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Prefeitura inicia ações para construção de usina de plasma no município

Prefeitura inicia ações para construção de usina de plasma no município

Secretaria de Meio Ambiente finaliza memorial descritivo da obra

A Prefeitura de Hortolândia iniciou os procedimentos para implantar a usina de tecnologia de plasma em Hortolândia. Um dos próximos passos é a abertura de processo licitatório para contratar a empresa que desenvolverá o serviço. A informação é do secretário de Meio Ambiente Aldo Aluísio Silva. Para tanto, a Secretaria finaliza o memorial descritivo da obra, que deve funcionar no Parque Perón, onde já está em operação a URE-Hortolândia (Usina de Reciclagem de Entulho). 

O investimento estimado para a instalação da usina é da ordem de R$ 250 milhões e deverá ser feito por meio de PPP (Parceria Público Privada). A ideia é de que a usina serviria não apenas à cidade, mas a um consórcio municipal a ser formado. 

Usina de plasma faz parte do Sigah

A construção da usina de plasma no município é uma das ações previstas no Sigah (Sistema Integrado de Gestão Ambiental de Hortolândia). Apresentada à população em junho deste ano, em audiência pública na Câmara de Vereadores, a tecnologia do plasma permite a geração de energia elétrica por meio da gaseificação de resíduos. Com o uso do reator, o detrito se degrada e gaseifica, o que gera gases menos poluentes que os obtidos em processos tradicionais de tratamento de resíduos, como a incineração e o depósito em aterros sanitários. 

Com a implantação da usina de plasma, Hortolândia deixaria de gastar com o aterramento de lixo, atualmente feito em local particular na vizinha cidade de Paulínia. “Não queremos mais fazer aterramento de lixo, mas processá-lo e gerar energia com os resíduos”, afirma o secretário. 

Hoje em dia, Hortolândia produz 54.000 toneladas de lixo por ano, em média. Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos, o gasto anual com coleta, transporte e destino final de resíduos é de R$ 6,6 milhões. Com a instalação da usina, o lixo passará a ser tratado na própria cidade e transformado em energia elétrica, suficiente para abastecer cerca de 28 mil residências. 

Além da economia e da geração de renda, outra vantagem apontada é que o resíduo gerado ao final do processamento por plasma -- semelhante à pedra de brita -- pode ser reaproveitado para compor a fabricação de materiais utilizados na construção civil, tais como blocos e pisos.

Visitas técnicas

Entre os dias 5 e 12 deste mês, o prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, o prefeito eleito, Antonio Meira, e o secretário de Meio Ambiente, Aldo Aluísio, estiveram no Japão em viagem oficial. A comitiva visitou a Usina de Plasma de Mihama-Mikata para conhecer as instalações e acompanhar in loco o processo de transformação de lixo por meio desta tecnologia.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Aldo Aluísio Silva, há um ano e meio a Prefeitura tem feito visitas técnicas para conhecer tecnologias ambientalmente corretas, estudando as que mais se adaptem à realidade do município. Além da recente visita à usina japonesa, de propriedade do município, representantes da Administração estiveram em Portugal em 2011, conhecendo empreendimentos do setor de gestão, processamento e destinação de resíduos. No início deste mês, uma comitiva de representantes da AEP (Associação Empresarial de Portugal) e de seis empresas que integram o projeto Inter-Resíduos Brasil Portugal (Internacionalização do Sector Português da Gestão Integrada de Resíduos Brasil) esteve na cidade para conhecer Hortolândia e trocar experiências.

Embora esteja aberta a estudar outras tecnologias, segundo Aldo Aluísio, “existe uma forte tendência por parte da Administração em adotar a do plasma, por ser a mais avançada no processamento de resíduos de que se tem conhecimento no mundo – aceita o doméstico, o entulho, o industrial”, explica. O secretário disse que a visita à usina japonesa impressionou a comitiva. “É uma tecnologia muito bem elaborada; a usina é extremamente limpa, muito bem organizada, o lixo é recebido sem odor, porque já chega separado à usina; é feito um trabalho de coleta seletiva e reciclagem nas comunidades“, destaca.  

Usina de plasma de Mihama-Mikata

Segundo o relatório “Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos: guia de orientações para governos municipais de Minas Gerais”, elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente do governo de Minas Gerais, a indústria situada no parque industrial Mihama-Mikata/Japão, começou a operar em 2002 e pode processar mais de 24 t/dia de RSU e 4 t/dia de lodo de tratamento de esgoto. “A indústria é relativamente pequena e não produz syngas para combustível. Entretanto, são produzidos vapor e água quente, que são usados para geração de energia e calor no parque industrial”, informa o documento. “A indústria usa um sistema de resfriamento a água para a escória fundida e separa os nódulos de metal para vendê-los como sucata. A areia é misturada com o concreto para ser usada em blocos de pavimentação.”

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