Idosos encontram lado colorido da vida no Centro de Convivência da Melhor idade
Atividades ocupacionais, culturais e esportivas, oferecidas pela Prefeitura de Hortolândia, atendem mais de 400 pessoas
Experiência, rugas, cabelos brancos e a melhor idade para se viver. Os “meninos” e “meninas” que frequentam o Centro de Convivência da Melhor Idade, da Prefeitura de Hortolândia, sabem de cor a receita para aproveitar da melhor forma possível a fase que chamam de terceira idade.
Em um mesmo espaço, muitas histórias de vidas são encontradas. Lá eles proseiam, dançam, cantam, contam piadas, cozinham, fazem ginástica, hidroginástica, teatro, aulas de música, praticam esportes e não engasgam ao falar que estão vivendo a melhor fase de suas vidas. “Este espaço é parte da minha vida. O momento que reservei pra mim. Participo dos bailes dos bingos e estou aqui toda segunda-feira pra encontrar meus amigos”, conta a aposentada Alice Campos Barbarini, de 85 anos.
O espaço recebe uma média de 400 pessoas por mês. O objetivo é proporcionar aos idosos do município políticas públicas que atendam as necessidades das pessoas que vivenciam, apesar de melhor, uma fase fragilizada da vida.
Segundo a coordenadora e assistente social do espaço, Jane Cristina Prozillo, o centro funciona como um espaço terapêutico, onde os idosos desabafam os problemas e traumas que vivenciam ou vivenciaram durante a vida. “Com no máximo dois meses frequentando o espaço, eles vêm agradecer pela atenção e dizem ter uma vida nova”, comenta Jane.
O centro oferece atividades ocupacionais, físicas/terapêuticas e culturais. Como parte das atividades ocupacionais, os idosos recebem cursos de artesanatos, culinária, que incluem orientações sobre temas relacionados à saúde, como obesidade, hipertensão, diabetes e colesterol. Ainda dentro das atividades de culinária, o centro desenvolve o projeto ‘De água na boca’.
O objetivo é resgatar receitas tradicionais e diferentes, ao mesmo tempo em que orienta os idosos a consumirem alimentos saudáveis. Segundo Jane, existe o projeto de montar um livro com as receitas preparadas.
Além disso, eles recebem palestras sobre temas que valorizam a autoestima, política, direito dos idosos, atualização sobre programas, avanços tecnológicos e sociais.
Dentro das atividades físicas/terapêuticas eles participam de hidroginástica e natação, em uma piscina construída especialmente para atender as necessidades do centro. Além de esportes como vôlei, malha, bocha, dama, truco, dominó, entre outros. O grupo, inclusive, montou um time de vôlei masculino e feminino que participa de competições municipais, regionais e estaduais.
Nas atividades culturais, os idosos recebem aulas de violão, coral coreografia e teatro, oferecidos por professores das secretarias de Cultura e Educação. Como resultado dos cursos, eles criaram um grupo musical com violão e voz e só de coral, que se apresentam em eventos realizados pela Prefeitura e festivais e mostras que acontecem na região.
Superação
Depois de terem passado por muitas emoções, sofrimentos e perdas, os idosos vêem nas atividades oferecidas no espaço, uma forma de estímulo para encontrarem o lado colorido da vida.
“Não sei o que seria de mim se eu não tivesse o apoio deste lugar. Sempre me senti muito bem participando das atividades, meu marido participava comigo. Quando ele faleceu me vi perdida e sem muita razão pra continuar vivendo. A assistente social ia me buscar em casa. Agora consegui encontrar uma alternativa e superar o sofrimento. Não me sinto mais sozinha”, afirma a aposentada Adelaide Bernardes, de 72 anos.