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Projetos na área da Educação auxiliam a formação de alunos com deficiência auditiva, em Hortolândia

Projetos na área da Educação auxiliam a formação de alunos com deficiência auditiva, em Hortolândia

Comemorado nesta terça-feira (23/04), Dia Nacional da Educação de Surdos é lembrado em formação voltada a profissionais da rede municipal

Em parceria com a Seesp (Secretaria de Educação Especial), do Governo Federal, que implementa a Política Nacional de Educação Especial, a Secretaria disponibiliza 13 salas de Recursos Multifuncionais para os usuários da rede municipal. O público-alvo de atendimento são os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.

Outra ação inclusiva é o projeto "Valorizando a Cultura Surda", que reúne mais de 20 alunos com deficiências auditivas, matriculados na rede municipal de ensino. A ideia é promover, mensalmente, um encontro do grupo, formado por crianças, jovens e adultos de diferentes regiões do município, para comunicação e troca de conhecimentos sobre a linguagem surda. O primeiro encontro aconteceu na última quinta-feira (18/04) na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Caio Fernando Gomes Pereira, no Jardim Nova Hortolândia.

“Além de aproximar a comunidade surda, o encontro proporciona a inclusão social desses alunos”, afirma a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira. “Neste dia, são realizadas atividades lúdicas, passeios, palestras, conversação com ouvintes. É feito um cronograma, considerando a faixa etária do grupo, e sabemos que, com esta ação, a criação de laços de amizade fortalecem o acesso e a permanência dos alunos na escola", complementa.

Ônibus com intérprete de LIBRAS

Vinte alunos surdos, vindos de bairros como Jardim Boa Esperança, Parque Ortolândia, São Pedro, Nova Hortolândia, Jardim Auxiliadora e Jardim Amanda, utilizam também o novo ônibus contratado especialmente para fazer o trajeto de casa até a Emef Jardim Nova Hortolândia. A novidade é que o veículo conta com apoio de uma intérprete de LIBRAS.

“Partimos dessa realidade para nortear as ações do poder público, das unidades escolares e dos professores", ressalta a secretária Cleudice.

Formação de profissionais

Semanalmente, cerca de 100 profissionais da Secretaria de Educação, entre professores, gestores, funcionários e até mesmo monitores dos ônibus participam da Formação Continuada em LIBRAS - módulos I e III. Os encontros acontecem às  terças e quartas-feiras, das 18h30 às 21h30, no Cier (Centro Integrado de Educação e Reabilitação Romildo Pardini), localizado na Avenida Olívio Franceschini, 200, no Parque Santo André.  

O curso tem duração de 30 horas.São dez encontros, de março a maio deste ano. O módulo I é destinado aos iniciantes. Já no módulo III, que busca atender a demanda dos alunos surdos, o objetivo é dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado. 

“O curso tem rotatividade. Sempre estamos oferecendo vagas aos interessados durante todo ano", explicou a professora Elaine Aparecida da Silva, do AEE (Atendimento Educacional Especial), especialista em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e Educação Inclusiva. De acordo com a especialista, a LIBRAS apresenta estrutura gramatical própria, por isso, não difere de outras línguas estudadas. “Divulgar a LIBRAS é o ponto de partida para desenvolver a comunicação com os surdos", destacou.

Para a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira, o objetivo é a inclusão e interação dos alunos, além de uma educação de qualidade para todos. “A LIBRAS é a primeira linguagem das crianças com deficiência auditiva. É essa linguagem que vai proporcionar a essas crianças uma comunicação e dar a elas acesso a todo o conteúdo curricular. O português vem como uma segunda língua", comentou.

Segundo o diretor Aparecido Donizeti Chagas de Faria, responsável pelo Centro de Formação Paulo Freire, diversos cursos de formação continuada são oferecidos aos profissionais da Educação e familiares. "Avançamos muito na Educação Inclusiva em nossa cidade. Começamos identificando as necessidades educativas das crianças e dos profissionais que atuam nas escolas e lidam também com demais deficiências, estamos sempre focados no motivar, incentivar e sensibilizar", disse. 

“A inclusão hoje é não é somente aceitar ou não. É uma política pública. Faz parte do compromisso político e humano”, completou a agente de Apoio Escolar, Silvana Maria Pereira de Souza, da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Rosimar Bertão Gomes. “Eu estou aqui hoje para buscar novos conhecimentos, acolher o aluno na escola e ajudá-lo nas condições de acesso ao espaço comum da vida na sociedade”, completou. Ela, que frequenta o terceiro módulo do curso, pretende cursar Pedagogia -- Educação Especial para contribuir com seu trabalho no Cier.

LIBRAS

A Lei 10098/00, de acessibilidade, prevê acesso aos sistemas e meios de comunicação, sejam ou não de massa, entre outros recursos, por meio da LIBRAS. Acrescenta-se a isso o fato de que, no Brasil, o surdo tem a LIBRAS como sua língua própria (natural), reconhecida oficialmente pela Lei Federal Nº 10.436, de 24/04/2002, regulamentada pelo Decreto Nº 5.626, de 22/12/2005 e pela Lei Estadual N º 10.958, de 27/11/2001.

A LIBRAS é a linguagem de sinais usada pelos surdos para comunicação. Ela surgiu a partir de uma língua de sinais autóctone (nativa) e da língua gestual da França. Dessa forma, assemelha-se à línguas de sinais de diversos países da Europa e América.

A LIBRAS não é apenas a gestualização da Língua Portuguesa, mas também um conjunto de sinais que compõem frases. Configuração da mão, movimento e ponto de articulação (locais no corpo ou no espaço, onde os sinais são feitos) compõem as unidades básicas da linguagem. Portanto, para se comunicar em LIBRAS, é preciso conhecer também a gramática. Uma curiosidade é que, assim como na língua falada, a LIBRAS também tem diferenças regionais.

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