2ª edição do Jacuba Festival Graffiti Sessions acontece neste sábado e domingo (27 e 28/02)
As cores e os desenhos vibrantes do graffiti tomam conta de Hortolândia. Neste sábado e domingo (27 e 28/02) acontece a 2ª edição do Jacuba Festival Graffiti Sessions. Organizado pelos grafiteiros Kranium (Leandro Ferreira dos Santos) e Cabelin (Hélio Domingues da Luz), o evento contará, desta vez, com a participação de cinco artistas de diferentes estados brasileiros: Bromou (TO), Dolores (RJ), Guilherme Asthma (SP), xGuix (SP) e Marquinhos ATG (PE). Os artistas farão uma intervenção coletiva, das 9h às 18h, na Unidade Cultural “Arlindo Zadi”, órgão da Prefeitura de Hortolândia, localizada na rua Graciliano Ramos, 280, Jardim Amanda. A atividade seguirá os protocolos sanitários de prevenção à COVID-19, com uso obrigatório de máscara, distanciamento entre os artistas e disponibilização de álcool em gel. O evento é um dos contemplados com recursos da lei federal Aldir Blanc, que oferece subsídio para artistas, grupos, profissionais e empresas artístico-culturais do município que tiveram as atividades paralisadas pela pandemia do Coronavírus.
De acordo com os organizadores, o evento tem a proposta de levar arte para os espaços urbanos da cidade. “Queremos integrar os artistas e a população, de modo que a arte faça parte do cotidiano das pessoas, além de fortalecer ainda mais a cena do grafitti na cidade e na região”, destaca o grafiteiro Kranium, idealizador do evento. Com a realização da segunda edição, o objetivo é que o festival se torne fixo na agenda cultural do município.
Os grafiteiros pintarão na fachada externa do teatro da unidade um mural de 12 metros de comprimento por 8 metros e altura que, quando estiver pronto, se transformará em uma grande obra de arte ao ar livre. O público poderá acompanhar a intervenção artística desde que respeitando os protocolos sanitários.
De acordo com o grafiteiro Cabelin, responsável pela curadoria do evento, esta edição foi pensada para proporcionar a troca de experiências entre artistas de diferentes regiões do Brasil e a vivência deles com a comunidade local e a dinâmica do espaço onde o evento acontecerá. “A ideia é olhar para além da região Sudeste e da capital paulista como referenciais do grafitti, aumentando assim a pluralidade de estilos de trabalhos na cidade”, explica Cabelin.
Conheça os artistas que participam da 2ª edição do Jacuba Festival Graffiti Sessions:
Kranium (Leandro Ferreira dos Santos – idealizador do evento):
Começou no grafitti em 1997 ao realizar seus primeiros desenhos usando como referência algumas revistas do segmento. Em 1999, integrou movimentos de graffiti em muros de Hortolândia. Foi nesse momento que se deu conta de que era esse o caminho que queria trilhar. De forma natural e autodidata, foi buscando novas inspirações, estilos, descobrindo novas formas, cores e aperfeiçoando técnicas do grafitti até criar uma identidade própria, que trouxesse mais cor, que o representasse como artista e fizesse mais sentido para ele. Cores vivas e formas geométricas são marcas sempre presentes nos seus desenhos e sua assinatura como artista. Vielas, carros abandonados, murais, paredes, telas ou qualquer outro material que sirva de suporte são usados como ferramentas para expressar e materializar sua criatividade. Atua principalmente na Região Metropolitana de Campinas, onde se tornou referência no graffiti, participando de mostras, projetos, curadorias, oficinas e exposições com o objetivo de transformar a realidade das pessoas ao seu redor e propagar sua arte mundo afora.
Cabelin (Hélio Domingues da Luz – curador do evento):
Formado no Curso de Artes Visuais da PUC-Campinas, Cabelin é natural de Curitiba. Foi em 1998 que se encontrou com a arte do graffiti e toda sua vertente cultural em Hortolândia. Desde então, já fez intervenções nas cidades de Campinas, Indaiatuba, Limeira, Sumaré, Monte Mor, Jundiaí, Sorocaba, Cosmópolis, Valinhos, Vinhedo, Holambra, Paulínia, Salto, Nova Odessa, Atibaia, Piracicaba, Ribeirão Preto, Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Sorocaba, Brodowski, Bragança Paulista e Grande São Paulo e nas capitais São Paulo, Curitiba, Londrina, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Tocantins e Santiago (Chile). Participou de alguns dos principais eventos de graffiti, tais como Vira Copos Arte Urbana (2019), Meeting Of Styles Brasil, em Porto Alegre (RS) (2019) e Pmw Street Graffiti, em Palmas (TO) (2019).
Já ministrou oficinas de graffiti e promoveu palestras em escolas estaduais e particulares. Busca em seus graffitis o trabalho mais figurativo com momentos de protestos. Uma das características é a de sempre pintar meninas de cabelos enormes que rompem com as limitações da parede.
Marquinhos ATG (Recife/PE):
Artista autodidata, Marquinhos ATG é grafiteiro e interventor urbano com formação em fotografia. Atua como designer em projetos gráficos, identidade visual de empresas, eventos, exposições, entre outros. “A arte liberta” é tema recorrente em seus trabalhos, cujo simbolismo tem a intenção de conscientizar a sociedade sobre o poder da arte, sobretudo o graffiti, um dos quatro elementos do hip hop. As participações em festivais de graffiti em outros estados da região Nordeste possibilitou seu enriquecimento profissional, vivências e trocas de experiências que resultaram em constante amadurecimento artístico de suas obras.
xGuix (Guilherme Matsumoto – São Paulo/SP):
Mais conhecido como xGuix, é neto de imigrantes japoneses, o que influenciou bastante na sua forma de agir, pensar e criar. Começou pintar nas ruas em 2007, mas desde criança teve contato com desenho, rua e spray. Seu trabalho é facilmente reconhecido e já faz parte do cotidiano das pessoas que transitam pela cidade, seja pelos personagens com traços marcantes ou pelas cores características que compõem o trabalho do artista, como seus peixes que “nadam” por toda cidade. Hoje são vistos trabalhos expressivos do artista em toda cidade de São Paulo e alguns lugares no exterior. Envolvido com a arte há mais de 10 anos, o paulistano é influenciado pelas ruas de São Paulo, cidade a qual inspirou sua arte e estilo de vida. Produzindo trabalhos em muros, telas, e diversos suportes, já foi convidado para grandes projetos tanto no Brasil quanto no exterior.
Guilherme Asthma (São Paulo/SP):
Artista visual formado em Design de Animação pela Universidade Anhembi Morumbi, com diversos cursos relacionados à área de desenho e arte na Quanta Academia de Artes, Méliès - Faculdade Criativa, entre outros workshops e mentorias. Participou de diversos projetos nas áreas de publicidade, séries de TV, animações e games, atuando na área de ilustração e direção de arte. Já ilustrou para grandes empresas como Disney, Nestlé, Uber, Globo, Ford, Ambev, 3M, Pepsico, entre outras. Em paralelo, sempre apostou na produção de material autoral, fazendo graffiti nas ruas há mais de 14 anos, presente em eventos ligados ao tema, mutirões, trabalhos coletivos e painéis solo. Recentemente, estendeu suas pinturas para as telas e galerias, participando de diversas exposições e mostras, além de publicações de livros e quadrinhos independentes. Desde então, segue produzindo novos projetos e acreditando na importância de contar histórias.
Bromou (Bruna Moreira – Palmas/TO):
Natural do Rio de Janeiro, cresceu em Palmas (TO), onde vive e trabalha como ilustradora e muralista. Iniciou no graffiti em 2018 e desde então retrata suas percepções sobre o cerrado e o estilo de vida nortista. Ilustra momentos em que a natureza e a cidade se encontram por meio de seus murais coloridos. Graduada em arquitetura e urbanismo, hoje busca ressignificar o espaço urbano utilizando a arte de rua como principal ferramenta.
Dolores (Dolores Esos – Rio de Janeiro/RJ):
Há 4 anos, além de telas, madeira, papéis e plataformas digitais, descobriu o graffiti e desde então abriu um novo universo de produções e novas escalas, alcançando não só alturas como podendo proporcionar arte ao grande público que está nas ruas. Seu estilo é quase um retrato de sua trajetória. As causas sociais são temas muito presentes em suas obras e o feminino também costuma ser muito explorado principalmente nos trabalhos ao ar livre, com a presença de figuras de mulheres potentes. Dar ao feminino essa conquista quase que literal dos espaços na sociedade machista que tanto priva as mulheres do seu direito existencial de ser e estar. Ser o que se quer ser e estar onde quiser estar.
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