Bebês nascidos na Maternidade da Prefeitura fazem Teste da Orelhinha gratuitamente
Profissionais da rede municipal de saúde participaram nesta manhã de palestra sobre o exame
Bebês nascidos no HMMMC (Hospital e Maternidade Municipal Mário Covas), órgão da Prefeitura de Hortolândia, estão fazendo gratuitamente o EOA (Teste de Emissões Otoacústicas), mais conhecido como “Teste da Orelhinha”. O exame permite o diagnóstico precoce de possíveis alterações na audição e indica que a criança deve fazer acompanhamento fonoaudiológico adequado, o que minimiza alterações na linguagem. A perda auditiva ocorre, em média, em três bebês a cada mil nascidos vivos.
Realizado de segunda a sexta-feira, desde maio deste ano, o teste é um direito do recém-nascido, de acordo com a Lei Estadual 12.522/07 e a Lei Federal 12.303/10. Por mês, nascem no HMMMC entre 100 e 120 crianças.
Treinamento
Cerca de 20 profissionais da rede municipal de saúde participam esta semana de palestra sobre o exame. A primeira aconteceu na manhã desta segunda-feira (05/11) e a segunda será na quinta-feira (08/11), das 13h30 às 15h30, ambas no Centro de Formação Paulo Freire, na Rua Euclides Pires Assis, 205, no Remanso Campineiro.
Segundo a fonoaudióloga Ana Cecília Dias Aragão, responsável pelo treinamento, o objetivo é explicar a pediatras, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e enfermeiros da rede pública o que é o Teste de Emissões Otoacústicas, o que encontrar no resultado, qual a conduta a ser adotada, como monitorar mãe e criança, como fazer o acompanhamento de cada caso. Durante a palestra teórico-prática os presentes puderam acompanhar a realização de um exame. “Cada vez que identificamos alterações, a criança vai para investigação com otorrino e faz exames complementares. Se tem indicação de perda vai ser acompanhada por fonoaudióloga no CIER [Centro Integrado de Educação e Reabilitação] a cada quatro meses até completar dois anos de monitoramento auditivo”, explica a palestrante.
Segundo Ana Cecília, a perda auditiva pode ocasionar problemas emocionais, dificuldades de socialização e aprendizagem, o que pode gerar distúrbios escolares, falta de atenção, concentração e inquietação. “Com o ‘Teste da Orelhinha’ podemos identificar o funcionamento de partes do ouvido e dar direcionamento para investigar a possibilidade de perda auditiva”, afirma. “Fazer a detecção da perda auditiva precocemente, dentro de um intervalo de até seis meses após o nascimento, faz toda diferença para que a criança tenha um desenvolvimento de linguagem mais próximo do normal. Assim, ela pode vir a falar normalmente, conhecer os sons e utilizar elementos da linguagem verbal e não verbal”.
De acordo com a fonoaudióloga, correm mais risco de apresentar surdez crianças com histórico de perda auditiva congênita na família, filhas de mães com Herpes genital ou Sífilis (doença sexualmente transmissível que pode ou não contaminar o bebê por ocasião do parto), que usam medicação tóxica ao aparelho auditivo necessária ao combate de infecções, por exemplo.
Busca ativa
Fazem o “teste da Orelhinha” até 95% das 120 crianças que nascem, em média, por mês no HMMMC. São bebês que nascem durante a semana, período em que o teste é realizado. Como é necessário respeitar um intervalo mínimo de 24 horas após o parto, os que nascem na sexta-feira à tarde e nos finais de semana, precisam agendar o exame. Neste intervalo, alguns recebem alta e há mães que não retornam para submeter o filho ao teste. Nestes casos, a equipe do hospital realiza uma “busca ativa”, chamando por telefone os responsáveis pela criança e lembrando da importância da realização do exame.
Como é realizado o “Teste da Orelhinha”
O exame é feito por fonoaudióloga, que coloca uma pequena sonda de borracha na orelha do bebê. Esta sonda emite um som e capta a resposta obtida. O teste é rápido, indolor e dispensa a colaboração da criança, que sequer precisa ser sedada. Após a realização, o resultado é informado aos pais ou responsáveis.
Quando não passa no primeiro exame, feito ao nascer, o bebê é submetido a outro teste em torno de 30 dias depois. Se novamente são verificadas alterações, é encaminhado a investigação mais completa. O recém-nascido pode ser encaminhado para avaliação com otorrinolaringologista e fonoaudiólogo para que sejam realizados exames complementares de diagnóstico.