Censo ambiental da Prefeitura vai identificar regiões que mais geram resíduos urbanos
Coleta de informações começou em janeiro e deve durar seis meses
Está disposto a realizar a separação seletiva de lixo domiciliar? Está satisfeito com a coleta deste tipo de resíduo? O que faz com o resíduo de entulho, quando gerado? Como classifica as condições ambientais e paisagísticas da sua rua, do seu bairro e do município? Possui árvore na calçada? Os moradores de Hortolândia estão sendo convidados a responder a estas e outras perguntas do Censo Ambiental que a Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, realiza no município desde meados de janeiro.
A ação deve durar até o meio deste ano e faz parte da campanha de educação ambiental “Descarte Consciente”, promovida em parceira com a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) responsável pelo gerenciamento da URE-Hortolândia (Usina de Reciclagem de Entulhos), o INAC (Instituto Nova Agora de Cidadania).
O questionário, preenchido por agentes ambientais, é o primeiro a ser feito na cidade e tem como objetivo levantar informações sobre práticas e hábitos ambientais dos munícipes. Depois de coletadas, tabuladas e analisadas, as informações vão subsidiar políticas públicas na área.
Próxima etapa fará levantamento nas empresas
A coleta de informações junto aos moradores, feita por dez agentes ambientais uniformizados e treinados, começou pelos bairros São Sebatião, Interlagos, São Bento, Santa Esmeralda, Terras de Santo Antônio, Jd. Adelaide, Jd. Rosolen e Jd. Nossa Senhora de Fátima. Ao longo do semestre, a ideia é que eles percorram toda a cidade, passando de casa em casa, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h30. Na etapa seguinte, a campanha deve abranger as empresas geradoras de resíduos no município.
“Sempre foi um sonho da Secretaria de Meio Ambiente realizar um Censo Ambiental”, afirma a diretora de Meio Ambiente, Eliane Nascimento. “Com a ação dos agentes, damos os primeiros passos neste sentido, de ter uma ferramenta de gestão ambiental para definição e ampliação de políticas públicas na área do meio ambiente”, comenta.
“Este levantamento faz parte de nosso programa de política de resíduos do município”, explica o secretário de Meio Ambiente, Aldo Aluísio Silva. “Aplicamos o questionário para levantar os dados e depois vemos qual a gravidade de qual localidade com relação aos resíduos. Após isso, implementaremos nossa política de resíduos e coleta seletiva”, afirma.
Curiosidades levantadas pelo Censo
Após o primeiro mês de coleta de dados, quatro bairros percorridos e pelo menos 20 perguntas feitas a cada munícipe, os agentes depararam com algumas curiosidades. Jovens e idosos têm-se mostrado mais receptivos ao trabalho das equipes. “Pessoas de meia idade às vezes são mais desconfiadas e, às vezes, grosseiras, recusando-se a responder”, afirma o agente ambiental Thiago Dante Capati, de 25 anos, que faz curso técnico na área no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), em Campinas.
Moradores com árvores na calçada também costumam ser mais receptivos às perguntas do Censo e às ações da Secretaria; em geral já fazem coleta seletiva ou se mostram mais dispostos a colaborar. Outro ponto surpreendente é que vários não sabem como descartar material eletroeletrônico, alvo da campanha que a Prefeitura promove em 20 pontos de coleta seletiva específica, distribuídos pela cidade.
Outras pessoas consultadas se surpreenderam com a existência no município de uma Usina de Reciclagem de Entulhos, a URE Hortolândia, que transforma “lixo da construção civil” em matéria prima, que pode ser usada em outras obras. “Alguns dizem que já viram matéria na TV, mas não sabiam que era no município ou pensavam que não estava em funcionamento”, revela Lucilene Vieira dos Santos, agente ambiental.
Por dia, em média, cada dupla visita cerca de 50 residências. Nas casas vazias, deixam o folder da campanha e também um comunicado, quando há irregularidades, como volumosos ou entulhos descartados irregularmente na calçada. Durante as visitas, além do descarte irregular na calçada ou em terreno baldio, já flagraram empresa retirando água, sem autorização, da lagoa de São Bento e descarte indevido de lixo doméstico e eletroeletrônico em APP (Área de Preservação Permanente).
Mas não desistem da tarefa de orientar e educar. “É plantar a semente para colher lá na frente”, diz Thiago. “É legal falar com o munícipe e incentivá-lo a aderir. Vai ser bom para todos cultivar o respeito ao meio ambiente”, destaca. “Quando a gente é bem recebido pelo morador e percebe que não está falando ao vento, me sinto completa, por sentir que este serviço tem seu valor e vai surtir efeito”, afirma Lucilene.
“O Censo é importante, porque com ele vamos identificar as regiões que mais geram resíduos urbanos para adotar as medidas necessárias à adequação da coleta seletiva e descarte legal, consciente e correto destes materiais”, conclui o secretário Aldo Aluísio.