos os locais, nós fazemos parte desse território. Se nós compomos 56% da população brasileira, a gente não pode ser somente vitrine nas datas específicas. A gente precisa estar no currículo da escola, na rede de educação”, ressaltou Luci Micaela.
O webinário faz parte da série “Integra Saberes”, que tem como objetivo potencializar as reflexões e discussões de relevância social e pedagógica, a partir de conteúdos que constituem o Currículo Municipal da Educação.
Currículo Municipal Integra Saberes
O currículo próprio para a rede municipal de ensino, baseado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), está em construção, com a participação dos profissionais da área. A primeira versão, compilada por consultoria contratada pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, está em fase de leitura e reflexão.
A medida beneficia diretamente mais de 26 mil alunos matriculados na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na EJA (Educação de Jovens e Adultos) e integra a atual proposta da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, que tem como lema "Hortolândia, território de saberes: a educação como conceito de integralidade".
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