Prefeitura de Hortolândia começa a entregar medicamento em casa

O programa “Medicamento em Casa” já é uma realidade. A partir de agora pacientes crônicos, diabéticos e hipertensos, atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que aderiram ao programa da Prefeitura de Hortolândia, começam a receber medicamento gratuito em casa, mensalmente. Os primeiros beneficiados são os munícipes cadastrados na região do Jardim Santa Clara, 15 assistidos pelo PADO (Programa de Atendimento Domiciliar) e 43 que recebem dietas especiais via processo social ou judicial.

O programa, que na fase piloto pretende atender cerca de 150 pessoas, foi lançado pelo prefeito Antonio Meira nesta segunda-feira (04/03). O evento aconteceu no Centro de Convivência da Melhor Idade, no Remanso Campineiro, e contou com a presença de vereadores, secretários municipais e também dezenas de pacientes cadastrados. 

Financiado com recursos próprios do município, em parceria com o Estado e o Governo Federal, o programa vai garantir aos inscritos a entrega regular e gratuita de mais de 20 medicamentos de uso contínuo, que fazem parte da chamada “cesta básica” padronizada pelo município. E mais: ao final de seis meses de acompanhamento da receita em casa (ou antes disto, se for necessário), vai agendar consulta médica dos beneficiados na rede municipal de saúde, mantida pela Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada. 

Kit personalizado 

Durante a apresentação do programa, a secretária de Saúde – Atenção à Urgência e Emergência, Paula Nista, explicou aos inscritos que o objetivo do programa não é apenas ampliar o acesso da população ao medicamento. “Queremos que os inscritos tenham o medicamento e sejam orientados para que saibam como usá-lo. E, a partir daí, tenham menos crises e usem menos os serviços de urgência e emergência por razões positivas, ou seja, porque estão compensados e mais saudáveis”, reafirmou.

Considerando a iniciativa um marco na saúde do município e uma promessa de campanha cumprida pela gestão Meira, a secretária explicou que o diferencial do programa, a “farmácia clínica”, surgiu a partir do estudo das demandas verificadas no HMMMC (Hospital Municipal e Maternidade Mário Covas). O trabalho consiste na orientação dada ao paciente, durante a primeira visita em casa, sobre aspectos como cuidados no armazenamento, e o acompanhamento feito, com avaliações mensais sobre a adesão ao tratamento. Caso sejam verificados erros e dúvidas, será solicitada nova visita e orientação farmacêutica.

Segundo Paula Nista, 28,5% dos 946 óbitos registrados em 2011 naquela unidade de saúde foram em decorrência de problemas no aparelho circulatório (270 casos) e 9,5% no aparelho respiratório (90 casos). Em janeiro, o HMMMC chegou a registrar cinco casos de infarto num único dia. Com a ação, classificada como “prioritária” pelo prefeito, a Administração espera não apenas garantir o acesso do doente crônico ao medicamento, mas diminuir o número de usuários do sistema de Urgência e Emergência, reduzindo os casos de pacientes renais crônicos, infartos, AVCs (Acidente Vascular Cerebral), o conhecido “derrame”, os picos de diabetes e hipertensão que geram sequelas graves nos pacientes.

“Este é um programa grande e arrojado e, pelo entusiasmo da equipe, será muito bem sucedido”, afirmou o prefeito Antonio Meira, que se mostrou surpreendido pelo serviço da “farmácia clínica”. Inicialmente, serão beneficiadas aproximadamente 140 pessoas na região do Santa Clara, mas, ao final do cadastramento, vai atingir cerca de 25 mil pessoas, reduzindo as filas nas farmácias e permitindo que, após a receita completar seis meses, o profissional de saúde leve também na casa do paciente a data da próxima consulta”, ressaltou. 

Ao final do lançamento, Meira afirmou que já pediu à Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada que insira os cadastrados no “Medicamento em Casa” no programa “Viva Mais”, para que, além de receberem remédios gratuitamente, aprendam a promover a saúde por meio da prática de atividade física e alimentação balanceada.

Entrega dos primeiros kits

Após a apresentação do programa pela secretária de Saúde – Atenção à Urgência e Emergência, os inscritos que compareceram à cerimônia puderam levar para casa um kit personalizado com medicamentos de uso pessoal, em quantidade suficiente para um mês, além de estojo para armazená-los e material informativo, com quadro de horários para ingestão de remédios e explicações sobre como funciona o “Medicamento em Casa”.

Hipertenso e diabético, usuário do SUS há cerca mais de 15 anos, o padeiro Ivo Lacerda Teixeira, de 59 anos, aderiu ao programa da Prefeitura. “Acho ótima esta iniciativa, que está cuidando do bem-estar social e facilitando a vida da gente.” A fiscal de loja Leila de Paula, de 38 anos, hipertensa desde 95 e mãe de um bebê de um ano, também aprovou: “Meus horários de trabalho fora e em casa são um horror. Este programa vai me ajudar bastante. Achei ótimo!”, afirma. A dona de casa Valdeci Peixoto Silva, de 86 anos, que monitora e trata na rede pública o diabetes e a hipertensão comemorou: “Não podia mais sair de casa por causa da dificuldade para andar. Para mim, é ótimo.” 

Canais próprios de comunicação

Na etapa inicial, o programa vai atender os cadastrados na região do Jardim Santa Clara. Após isso, o cronograma prevê que diabéticos e hipertensos residentes em outras áreas do município comecem a ser atendidos também.

Compostas por farmacêuticos e auxiliares de farmácia, as equipes trabalharão uniformizadas com camisetas, crachás e bonés do programa a partir da próxima semana. O envelope lacrado só será entregue ao próprio paciente ou a um responsável, que vai assinar atestando o recebimento do material.

O programa conta com canais próprios de comunicação: o telefone 3887-2395 e o email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .