Atendimento domiciliar prestado pela Prefeitura vai ter monitoramento à distância via satélite

Profissionais da equipe vão poder acessar por computador de onde estiverem dados do paciente
Além de receberem visitas regulares de acompanhamento, os 170 pacientes inscritos no PADO (Programa de Atendimento Domiciliar) da Prefeitura de Hortolândia vão ser monitorados à distância, via satélite. Os dados do paciente poderão ser acessados pelas equipes de saúde de onde estiverem por computador.
Segundo o coordenador do Programa, Ricardo Augusto Guimarães, os detalhes deste projeto pioneiro estão sendo acertados e devem sair do papel em breve. Criado em 1994, o PADO realiza de 40 a 45 atendimentos por dia.
Atendimento humanizado
Treze profissionais compõem a equipe multidisciplinar do Programa de Atendimento Domiciliar: um coordenador, um clínico geral, uma nutricionista, uma enfermeira, um técnico de enfermagem, uma assistente social, três fisioterapeutas, um auxiliar administrativo, uma auxiliar de limpeza e dois motoristas. A maior parte dos atendidos é do sexo masculino, está acima dos 50 anos e teve AVE (Acidente Vascular Encefálico). São pacientes acamados, que dependem da presença de terceiros para realizar atividades essenciais como comer e cuidar da higiene pessoal.
Procuramos prestar “um atendimento digno e com respeito ao paciente e aos familiares que sofrem ao terem um ente querido acamado e desfalecendo”, explica Ricardo Guimarães. “A responsabilidade pelos cuidados ao paciente cabe à família. O PADO dá um suporte nutricional, fisioterápico, médico, assistencial e de enfermagem”, esclarece.
Apoio a pacientes e cuidadores
Na manhã desta quinta-feira (10/08), a reportagem acompanhou parte do trabalho da equipe de enfermagem em visita a dois pacientes, um no Remanso Campineiro e outro no Jardim Malta.
“Quem não passa por este problema não faz idéia do que seja”, desabafa Ana Maria Amaro, 54 anos, filha e cuidadora de um dos pacientes visitados. “É muito complicado ficar no hospital, ter escara, pegar infecção.”
O pai, José Amaro Filho, 83 anos, motorista de ônibus aposentado recebe atendimento em casa desde maio de 2012, após ser atropelado e ter traumatismo craniano. Preso a uma cama hospitalar, não fala e, somente aos poucos, vai recuperando alguns movimentos. “As equipes atendem bem, não tenho do que me queixar. É um atendimento humanizado”, diz Ana Maria.
“Esse programa é muito válido e tem que melhorar cada vez mais; é preciso que invistam cada vez mais nele”, solicita. “Assim, nos finais de semana, sábados, domingos e feriados, numa emergência, não precisaríamos levá-lo ao hospital”. Além das consultas, José Amaro recebe do PADO material de uso contínuo, como fraldas descartáveis, soro, inalador e cadeira de rodas.
“Eles explicam como cuidar dela, a ter paciência com ela, como fazer a alimentação, os exercícios”, diz Maria Neusa Rodrigues, 54 anos, filha e uma das responsáveis por Maria Efigênia Rodrigues, 89 anos, outra paciente visitada.
Vítima de AVE em abril deste ano, desde então Efigênia está aos cuidados do PADO. Recebe fraldas, material para curativo e kit nutrição. “Quando ela veio do hospital, não sabíamos o que fazer. A nutricionista e a enfermeira vieram e disseram”, revela a dona de casa Maria Zélia da Rocha, 56 anos, também filha e cuidadora.
Como se inscrever no programa
Ricardo Guimarães explica que, para ser inscrito no PADO, não basta o paciente estar acamado. Precisa ser encaminhado por um hospital ou outra unidade de saúde e preencher alguns critérios, tais como: morar em Hortolândia, não estar internado em casa de repouso e ter cuidador responsável que acompanhe o doente 24 horas/dia.
Também são considerados os seguintes casos: ter algum tipo de câncer em estágio avançado (que demande cuidados integrais) e, por estar acamado, fazer uso de sonda para urinar e/ou para se alimentar, ter abertura na garganta para facilitar a respiração, na parte externa do abdômen ou na bexiga para colocação de sonda e feridas causadas pelo tempo de exposição ao leito (úlceras de pressão).
Cada paciente tem uma situação específica a ser avaliada na triagem. Isso é que vai definir a forma e o acompanhamento necessário para cada um. “Há casos em que o paciente necessita de fisioterapia três vezes por semana, como nos AVEs recentes; há casos em que precisa de auxílio de enfermagem diariamente, como nas úlceras de pressão”, diz o coordenador.
“A gente foca que a equipe seja sempre humanizada. Precisamos ver o paciente como um todo, descobrir qual a necessidade real dele e dar conforto aos cuidadores”, diz Ricardo Hoffmann, fisioterapeuta do PADO. “Às vezes, a necessidade é uma cama; outras vezes, uma cadeira de banho”, acrescenta Kaio Oliva, outro fisioterapeuta da equipe.
SERVIÇO:
Para se inscrever no PADO, além do encaminhamento médico, o paciente precisa trazer duas cópias do RG, cartão cidadão e comprovante de endereço.
PADO – Programa de Atendimento Domiciliar
Horário de atendimento: segunda a sexta, das 7 às 17 horas.
Local: Rua Lydia Girotto Navarro, 103, Jardim do Bosque.
Telefones: 3845-4809 | 3845-5600
E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.