Ano letivo na rede municipal de Hortolândia se encerra nesta segunda-feira (21/12)
Um ano escolar atípico, marcado pela pandemia do Coronavírus, chega ao fim, nesta segunda-feira (21/12), para os cerca de 26 mil estudantes da rede municipal de Hortolândia. Foram, ao todo, 203 dias letivos, a maioria deles realizada de maneira remota, segundo o calendário escolar disponibilizado pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.
Devido ao enfrentamento da COVID-19, as aulas presenciais na cidade foram suspensas nas 58 escolas municipais no dia 23 de março. Desde então, foi criado o Blog Educação, que disponibilizou conteúdos para a realização do ensino remoto, relativas à matriz curricular, de acordo com cada modalidade de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Integral e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Seguindo orientações da legislação federal, estadual e municipal, para os alunos com dificuldade de acesso online, foram oferecidas atividades impressas, bem como para todos aqueles atendidos no CIER (Centro Integrado de Educação e Reabilitação) “Romildo Pardini”, e no AEE (Atendimento Educacional especializado), que foca no processo de aprendizagem de crianças com deficiência.
Além disso, a Administração Municipal criou uma Comissão Especial a fim de tratar das atividades educacionais, frente à pandemia. A ideia era dar voz a representantes de vários segmentos, para garantir múltiplas contribuições nos temas a serem discutidos sobre o “protocolo de biossegurança”. O grupo é formado pela secretária de Educação e por diretores de Departamentos, representante do Conselho Municipal de Educação, Supervisão Pedagógica, Coordenação Pedagógica, gestores, professores, pais, funcionários de todos os segmentos das escolas municipais, conveniadas e particulares, gestor e professor da Educação Especial, agentes de políticas sociais, representante da Secretaria de Saúde, do Conselho Tutelar, do CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente) e do CAE (Conselho de Alimentação Escolar).
Reinvenção
“A Educação é um trabalho que envolve coletividade. Nesse momento de distanciamento social, temos que nos reinventar para estar juntos, trocar ideias e experiências. Neste ano tão atípico, tão diferente, tivemos que investir mais em formação para aprender a viver este momento. A pandemia acabou acelerando todo o nosso processo de investimento na tecnologia e aprendizado para lidar com ela. Nosso principal objetivo foi firmar uma parceria, para compartilhar nossas superações e refletirmos juntos”, enfatizou a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Sandra Fagundes Freire. “Muita gratidão a todos os profissionais da Secretaria de Educação, que se empenharam muito para que, neste ano, chegássemos ao final com tantas atividades realizadas e tanta aprendizagem das crianças”, complementou ela, satisfeita também pela realização de tradicionais eventos da pasta, como a festa literária Hortolendo e a Cantata de Natal.
Para a diretora de Educação Infantil, Maybe Letícia Lordano de Freitas, 2020 foi, sem dúvida, um ano de desafios pedagógicos, mas também de novas aprendizagens. “Neste ano de pandemia, aprendemos mais sobre a importância dos elos e valorizamos de forma intensa a relação família-escola. Como profissionais da educação, junto com os pais e familiares, pudemos mostrar e sentir, através das atividades remotas propostas, que a aprendizagem perpassa todos os meios e a criança aprende brincando, interagindo com o outro, com a família, nas tarefas simples do dia a dia”, ressalta a diretora.
A percepção de Maybe é parecida com a de Juliana Schadeck Simões Lima, mãe da pequena Giovana, estudante do Jardim 1 da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Luiza Vitória Oliveira Cruz, no Parque Orestes Ôngaro. “Esse ano foi bem diferente, em relação à educação. A gente teve total apoio dos professores. Graças a Deus, tinha grupo de WhatsApp. Quando tinha dúvida, estavam sempre dispostos a nos ajudar. Foi um ano difícil, mas a gente conseguiu superar tudo isso. As crianças estão muito ansiosas em voltar para a escola e rever os amigos, principalmente as professoras. Eles sentem falta da rotina escolar. Não é igual, quando a gente está dentro de casa para estudar. A concentração é outra. O foco na escola é bem melhor. Agora, a gente vê o verdadeiro valor do professor e da professora. Eles estão de parabéns mesmo. Muito obrigada”, afirma ela, que também é mãe de Isaque, estudante do 2° ano D, na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Janilde Flores Gaby do Vale, na Vila Real.
Na visão de Ana Paula Carnevale, professora do 2° ano do Ensino Fundamental, na Emef Lílian Cristiane Araújo, atuar num cenário assim exigiu enfrentar constantes desafios e buscar renovação, permanentemente.
“Estou feliz com o resultado. Recebo cartinhas dos meus alunos, com os pais se manifestando sobre o meu trabalho e isso me dá uma motivação de missão cumprida, de que valeu a pena todos esses desafios para que a educação chegasse”, comenta a educadora, que ficou entre os finalistas da 23ª edição do Prêmio “Educador Nota 10”, criado pela Fundação Victor Civita e realizado em parceria com Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho.
“Acredito numa educação que se planeja e se renova a cada dia, de acordo com a necessidade, as mudanças e a clientela, para alcançar o aluno. Esse ano foi um desafio justamente por isso: a educação precisou alcançar algo que ninguém previa, uma pandemia, um acontecimento histórico mundial. Foi um desafio abraçado por todos nós, da Educação, que trabalhamos exaustivamente, apesar de não estarmos na escola, nos remoldando, nos transformando para que esta educação acontecesse. Para mim, neste período, foi muito importante adquirir conhecimento, buscar informações para que a educação de qualidade chegasse aos meus alunos. Apesar de longe, a gente experimentou uma interação diferente, pois a gente necessitava muito da parceria com as famílias. Foi um diferente bom, esta parceria, esta ligação tão íntima, porque a gente invadia a casa deles e a sala de aula acabou invadindo a minha casa também”, avalia Ana Paula.
Kits de alimentação
Durante a pandemia, a Prefeitura de Hortolândia também distribuiu kits de alimentação escolar. As entregas começaram a ser feitas em março deste ano, período em que as aulas nas escolas públicas foram substituídas por atividades feitas de maneira remota, em razão das medidas de isolamento social implantadas.
A disponibilização dos kits de alimentação foi a medida adotada pela Administração Municipal para garantir a segurança alimentar dos alunos, enquanto as aulas regulares estão temporariamente suspensas.
Segundo dados do Departamento de Segurança Alimentar, até o momento, já foram distribuídos 162.300 kits. O kit contém gêneros comumente utilizados no preparo da alimentação escolar. A composição levou em consideração o período que o aluno estaria em aula. Com a medida são beneficiadas tanto as famílias dos matriculados na rede municipal, quanto os atendidos em escolas particulares conveniadas, por meio do programa Bolsa Creche.
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