Prefeitura multará imóveis com focos de dengue
Após vistoria e notificação, responsáveis terão 10 dias para adequar condições de acordo com as orientações da Vigilância Epidemiológica
As ações preventivas de combate à dengue em Hortolândia têm mobilizado servidores municipais, voluntários e toda a população. Além da visita às residências, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada, realiza mutirões para eliminar criadouros e recolher entulhos. Agora, imóveis e comércios que não acatarem as orientações da Vigilância Epidemiológica serão notificados e multados. De acordo com o Código Sanitário Estadual, a multa média é de 25 UFSP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), o que equivale a cerca de R$ 500. No entanto, o valor pode ser superior, dependendo do volume de criadouros encontrados.
“Visitamos casas e comércios para fiscalizar a existência de criadouros. Nas residências, orientamos os moradores sobre a necessidade de remover objetos que acumulem água e explicamos sobre os sintomas da doença. Para os comércios que apresentarem problemas, nós damos um prazo até que o responsável organize o local e elimine os criadouros. Se este prazo não for cumprido, o comércio é notificado e multado”, afirmou a secretária de Saúde, Paula Nista.
Durante o arrastão realizado no último final de semana no Jardim Amanda, cerca de 10% dos imóveis vistoriados apresentavam algum criadouro. “Nas casas, em geral, a população estava bem consciente dos perigos dos criadouros. Mas tivemos casos extremos, como uma caixa d’água aberta em uma construção abandonada. Já conseguimos localizar o dono do imóvel e ele providenciou a remoção do recipiente. Estas situações podem ser denunciadas ao departamento de Saúde Coletiva, que enviará agentes até o local para as providências necessárias”, explicou a diretora do departamento municipal, Cilene Aparecida de Oliveira Mantuan. O telefone para denúncias é o (19) 3897-3312 ou 3965-1400, Ramal 8630.
O combate à dengue segue forte neste final de semana. Com 214 casos positivos da doença, a cidade está em alerta. Neste final de semana, as ações de prevenção se concentram no Jardim Rosolen, onde o arrastão pelas ruas do bairro eliminará os criadouros no mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Atendimento Médico
A Secretaria de Saúde reforça a necessidade de que todos os pacientes com sintomas da dengue procurem uma unidade de saúde. Mesmo que, em poucos dias, os sintomas desapareçam, também é importante retornar à unidade de saúde onde houve o primeiro atendimento para a coleta de sangue e realização de exame de sorologia, que vai confirmar se a pessoa realmente estava infectada pela dengue.
“No primeiro dia em que a pessoa procura a unidade de saúde é feita uma coleta de sangue para exame simples, que chamamos de ‘hemograma dengue’. Ele aponta se há indícios de que a pessoa pode ter sido infectada pelo mosquito transmissor da doença, mas não dá certeza. Só a sorologia é que confirma. Esta segunda amostra de sangue precisa ser colhida seis dias depois do início dos sintomas”, justifica Cilene.
Para acolher o volume de pacientes, a Secretaria de saúde – Atenção à Urgência e Emergência tem feito adaptações nas instalações do Hospital Municipal e nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). “Temos recebido muitos pacientes de outras cidades, o que aumenta ainda mais o volume de pessoas atendidas. A cada 100 pacientes que passam pela recepção do hospital, 80 apresentam sintomas de dengue. Por isso, salas que eram pouco usadas, estão servindo para observação”, descreveu a secretária de Saúde.
A Secretaria de Saúde cogita realizar ações intermunicipais de combate à dengue, em parceria com municípios vizinhos ou até mesmo outras cidades da região. “Neste momento, precisamos unir forças. Temos casos de morte registrados na RMC (Região Metropolitana de Campinas) e para o mosquito não há fronteiras de municípios. A dengue precisa ser combatida por todos”, destacou a secretária.