População participa de Oficina de artesanato com materiais recicláveis durante Semana de Mostra Ambiental no Parque Irmã Dorothy Stang

No segundo dia da “Semana de Mostra Ambiental”, que acontece no Parque Irmã Dorothy Stang até quinta-feira (11/10), uma oficina de artesanato com materiais recicláveis mobilizou a população de Hortolândia. Vinte e uma mulheres, de variadas idades, aproveitaram a tarde desta terça-feira (09/10) para aprender a transformar grandes cilindros de papelão e metal, as “bambonas”, em objetos de arte.

Promovida pelas Secretarias de Meio Ambiente e de Inclusão e Desenvolvimento Social, a oficina ofereceu aos presentes uma oportunidade de conciliar aspectos lúdicos e ecológicos com geração de renda. Segundo a engenheira agrônoma Alynne Sant’Anna, responsável pelo Parque, fazer esta atividade ao ar livre é trazer as pessoas para o verde e apresentar a elas a questão da reciclagem de materiais. “Representa também um momento de harmonia entre elas, sem conversas dispersivas, e de busca do verde”, afirma. Na abertura da Semana, a diretora de Meio Ambiente da Prefeitura, Eliane Nascimento, destacou a importância de reutilizar, reaproveitar, plantar e preservar para cuidar do mundo em que vivemos.

Criada pela lei municipal 2.345/2010, a Semana Ambiental acontece há dois anos e pretende estimular a conscientização ambiental, por meio de ações de reuso, reciclagem, plantio e preservação da natureza. Na edição deste ano, a programação está voltada não apenas às crianças, mas também aos jovens e adultos. Localizado na Rua Manoel Antônio da Silva, 501, no Jardim Nossa Senhora de Fátima, o Parque Irmã Dorothy Stang é um dos cinco parques ecológicos existentes em Hortolândia. 

Pintura em bambonas

Antes de iniciada a pintura, as bambonas são preparadas: além do rótulo com o nome da empresa, são retirados os resíduos de silicone. Depois, aplica-se com rolinho a tinta látex, usada como cor de fundo em tons como marfim e branco (ou outro da preferência); em seguida, por meio da técnica de pátina, usa-se a tinta PVA em cores vibrantes (como goiaba, verde, vermelho, azul). Por fim, cola-se o papel decorado com figura. Nas oficinas promovidas em eventos da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, as bambonas decoradas são postas à venda na Feira da Economia Solidária, que acontece no parque nos feriados e aos finais de semana. A cooperativa que cede os cilindros também é ajudada: os alunos repassam para ela R$ 2,00 por unidade.

Durante a oficina da Semana Ambiental, foram utilizados 18 litros de tinta látex, cinco potes de 100ml de tinta PVA para artesanato, cinco rolinhos para pintura, cola e 28 bambonas. Os cilindros de papelão, de cerca de 1,10m de altura x 60cm de largura, são originalmente usados para armazenar silicone empregado na indústria farmacêutica. Doadas a uma cooperativa de reciclagem localizada no Jardim Rosolen, todo o material das bambonas é reaproveitado: o metal da tampa, o plástico que envolve o silicone e o papelão do tubo. Nas mãos das artesãs aprendizes, viram objetos decorativos com múltiplas possibilidades: podem tanto embelezar a casa como servir de depósito para brinquedos, outros objetos, ou guardar a roupa que será lavada e passada. Podem também ser atividade terapêutica e fonte de renda para quem precisa trabalhar em casa.  

Bióloga de formação e professora de artesanato por escolha, Eliana Borges Conus, de 47 anos, diz que se sente feliz em passar aos aprendizes os conhecidos que adquiriu ao longo de 12 anos. “Reciclar materiais é reciclar vida”, afirma. “Poder ensinar para alguém algo quer pode ser útil e gerar renda é uma realização. Ainda mais num local como este, num momento de contemplação e harmonia com o meio ambiente, que permite a interação entre pessoas que não se conhecem”, afirma.

A dona de casa Wanderléia Antônia Batara de Morais, de 44 anos, gostou tanto de participar da oficina ao ar livre, em meio ao verde, embalada pelo canto de pássaros, que fez a seguinte proposta às colegas do grupo de artesanato da Igreja Batista do Jardim Santa Esmeralda: “Podíamos fazer isso mais vezes! Vir aqui outras terças. Gostei muito deste espaço e do trabalho que está sendo feito aqui. É muito bom pintar e ouvir o bem-te-vi!”

As amigas Santina dal Porto, de 71 anos, e Expedita Ferreira de Souza, de 75, também participaram da oficina.”É a primeira vez que venho e adorei!”, diz Santina. Pensionista, ela revela que fazer artesanato é algo terapêutico: ajuda a ocupar o tempo e a estar bem para cuidar do diabetes e da pressão alta. Doméstica aposentada, Expedita revela que, ali, ao ar livre, não achou tão difícil fazer aquele tipo de artesanato ela primeira vez.

Entre as aprendizes da nova geração, Carolina Ortega, de 10 anos, freqüentadora assídua do parque, achou “muito legal” pintar as bambonas. Ela costuma vir ao Irmã Dorothy fazer ginástica, passear no parquinho e dar voltas de bicicleta; desta vez, adorou participar da oficina, sob as árvores. Laís Santos Gomes, de 9 anos, filha de servidora pública, também já tinha vindo ao parque, mas pintava as bambonas pela primeira vez. “É legal! Sempre pedi à tia Eliana para pintar”, afirmou. 

A diretora da Secretaria de Meio Ambiente, Eliane Nascimento, destaca a importância das atividades da Semana para a educação ambiental: “São pequenas ações que fazem a diferença”, afirma. “Trabalhamos com as crianças, jovens e adultos o conceito de reuso e reutilização, a ideia de que nem sempre o que jogamos no lixo deveria ir para o lixo, mas que pode ter outra utilidade." 

Confira a programação da Semana Ambiental:

10/10/2012

9h às 11h30

Cofrinho em garrafa pet - 9 alunos de 7 a 12 anos do Cras Rosolen

Plantio de sementes em bolas de argila – 40 alunos de 2 a 5 anos da Emei Jardim Adelaide

14h às 17h

Plantio de sementes em bolas de argila – 50 alunos de 2 a 4 anos do Projeto Gira Sonhos (Vila Flora)

11/10/2012

9h às 12h

Plantio de sementes em bolas de argila – 80 alunos de 2 e 5 anos da Emei Jardim Adelaide

14h às 17h

Plantio de sementes em bolas de argila - 90 alunos de 2 e 5 anos da Emei Jardim Adelaide