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“Crianças são capazes de coisas notáveis”, afirma pesquisadora da Cesgranrio

“Crianças são capazes de coisas notáveis”, afirma pesquisadora da Cesgranrio

Palestra encerrou Jornada Pedagógica e Cultural da Prefeitura

“Ensinar, ensinar e ensinar. Fazer aprender, avaliar e incentivar o desenvolvimento da criança, jamais reprovar na educação básica”, ensina a Profª Draª Thereza Pena Firme, educadora e psicóloga, coordenadora do Centro de Avaliação na Fundação Cesgranrio e membro da American Evaluation Association. Convidada a falar aos profissionais do Ensino Fundamental da rede municipal de Hortolândia, na sexta-feira (01/02), ela propôs aos presentes no segundo e último dia da Jornada Pedagógica e Cultural 2013 “Reflexões sobre o ensinar e aprender – sistematizando e dinamizando o conhecimento”.  

De acordo com a pesquisadora, no Século 21, tal como estudada e concebida, a avaliação dá um “salto de qualidade”: é vista para promover o aluno a uma aprendizagem cada vez maior , e, consequentemente, à transformação deste em uma pessoa integral.  Thereza afirma que, atualmente, na educação básica, “a avaliação reprova a reprovação”. 

Baseada em vasta experiência na área como educadora, pesquisadora, conferencista, consultora e avaliadora, tanto na esfera nacional quanto internacional, em instituições como UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), PUC/RJ (Pontifícia Universidade Católica do Ri de Janeiro), Banco Mundial e Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a palestrante apresenta os motivos para isto: “O sentido da avaliação é incentivar o crescimento do aluno, do professor, do educador em geral e de todo o sistema, não com vistas à aprovação ou reprovação, mas ao seu desenvolvimento pleno. Portanto, a reprovação não tem sentido”, explica.

“Somos responsáveis pelo crescimento do aluno e, como educadores, precisamos entender que ele não é réu, mas vítima do sistema”, ressalta, chamando atenção para a “violência simbólica” que acontece por vezes dentro das escolas. “A avaliação pode corrigir as falhas, mas não penalizar”, defende. 

Thereza destaca ainda a capacidade da criança de realizar “coisas notáveis”, aprendidas não apenas em casa ou na escola, mas em outras esferas da vida em sociedade, relevantes no processo ensino-aprendizagem. Atitudes que demandam do educador capacidade de perceber e registrar. “Este é um tempo que não volta”, adverte a conferencista. 

Educação de Jovens e Adultos: “dívida social” a suprir 

Voltada aos profissionais do EJA (Educação de Jovens e Adultos), a palestra que encerrou o primeiro dia da Jornada, na noite desta quinta-feira (31/01), ficou a cargo do Prof. Dr. Luís Carlos Menezes. Bacharel em Física pela USP (Universidade de S. Paulo), ele abordou o tema “A gestão e o planejamento da sala de aula da Educação de Jovens e Adultos”.

Segundo o palestrante, é necessário haver uma adequação da educação de base para a EJA. Na fala aos educadores da rede, enfatizou o que chama a “dívida social” para com os estudantes da EJA. “Nosso aluno é nosso credor”, afirma. “É preciso respeitar este aluno a quem nós devemos, que não foi atendido com devia ter sido”, aponta.

Outro aspecto que Menezes enfatizou durante a Jornada foi que, na Eja, o professor lida com alguém que não é mais criança, é um “protagonista mais vivido”, que às vezes tem conhecimento e percepção de mundo já desenvolvidos, “alguém que traz marcas desta não formação” e carências a serem supridas.

Para Menezes, há uma herança pedagógica deixada por Paulo Freire, que propõe a este aluno um diálogo,de tal forma que o ajude a ler o mundo ao redor, a partir de temas do interesse dele.    

Voltado à formação dos cerca de dois mil profissionais da rede municipal, que atende aos alunos matriculados na Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos), a Jornada Pedagógica e Cultural 2013 abordou o tema “Educação: novos tempos, novos desafios”. Neste ano, o evento homenageou a professora da rede, Zenaide Ferreira de Lira Seorlin, que morreu de câncer no Natal passado, aos 41 anos de idade.

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