Estudantes voltam às aulas em Hortolândia
Unidades escolares começam o ano letivo com mobiliário novo nesta segunda-feira (04/02)
Expectativa e ansiedade, sorrisos e lágrimas, insegurança e alegria. Quando o assunto é volta às aulas, sentimentos e reações tão diferentes se misturam no coração de estudantes, professores e familiares. Após 46 dias de férias, esta é a realidade constatada nesta segunda-feira (04/02), início do ano letivo na rede municipal de educação de Hortolândia.
Nem todos os cerca de 22 mil alunos matriculados compareceram ao primeiro dia de aula para ver as 57 escolas municipais -- 29 da Educação Infantil (Berçário, Minigrupo e Maternal, Jardim I e Jardim II) e 28 do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) – de cara nova. Além de receberem pequenos reparos, limpeza, pintura, roçagem e poda, várias unidades começaram as atividades com mobiliário novo.
Este é o caso da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Profª Marleciene Priscila Presta Bonfim, no Remanso Campineiro, onde a sala do 4º ano ganhou dois armários metálicos novos para guardar material pedagógico de estudantes e professores. “Volto com as melhores expectativas possíveis”, afirma a Profª Denise Aparecida Dominici.
“Vim tão empolgada quanto eles”, diz, referindo-se à turma, animada com o reinício das atividades. “Fiz vários trabalhos excelentes nos anos anteriores, como o projeto de leitura, que uniu poesia e meio ambiente”, lembra Denise. “Fizemos maquetes e exposições, com 100% de participação, e quero aprimorar”, afirma a professora, formada em Letras e Magistério, na rede há quatro anos. “Na convivência com eles”, diz, ela diante dos 27 matriculados, “é como se fôssemos crianças também, com a mesma vontade de fazer novas amizades”, revela.
Reencontro com os amigos no Ensino Infantil
Foi lá também, na turma C, no período da tarde, que as amigas Isabela Padulo e Grazielle Pereira Aguiar, ambas de 8 anos, se reencontraram para mais uma temporada de descobertas, brincadeiras e novas atividades. “Estava com muita saudade da escola, dos amigos, dos lanches”, diz Grazielle. “Eu gosto de fazer as lições”, afirma. “Eu estava com saudade de tudo da escola, das lições, das plantas, dos colegas e queria saber quem seria a minha nova professora”, revela Isabela. Feliz, mas com menos expectativa, estava a colega da carteira à frente, Eduarda Givana dos Santos, de 8 anos. Feliz com as férias na casa da vó paterna, ela estava dividida. “Estava com saudades de pintar, porque na minha casa não tenho o mesmo material, e também dos amigos”, afirma. “Mas gosto tanto de ficar com a minha vó Lenir”, confessa.
Adaptação à Educação Infantil
Na Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) João Carlos do Amaral Soares, no Jardim Nova Hortolândia, o dia foi de adaptação para familiares e estudantes da Educação Infantil. A dona de casa Joângela Santos Mendes, de 25 anos, trouxe a filha Jeniffer Santos Mendes, de 5 anos, para ingressar no Jardim II, em período parcial, das 13h às 17h. Com o filho Gabriel, de 19 anos, no colo, ela não via a hora de as aulas recomeçarem. “Não tenho como cuidar da casa direito com duas crianças pequenas”, revela. Mãe e filhos tiraram de letra a hora inicial de adaptação do primeiro dia. “Ela estava ansiosa para voltar. A escola é boa e ela tem facilidade de aprender”, diz Joângela. Tímida, Jeniffer, confirmou. “É bom.”
Cuidadora de crianças, Elizângela Santana, mãe de Luana, de 5 anos, acompanhava a filha nas atividades do Jardim II. Ansiosa com a volta às aulas, a filha não queria voltar, apesar de gostar da professora e dos colegas. “É legal”, diz a menina, chorosa, agarrando-se firme ao corpo da mãe.
Experiente, a professora Ângela Maria Lemos Belfort, há 14 anos na rede, diz que é normal esta reação. Daí a importância da adaptação, mesmo para os que, no Jardim II, entre 5 e 6 anos de idade, já se preparam para deixar a Pré-escola rumo ao Ensino Fundamental no ano seguinte. “Às vezes, os pais reclamam um pouco, porque mexe com a vida deles”, diz. “Mas é preciso entender que a criança encontra um professor novo, numa sala nova e muitas vezes com novos amigos, porque há remanejamento de muitos deles. O fato de sair de casa e deixar a mãe ou familiares, após mais de 45 dias com a família, gera insegurança. Com uma hora por dia na escola, quando menos percebe, já está acostumada”, explica.
Ansiosa com a volta ao trabalho, após participar da Jornada Pedagógica e Cultural, quando teve oportunidade de planejar a primeira semana de aulas e participar de palestra de formação, Ângela recebeu metade dos 28 matriculados no primeiro dia. “A sala me pareceu tranqüila”, avalia. “Estou feliz em recomeçar o ano. Tirar férias é muito bom, mas não consigo ficar parada.”
“O período de acolhimento é fundamental na escola”, afirma a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira. “É importante que o aluno conheça as dependências da escola, seja apresentado às outras crianças, aos professores, funcionários e gestores, visando um bom relacionamento no grupo. Isso favorece a aprendizagem e o bom desempenho e a qualidade da educação”, destaca.