Prefeitura cobra da Sabesp solução para o mau cheiro exalado da ETE
Além de ter contatado a empresa, a Prefeitura reforçou a cobrança, também por meio de ofício
Em atenção aos moradores dos bairros vizinhos à ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – que sofrem com o mau cheiro que exala da instalação administrada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a Prefeitura de Hortolândia cobrou da empresa uma ação que solucione o problema que afeta diretamente a população das imediações da estação. Além de ter contatado a empresa, a Prefeitura reforçou a cobrança, nesta segunda-feira (21/01), também por meio de ofício.
Diante do posicionamento da Administração Municipal, a direção local da empresa se comprometeu em abrir procedimentos que vão apontar a causa do mau cheiro comprovado pelos moradores.
Na manhã de hoje, técnicos da concessionária de água e esgoto se reuniram na ETE a fim de verificar o problema. Segundo informações preliminares dos profissionais de saneamento, o odor que chega até as residências ocorre em alguns períodos do dia. Eles também informam que a ETE está operando normalmente.
Ao ser questionada pela Prefeitura, a Sabesp informou que já estava marcada uma reunião para o dia 30, às 15 horas, na qual sua gerente de Divisão, Vanessa Egídio Pereira, vai conversar com moradores para tratar do assunto. Por ter acertado a reunião para essa data, a gerente disse desconhecer o manifesto marcado para o próximo dia 29, no qual os moradores dos bairros afetados vão realizar um ato em frente à Prefeitura.
De acordo com organizadores da manifestação, as pessoas atingidas são moradoras do Jardim de Mônaco, Fizenze, Jatobá, Parque Franceschini, Vila Real, Colinas, Parque Ortolândia, São Miguel, Remanso Campineiro e Paineiras, entre outros.
O encontro do dia 30, entre Sabesp e moradores, foi marcado após solicitação da diretoria da Associação de Moradores do Parque Jatobá. Paralelo a isso, a empresa informou já ter recebido manifestações da presidência da Câmara Municipal, das associações de moradores do Parque Jatobá e do Jardim de Mônaco e de representantes da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.
A cobrança da Prefeitura junto à Sabesp é no sentido de apoiar a população que quer o fim do mau cheiro que chega às suas casas. Segundo a empresa, comprovando a origem do problema é possível tomar medidas para solucioná-lo. A empresa informou que deu início a um trabalho de monitoramento cujos resultados devem sair ainda nesta semana.
LUTA PELO ESGOTO
A luta histórica da população pela coleta e tratamento de esgoto começou na década de 1980 e viu os primeiros resultados a partir de 2005, na primeira gestão do prefeito Angelo Perugini que, em parceria com a Sabesp, fez Hortolândia sair do marco zero de coleta e tratamento de esgoto para 95% de cobertura do serviço. Esse resultado contou principalmente, com a participação popular.
Histórico – Esgoto em Hortolândia:
· Década de 80: organização de movimentos populares em prol do esgoto
· 1997: a Sabesp assume os serviços de água e esgoto na cidade. No contrato de concessão é previsto o prazo de dois anos para oferecer coleta e tratamento de esgoto
· 2003: a Sabesp inicia as obras da ETE, paralisadas depois por questões jurídicas envolvendo a concessionária e a empreiteira contratada para realizar a obra
· 2005: o prefeito Angelo Perugini assume a Prefeitura e inicia o trabalho de parceria com a Sabesp, para agilizar as obras de esgoto
· 2006: a população vai às ruas reivindicar à Sabesp esgoto coletado e tratado. No mesmo ano, a Sabesp retoma as obras de rede coletora de esgoto e libera as primeiras ligações de residências a rede coletora de esgoto
· 2007: a Prefeitura cria a Comissão de Acompanhamento de Obras de Esgoto, composta por representantes da sociedade civil. No mesmo ano, a Sabesp retoma as obras da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto)
· 2009: a ETE é inaugurada e, quatro meses depois, já tratava 30% do esgoto do município
· 2012: no segundo governo do prefeito Perugini, 72% da cidade tinha cobertura com rede coletora
· 2018: Hortolândia apresenta 95% de atendimento total de esgoto e recebe prêmio da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária)