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Saúde orienta população como prevenir a Sífilis

Objetivo é evitar que o número de casos da doença aumente durante os festejos do Carnaval

Uma doença silenciosa e de difícil diagnóstico, porém curável e de fácil tratamento, tem ampliado o número de vítimas, mundialmente: a Sífilis. Segundo as estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), no Brasil, a cada ano, esta DST (Doença Sexualmente Transmissível) milenar gera 937 mil casos. No planeta, a estimativa da instituição sobe para 12 milhões de novos casos anualmente.

Com a proximidade do Carnaval, a Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Saúde – Atenção Básica e Especilizada, orienta a população no sentido de evitar a transmissão da doença, adotando práticas de sexo seguro, o que, em outras palavras, signifca, uso do preservativo. É que, também no município, tem-se verificado um aumento no número de casos na população jovem e adulta. 

Números da Sífilis em Hortolândia

O número de casos positivos em Hortolândia subiu de nove, em 2009, para 27, em 2010 e 63, em 2011. Os dados de 2012 ainda não foram totalmente contabilizados, mas  já há 31 casos positivos notificados. Nos quatro anos, os mais afetados são os homens entre 20 e 39 anos, seguidos pelos que estão na faixa etária entre 50 e 59 anos. 

Embora a chamada “Sífilis congênita” mobilize a atenção das autoridades sanitárias, em razão dos riscos oferecidos ao bebê, que vão desde a possibilidade de retardo mental à perda de audição e visão, a “Sífilis adquirida” -- a que acomete a população jovem e adulta -- também preocupa. O cuidado se deve tanto pelos riscos à saúde da pessoa, quanto por questões sociais, pela propagação da doença, sobretudo em eventos de grande porte como os festejos de Carnaval, quando a combinação de álcool e drogras leva a outros comportamentos de risco, como sexo desprotegido.

Segundo o coordenador do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites virais, Sérgio Ferreira Jr., na maioria dos casos, a transmissão da Sífilis se dá durante as relações sexuais sem proteção, com um único ou múltiplos parceiros, inclusive nas práticas de sexo oral. Mas também é possível que o agente seja transmitido por meio de transfusões sanguíneas, passagem transplacentária da mãe infectada para o feto, saliva e contato com líquidos provenientes de lesões recentes da pele ou mucosas.

Fases e consequências da doença

Sérgio explica que a Sífilis tem três fases. Após a contaminação pelo Treponema pallidum, entre cinco e sete dias, surge uma ferida, geralmente no órgão sexual do indivíduo infectado pela bactéria. Este ferimento que não dói, não coça, nem arde, pode desaparecer sem que a pessoa tome qualquer medicação. Por isso, pode sumir sem sequer ser notada. 

Seis meses depois, a doença entra na segunda fase. Aparecem manchas na palma das mãos ou na planta dos pés que duram entre cinco e sete dias e podem ser confundidas com alergia, micose ou ácido úrico e desaparecem como surgiram, sem necessariamente a pessoa fazer uso de medicação ou mesmo de associá-las à primeira lesão. É, então, que a moléstia encuba pela segunda vez e pode levar mais de uma década para surgir, oferecendo graves riscos ao doente.

De acordo com o coordenador, ao entrar na terceira fase sem tratamento, a doença pode deixar sequelas graves em órgãos como cérebro, coração e ossos, gerando comprometimentos neurológicos (confusão mental e demência) e outros sintomas confundidos com artrite, artrose e reumatismo -- o que dificulta o diagnóstico--, e podendo até mesmo levar à morte.

Doença curável e de fácil diagnóstico

O que surpreende as equipes de saúde é que, apesar das graves consequências quando em estágio avançado, a Sífilis é considerada uma doença de fácil diagnóstico e curável em todas as fases, sendo que, na terceira, pode deixar sequelas.

O diagnóstico deve ser realizado a partir da avaliação clínica e identificação do agente causador por meio de exames laboratoriais. Porém, a triagem pode ser feita pela utilização de TR (Teste Rápido), cujo resultado pode ser obtido de cinco a vinte minutos. Se o resultado der positivo, deve-se coletar outra amostra e encaminhar para o laboratório de referência local para a realização de exames confirmatórios.

No município, o TR pode ser feito gratuitamente, de segunda a sexta, das 7 às 16 horas, no Amdah (Ambulatório Municipal de Aids), localizado na Rua Ernesto Bergamasco, 262, na Vila Real. Todos os que procuram pelo TR de HIV/Aids, o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, também são orientados a fazer o de Sífilis e Hepatite.

Detectada a doença, “o tratamento é gratuito e barato”, ressalta o coordenador do Amdah, e, no caso desta e de outras DSTs, pode ser feito em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde) de Hortolândia. É a base de antibiótico injetável.

Sérgio avalia que o aumento no número de casos no município reflete tanto o crescimento da epidemia em si (reflexo das questões comportamentais da população jovem e adulta), quanto a um trabalho mais cuidadoso na rede de registro da doença, o que é positivo para as ações de combate. Neste sentido, uma das metas da Prefeitura para os cem primeiros dias de gestão é fazer uma abordagem sindrômica das DSTs em Hortolândia. Isto significa ampliar o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis e de forma mais rápida nas UBS, estabelecendo um protocolo de atendimento e agilizando o início do tratamento, rompendo a cadeia de transmissão.

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