Microempreendedores que vendem alimentos vão receber treinamento da Vigilância Sanitária

Prefeitura quer qualificar os serviços prestados à população nas barracas da Feira da Economia Solidária
A pedido da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, profissionais da Vigilância Sanitária, órgão da Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especializada, de Prefeitura de Hortolândia, fazem na quinta-feira (31/01) uma palestra sobre “Boas práticas para a manipulação de alimentos”. O evento é voltado aos microempreendedores que vendem alimentos nas barracas da Feira da Economia Solidária e acontece, das 9h às 10h30, no Centro Público de Economia Solidária, localizado na Rua João Mendes, 254, no Parque Ortolândia, em frente à praça do Parque Socioambiental Chico Mendes. A primeira palestra sobre o tema aconteceu em 2010.
O objetivo é capacitar os que vendem alimentos para que os produtos oferecidos à população sejam preparados, armazenados, transportados e comercializados de maneira adequada, respeitando os parâmetros de higiene e qualidade previstos pela Vigilância Sanitária do município. A Secretaria de Inclusão, responsável pelo projeto, já realiza a inscrição dos empreendedores cadastrados no programa Economia Solidária. Os ajudantes dos empreendedores também são convidados a participar.
Interessados ainda não vinculados ao programa, que queiram participar, devem ligar para 3909-4895, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e verificar se há vagas disponíveis. Caso haja mais de 30 inscritos, uma segunda turma será formada para assistir ao treinamento na terça-feira seguinte (05/02), a partir das 9h, no mesmo local.
Empreendedores vão aprender como evitar contaminação
A palestra será ministrada pela enfermeira sanitarista Neide de Fátima Gomes dos Santos, e pelos fiscais Uílson Ferreira Malheiros e Paulo Gilberto Costa. Entre os assuntos abordados estão as doenças que podem ser transmitidas pelos alimentos contaminados por parasitas, como a intoxicação alimentar; como deve ser o ambiente em que o alimento é preparado e comercializado; os cuidados a serem tomados com a água e os ingredientes usados no preparo dos produtos e como preparar, transportar e servir com higiene os alimentos.
Outro item a ser abordado concentra-se na figura do “manipulador dos alimentos”, aquele que efetivamente prepara o produto, isto é, lava, descasca, corta, rala e cozinha os alimentos. Na cartilha publicada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que os participantes vão receber durante o evento, encontram as explicações para tantos cuidados: “Esteja sempre limpo. Tome banho diariamente. Há micróbios espalhados por todo o nosso corpo. A maior quantidade está no nariz, na boca, nos cabelos, nas mãos (inclusive unhas), nas fezes, no suor e no sapato”, diz o texto. “Use cabelos presos e cobertos com redes ou toucas. Não use barba. Os cabelos devem ser mantidos presos para evitar que caiam sobre os alimentos. Você sabia que 1mm de cabelo pode conter até 50.000 micróbios? O uniforme deve ser usado somente na área de preparo dos alimentos. Troque seu uniforme diariamente, pois ele deve estar sempre limpo e conservado. Retire brincos, pulseiras, anéis, aliança, colares, relógio e maquiagem. O uniforme pode servir de transporte de micróbios patogênicos para o interior da área de preparo dos alimentos, contaminando-os. Os adornos pessoais acumulam sujeira e micróbios, além de poderem cair nos alimentos”, orienta a publicação.
De acordo com Neide dos Santos e Paulo Costa, após a capacitação, equipes da Vigilância irão à Feira, verificar se os empreendedores estão trabalhando de acordo com o que prevê a lei sanitária. Eles vão aproveitar o evento para cadastrar os microempreendedores junto à Vigilância. “O cadastro é um documento semelhante à licença, mas sem data de validade, que autoriza o funcionamento do comércio. A partir daí, eles estão sujeitos a penalidades e fiscalização periódica”, explicam os agentes. Um dos itens a ser fiscalizado será contemplado na palestra: as leis estaduais de Álcool e Fumo, que estabelecem multas pesadas, quando descumpridas.
“Queremos dar aos empreendedores ferramentas para que trabalhem de acordo com a lei”, afirma Roseli Crevelário, coordenadora do projeto Economia Solidária. “A Secretaria de Inclusão não tem como se responsabilizar por este tipo de irregularidade, mas nos preocupamos em prestar serviços de qualidade à população de Hortolândia.”