Prevenção de acidentes de trânsito evita impacto na Saúde
Estimativa da Prefeitura aponta despesa médica de mais de R$ 2 mil com cada vítima; ações para evitar acidentes foi lançado nesta segunda-feira (05/02)
Quando acontece um acidente de trânsito com vítima, uma rede de socorro e atendimento médico é acionada imediatamente. O Samu (serviço Médico de Atendimento de Urgência) faz os primeiros socorros e transfere os feridos para uma UPA-24h (Unidade de Pronto Atendimento) ou o Hospital Municipal Mário Covas, dependendo da gravidade. Na unidade de atendimento, exames são realizados e, em alguns casos, o paciente precisa de internação. Uma estimativa da Secretaria de Saúde aponta que cada paciente tem um custo de mais de R$ 2 mil em atendimentos após acidentes de trânsito. Para evitar este tipo de despesa e, principalmente, para proteger a vida do cidadão, a Prefeitura lançou, nesta segunda-feira (05/02), um pacote de medidas para aumentar a segurança no trânsito. A meta é diminuir 20% destas ocorrências, até o final deste ano.
As ações preventivas, apresentadas pelo prefeito Angelo Perugini durante a Audiência Pública “Em busca da Segurança Viária pela vida”, incluem fiscalização por radar, reforço na sinalização, novos semáforos, criação de área de estacionamento rotativo (Zona Azul), serviço de pátio para tirar carros abandonados das ruas, além de ações educativas com apoio e participação da sociedade civil.
A iniciativa em criar este pacote de ações preventivas surgiu como resultado de um estudo inédito realizado no município pelo Grupo de Segurança Viária, comitê formado por representantes da Prefeitura e de órgãos públicos ligados à segurança no trânsito, que se reúnem periodicamente para discutir como reduzir os índices de acidentes e proteger a vida de motoristas e pedestres. O estudo, realizado ao longo de 2017 e finalizado no último mês, aponta que, de janeiro a dezembro do ano passado, foram 1.265 ocorrências de trânsito. Destes, 223 tiveram vítimas feridas, 26 fatais. Todos os meses aconteceram mortes no trânsito em Hortolândia.
De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), a Prefeitura de Hortolândia gasta cerca de R$ 317 mil por ano com atendimento relacionados aos acidentes de trânsito. “Os acidentes de trânsito trazem um impacto negativo para a rede pública de saúde. São pessoas que chegam às unidades de saúde e precisam ser atendidas com urgência, pela gravidade e o risco de morte. Mas não são pessoas doentes. Com isso, as filas aumentam e o paciente que está com um problema de saúde leva mais tempo para ser atendido. Precisamos reduzir o número de acidentes na nossa cidade, pensando em proteger a vida das pessoas e garantir eficiência no atendimento de saúde para quem precisa de tratamento de doenças”, destaca o prefeito.
“As vítimas de acidentes de trânsito, além de impactar a rede de saúde com a necessidade de mobilização de equipes de socorro, desde o Samu até os hospitais de referência, trazem prejuízos à saúde do cidadão, pois muitos acidentados ficam com sequelas. Algumas pessoas precisam de fisioterapia para reabilitação e, mesmo assim, não se recuperam completamente. Por isso, as ações para redução de acidentes de trânsito são importantes para promover a saúde da população”, enfatiza o secretário de Saúde, Lourenço Daniel Zanardi.
O estudo sobre acidentes de trânsito elaborado pela Prefeitura traz um dado alarmante no perfil das vítimas: 55% das pessoas feridas estiveram envolvidas em acidentes com motos; nos 26 acidentes com vítimas fatais, oito eram motociclistas. Este tipo de acidente normalmente acontece à noite, com envolvimento maior de homens jovens, com idade entre 18 e 24 anos, e 30 e 34 anos, na mesma proporção. “Estamos perdendo vidas nestes acidentes. A Prefeitura faz sua parte e realiza ações que vão colaborar na diminuição dos acidentes de trânsito. Mas precisamos contar com a participação das pessoas neste objetivo. Os motoristas devem obedecer a legislação de trânsito e respeitar as regras, pois apenas com esta parceria será possível efetivamente reduzir as ocorrências de trânsito”, afirma Perugini.
Avenida Santana mata mais do que rodovias
De acordo com o estudo, o Jardim Amanda é o bairro hortolandense onde mais acontecem acidentes de trânsito, sendo que a avenida Santana concentrou 139 ocorrências no período acompanhado. Nesta via, foram registradas cinco mortes relacionadas à acidentes no trânsito, em 2017. São mais vítimas fatais do que aquelas ocorridas nos trechos de rodovias que passam pela cidade: na Rodovia Jornalista Francisco Aguirre de Proença (SP-101), foram quatro mortes no ano passado e na Rodovia dos Bandeirantes, três mortes.
“Com estes dados em mãos, e sabendo os locais onde mais acontecem este tipo de acidentes, conseguimos agir de forma pontual na prevenção, com ações de engenharia de trânsito e de fiscalização. Além disso, trabalhamos com atividades de educação para o trânsito, com objetivo de conscientizar as pessoas sobre os benefícios da direção segura”, explica o secretário de Mobilidade Urbana, Atílio André Pereira, afirmando que a avenida Santana é uma das que será contemplada com os radares. “Já estamos licitando este serviço. Até junho, teremos 20 pontos de fiscalização eletrônica na cidade”, destaca.
O contrato com a empresa prestadora de serviço contemplará dez equipamentos para fiscalização de excesso de velocidade, dez para fiscalizar avanço de sinal vermelho e duas lombadas eletrônicos, além de radares móveis numa segunda etapa da ação. “Estamos otimistas de que a reativação dos radares e as outras ações previstas vão reduzir em 20% os número de acidentes de trânsito. O estudo tem ajudado na definição dos lugares prioritários para as nossas ações. Com isso, conseguimos agir no ponto certo”, ressalta Pereira.