Cientistas criam rede de cooperação internacional para transformar Projeto Viva Mais em modelo de gestão pública

Ação marca fim de simpósio internacional que reuniu pesquisadores, setores público e privado na discussão do tema
O Projeto Viva Mais, realizado pelo Prefeitura de Hortolândia, passa a ser objeto permanente de estudo do grupo de cientistas e pesquisadores que formam a Rede Internacional de Cooperação de Processos Complexos. Eles vão propor soluções para problemas enfrentados pelas administrações públicas, por meio das diretrizes do projeto que integra todos os setores do governo municipal em ações para promover a qualidade de vida e gerar saúde.
A criação da rede de cooperação marcou o fim do 1º Siscomplex (Simpósio Internacional de Desenvolvimento de Sistemas Complexos e Redes Colaborativas), realizado pela Prefeitura, desde segunda-feira (23), com apoio SDPS (Society For Design and Process Science), SES (Software Engineering Society) e Faculdade Adventista de Hortolândia. O encerramento do evento ocorreu na Faculdade Adventista de Hortolândia, nesta quinta-feira (26).
Segundo cientistas, a experiência do Projeto Viva Mais pode se transformar em modelo de gestão pública para o Brasil e o mundo. Implantado em junho de 2010 em Hortolândia, o projeto tem o objetivo de promover a saúde e a qualidade de vida por meio da mudança de foco do trabalho dos profissionais da saúde. Mais que tratar a doença, a proposta é proporcionar condições de mudança de hábito nas pessoas.
Para o desenvolvimento deste conceito, todas as esferas da Prefeitura e órgãos públicos são envolvidos em ações intersetoriais. Além do comprometimento da Administração Municipal, a população também é chamada a ser parceira no Viva Mais. Com atitudes simples e eficazes, as pessoas podem alcançar maior longevidade.
O projeto é alicerçado em 13 princípios: alimentação saudável, boa relação de amizade, atividade física, boa relação familiar, qualidade de sono, educação como cidadania, habitação, fé e confiança, segurança, zelo pelo meio ambiente, trabalho, lazer e cultura da paz, atitudes que, na visão do projeto, garantem maior longevidade e qualidade de vida.
“A comunidade científica nos ajuda na criação de um novo modelo de gestão pública. É a quebra de um paradigma alicerçada nos princípios do Viva Mais. Essa rede de cooperação internacional sistematizará o projeto, com a criação de ferramentas para implantação e medição dos resultados do Viva Mais, em qualquer lugar do Brasil e do Mundo. O simpósio foi muito produtivo e estamos orgulhosos porque nosso projeto terá credibilidade científica”, explicou Zanardi.
O secretário observa que o Viva Mais ajudará a quebrar um modelo de saúde já existente, focado somente na cura de doenças, e trabalhará a educação em saúde para envolver a população, e todas as áreas de uma administração pública, em ações preventivas para que as pessoas vivam mais e melhor.
“Quando a Secretaria de Obras realiza asfalto, esgoto, constrói parques, praças, está produzindo saúde. São ações que, apesar de não serem atribuição da Secretaria de Saúde, ampliam a qualidade de vida das pessoas com a oferta de saneamento e equipamentos para prática de atividades físicas. Isso produz saúde e evita doenças. Então, as ações coordenadas de uma Administração são muito importantes para ter uma população saudável”, exemplifica o secretário.
Atualmente, os gastos com saúde crescem, em média, 6% ao ano. Com as medidas preventivas previstas pelo Viva Mais esse gasto será reduzido. Precisamos ter uma população mais saudável”, destacou o secretário.
A Rede Internacional de Cooperação de Processos Complexos que estudará o Viva Mais é composta por cientistas da Faculdade Adventista de Hortolândia, Universidade Federal de São Carlos, Embrapa, Unicamp, Universidade do Texas (EUA), Universidade da Califórnia (EUA) e Universidade do Alabama (EUA).
EM FOCO
O Siscomplex reuniu cientistas de renome de universidades dos Estados Unidos e do Brasil, públicas e privadas, além de representantes do governo federal. Durante os quatro dias do simpósio, o Projeto Viva Mais foi foco de uma discussão acadêmica, com especialistas de diversas áreas da ciência, que debateram como organizar a gestão pública através do desenho de processos e transdisciplinariedade, valendo-se dos princípios norteadores do projeto Viva Mais.
Pelo Município de Hortolândia, participam o Dr. Fuad Gattaz Sobrinho, professor dos cursos de Administração e Sistemas de Informação da Faculdade Adventista de Hortolândia, membro do Grupo de Pesquisa do Labore/Unicamp e presidente da SES, e o professor Moisés Lopes Sanches Júnior, coordenador do Departamento de Pesquisa da Faculdade Adventista de Hortolândia, membro da comissão organizadora do evento.
“O que a Prefeitura de Hortolândia propõe com o projeto Viva Mais é algo inédito e o que há de mais amplo na discussão de saúde pública no mundo. A prevenção em saúde envolve mais que a secretaria da Saúde. É resultado do esforço de todas as secretarias de uma administração. Há necessidade de metodologias científicas para validar uma série de questões do Projeto Viva Mais, uma estrutura modelar que, se posta em prática, replicada em outros lugares, será uma mudança de paradigma. Ampliará as fronteiras do município para o mundo”, valorizou Sanches Júnior.