Prefeitura retomará atividades presenciais dos grupos PCD nos serviços de assistência em Hortolândia
Retomada acontecerá a partir da primeira semana de maio
A partir do dia dois de maio, a Prefeitura retomará as atividades presenciais disponibilizadas aos grupos PCDs (Pessoas com Deficiência) nas unidades de assistência básica, ou seja, nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) e CCSs (Centros de Convivência Social) da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social. Os serviços dos grupos havia sido suspenso em março de 2020, em razão da pandemia do Coronavírus. O anúncio da retomada foi feito durante evento festivo, na manhã desta quarta-feira (20/04), que reuniu cerca de cem pessoas no salão do CCMI (Centro de Convivência da Melhor Idade) Remanso Campineiro. Além de crianças, jovens e familiares atendidos nestes serviços, participaram da cerimônia o prefeito José Nazareno Zezé Gomes; a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria dos Anjos Assis Barros; e os secretários da pasta, Francisco Raimundo da Silva (titular) e Roberta Morais Diniz (adjunta).
“Nosso governo é de inclusão. Estamos felizes por poder retomar estas atividades. Quero todos vocês próximos do governo. Nosso objetivo é ajudar a quem mais precisa, senão não tem sentido estar no cargo de prefeito, de secretário, gerente ou qualquer outro. Se ainda não temos, precisamos buscar meios de ajudar vocês, principalmente nas questões que vocês mais pedem, acolhimento e acessibilidade. Em breve, vamos entrar em nova etapa para levar até vocês o máximo das políticas públicas, para que possam utilizar os serviços de assistência”, afirmou Zezé Gomes.
Segundo a gerente da Proteção Social Básica, Cláudia Melo, existem grupos PCD nos quatro CRASs (Jd. Novo Ângulo, Jd. Amanda, Jd Primavera e Jd. Santa Clara) e nos dois CCSs (Jd. Brasil e Jd. Rosolém). Os grupos funcionarão uma vez por semana, em cada serviço. Atualmente, há cerca de 100 PCDs atendidos no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, mas existe a possibilidade de ampliação, após a retomada das atividades, em cada território.
Projetos de Extensão
Também compareceram ao evento professoras e estudantes vinculados à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da PUC Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), parceira da Administração Municipal em projetos ligados à Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social. A equipe da bióloga e Profª Rita Pietrobom, à frente do projeto de Hortas Comunitárias e Caseiras, distribuiu cerca de 100 mudas de hortaliças (hortelã, salsinha, manjericão e cebolinha), fôlderes e também um questionário para verificar o interesse das mães e responsáveis por PCDs em participar do projeto, futuramente. Já a Profª e socióloga Stela Cristina de Godoi, responsável pela série de podcats “Sísifo e o cuidado”, que estudou as memórias de idosas e idosos da região do Jd. Novo Ângulo, publicada em 2021, falou aos presentes sobre a importância do autocuidado, enfocando a necessidade de cuidar do cuidador.
“É preciso valorizar o trabalho do cuidador. Cuidar dos outros é um trabalho fundamental para a vida social. É preciso olhar com muito carinho para o cuidador, que é preciso cuidar dele. No Brasil e no mundo, é um trabalho muito mal distribuído dentro da sociedade. São as mulheres na família as principais responsáveis por cuidar dos idosos, dos doentes, das pessoas que têm deficiências, das crianças. É preciso dividir melhor esta responsabilidade para deixar as nossas mães, avós e familiares mulheres menos sobrecarregadas com esta responsabilidade, menos isoladas. No âmbito da família, é preciso entender que o cuidado não é um trabalho de mulher, feminino. A representação social é a de que se trata de um trabalho de mulher, mas o pai, o irmão, o filho, o tio, todos os membros da família, independente do sexo que tenham, podem ser bons cuidadores, podem aprender como fazer isso bem. Fora do âmbito da família, tem um debate, que é o de entender o cuidado como um direito social e um quarto pilar da seguridade social. Vários organismos internacionais têm alertado sobre a importância disso. É uma tarefa para as próximas décadas, a de desenvolver um sistema público que ofereça serviços de cuidado, que tirem a sobrecarga da família”, afirma Stella.
Após a palestra, houve ainda uma atividade para as mães com a especialista em brincar Nagila Gama. Depois, foi servido um lanche e foram distribuídos ovos de chocolate aos participantes dos grupos PCD.
Para a dona de casa Rosilene Lopes de Campos Barbosa, moradora do Jd. Novo Ângulo e mãe de Ketryn, de 20 anos, a retomada dos grupos PCD é uma ótima notícia, tanto para ela quanto para a filha. “Antes da pandemia, ela participava uma vez por semana lá no CRAS Novo Ângulo. Conversava com os amigos, participava de passeios, pintava. Sentia falta disso, principalmente dos amigos. É muito importante essa volta”, afirma ela, que também participava das atividades de socialização.
Moradora das Chácaras Reymar, Laurinda Fátima Matos de Queiroz, mãe de dois rapazes PCDs, um de 28 e outro de 25 anos, também está alegre com a retomada dos grupos, embora somente Cristiano, o mais novo deles, participe. “Ele adora ir, brincar, ficar com os amigos. Eu também participava das rodas de conversa e fazia artesanato lá no CRAS Novo Ângulo”, comenta a dona de casa.
“O poder público precisa ter um olhar especial, carinhoso, para estes grupos de convivência, organizados em diversos bairros da cidade, valorizando estas mães que tanto amor têm por seus filhos e familiares. Que esta retomada dos grupos possa ser reproduzida por toda a comunidade”, afirmou o secretário Francisco Raimundo.
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